Corte De Névoa E Vidro

Capítulo 5

Jade

Eu encarei despreocupada a feira enquanto caminhávamos.

Nestha me encarou com cautela.

— Por que está tão quieta? -ela questionou.

Eu a encarei.

— Até agora não disse nada, não especulou, não recitou nada feminista e nem mesmo arranjou briga com algum homem daqui. -ela disse.

— Estou entediada. -falei.

— Hum. -ela disse.

Ouvi gritos, gritos do pai de Graysen.

Elain não pensou duas vezes antes de correr até onde ele gritava, Nestha a seguiu enquanto eu caminhava com as mãos nos bolsos, assobiando.

— O que aconteceu?? -elain questionou para o homem de nariz de falcão.

— ISSO FOI O QUE ACONTECEU! -Ele apontou.

Elain encarou a cabeça de Graysen, completamente horrorizada, a boca do rapaz estava aberta, com seu membro lá dentro, um membro minúsculo.

Seu corpo estava multilado com golpes de lâmina, que não fui eu quem os fez, mas que também aproveitei para dar um toque a mais.

O corpo estava pregado ao muro, com um texto escrito em sangue.

"Cortai-lhe a cabeça de um estuprador."

Elain gritou, caindo de joelhos no chão.

Doeu vê-la assim? Doeu.

Mas eu perdi minha humanidade faz um tempinho.

Eu encarei sem emoção alguma, um lampejo de satisfação brilhando em meus olhos, e então, sumindo.

Nestha encarava aquilo sem emoção nenhuma, mas sabia que ela havia aprovado o fim de Graysen.

Eu fechei lentamente os olhos.

Que queime no inferno.

— Quem fez isso com o meu filho irá pagar caro! -ele gritou.

Quanto? Cem barcas? cinquenta?

Eu encarei Nestha arrastar Elain dali que chorava de soluçar, ainda gritando.

Eu encarei novamente cá cabeça de Graysen, e pisquei.

Havia flores dentro de sua boca, flores estavam brotadas em seu olhos e ouvidos.

Não estava alí antes quando o pus pela madrugada.

Eu sacudi a cabeça, encarando as rosas vermelhas, o sangue pingando.

Chegava até ser artístico, Feyre poderia muito bem pintar um quadro com isso.

Séria poético, tenho até mesmo um nome para ele.

Filha da puta ou desgraçado? Eis a questão.

Eu caminhei para longe dali, sabendo que Feyre e Rhysand haviam visto tudo, estavam conosco para enviar a carta às rainhas humanas.

Eu enviei a carta, visto que Elain e Nestha já haviam sumido.

Eu caminhei de volta para casa sem problema algum, assobiando para os pássaros que cantaram uma bela melodia.

— Foi você, não foi? -Feyre surgiu do meu lado.

Eu a encarei.

— Eu o que? -a olhei inocente.

— Você sabe. -falou.

Uma batida em minha mente, eu encarei Rhysand que tentou entrar, mas dessa vez deu de cara com escudos de esmeralda puro e bruto, impenetráveis, guardados por uma cerca viva de espinhos e rosas.