Capítulo 21

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Jade

A bala atravessou a nuca do grão-senhor, o veneno se espalhando em sua cabeça em meio segundo.

Ele apenas me encarava com os olhos vidrados.

Eu estava sem emoção alguma, apenas o encarava seriamente.

Sua boca se entreabriu, como se ele fosse falar algo, mas não falou nada, não quando o veneno se instalou por todo o seu corpo, engolindo seu coração apenas naquilo.

Seus olhos perderam a vida assim como sua respiração parou de ressonar, seu coração? Eu já não ouvia sequer uma batida.

Ele estava morto, morto.

Eu baixei a arma, não sabia se era adrenalina, ou a raiva excessiva, mas eu estava tremendo.

Senti algo vir para mim, nada que eu já tenha sentido antes, mas, senti mais poder vir para dentro de mim, muito mais, e senti que depois daquilo entrar dentro de mim sem aviso, que cada centímetro do meu corpo, desde os fios de cabelo a o sangue, as veias, é puro poder, apenas isso.

Tanto poder que eu cheguei a ficar zonza por poucos segundos.

Ouvi passos apressados nas escadas.

— Jade?? -era a voz de Feyre.

Eu me virei lentamente, Feyre surgiu, me encarando de cima a baixo, talvez, procurando algum arranhão, ela então encarou atrás de mim.

Ela levou a mão a boca, sufocando um grito.

— O que você fez? Jade. -ofegou.

— Mais uma vez, destruindo tudo por vocês. -falei friamente.

— Você o matou. -ela estava apavorada.

Eu a encarei, inclinando a cabeça lentamente.

Aron surgiu, encarando a mim, depois, o corpo pregado a parede.

— Ow Jade, parece que você puxou ao seu irmão aqui. -assobiou baixo.

Eu pisquei, devagar.

— Eu não puxei a ninguém. —falei— meu caráter e ações eu construí sozinha. Apenas sozinha.

— Onde está minha irmã mais nova? -ouvi Feyre sussurrar.

— Morreu. -respondi.

Ela ergueu o olhar.

Encarei o emissário surgir, quando o ruivo encarou o corpo atrás de mim, empalideceu.

— Tamlin... -sussurrou, uma lágrima caindo.

— Matou ele. -feyre murmurou.

— Não venha com drama, lembre-se que eu não julguei você quando disse que matou feéricos inocentes sob a montanha, com punhaladas em seus corações puros. -falei.

Ela baixou o olhar.

— Saíam da mansão. -falei.

— Jade...

— Agora. -ordenei.

Eles se retiraram, o ruivo sendo arrastado por Feyre para fora.

Eu senti uma vibração, então, caminhei pelo o corredor que apontava uma direção, até uma porta.

Eu adentrei um escritório, em lembranças de Feyre, já o vi destruído e com as paredes sujas de tinta vermelha, assim como o sangue do grão-senhor que agora banhava a parede do hall de entrada.

Eu dei um passo a frente, movendo minha mão, um véu de magia caiu, revelando um grande armário de cristal, onde o grão-senhor provavelmente guardava seus bens de maior valor.

Corte De Névoa E VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora