Capítulo 33

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Jade

A dor é insuportável, a dor é insuportável!

— Alguém faz isso parar! -soltei um grito de dor.

Rhysand e Azriel corriam em círculos alarmados.

— Vai nascer! -gritavam.

— Aron! Tire esses palermas do quarto! Agora! -gritei irritada.

Aron que estava passando mal do meu lado se ergueu.

— Fora. -ele os jogou pelo o pescoço para fora do quarto, e trancou a porta.

A curandeira tentava me ajudar como podia.

— Isso é um inferno! -choraminguei.

É como se todos os meus ossos estivessem sendo quebrados ao mesmo tempo! E de quebra, como se estivessem rasgando a minha pele em tiras.

— Eu estou apenas com cinco meses, Aron. -soltei um grito de dor.

— A gestação das lobas, é diferente das feéricas e das humanas, os bebês de sangue lupino se desenvolvem e crescem mais rápido na barriga da mãe, e então com cinco meses eles já estão prontos para nascer. -ele disse.

— Eu nunca mais quero sentir isso! -gritei.

— Já estão no ponto. -disse a curandeira.

— Não fale como se eles fossem pães saindo do forno! -rosnei para a curandeira.

Aron me encarou.

— Está defendendo os bebês? -me encarou de sobrancelhas erguidas.

— Me diga se gostaria de ser comparado a um pão! -gritei.

— Certo, certo, calma! -ele disse.

— Calma um caralho! Estou sendo quebrada ao meio!

Eu soltei outro grito.

"Tivemos o peso de carregar o título de ser mais forte existente, podemos gerar um ser, e sobreviver a dor de dar a luz a ele."

Eu ofeguei.

Não existe.. não existe.

Eu gritei outra vez.

Não existe ser mais poderoso do que uma mulher.

Todos esses meses..

Toda a minha vida dei tudo de mim por pessoas que não valorizavam, amei cada uma e elas não me amaram.

E eu estava fazendo o mesmo nestes meses.

Eles faziam de tudo, chutavam, se mechiam, ficavam inquietos, me obedeciam dentro da minha barriga, para tentar ganharem um sorriso meu, e em troca eu fiz o mesmo que elas fizeram comigo.

Eu deixei uma lágrima cair.

Outro grito de dor.

Eu fiz o mesmo que elas, eles fizeram de tudo como eu e eu agi como elas.

— Me perdoem. -sussurrei.

Eu gritei outra vez.

— Estou vendo o primeiro. -disse a curandeira.

Aron segurou a minha mão.

— Deposite sua força na minha mão, não me importo se quebrá-la. -ele disse firme.

Eu o encarei, os olhos perturbados de dor.

— Estamos juntos sempre, lembra? Nós dois contra o mundo, maninha. -ele disse.

Corte De Névoa E VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora