Capítulo 4

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Jade

Eles definitivamente não tem casa, e eu tenho que ficar ouvindo o discurso mal planejado da Feyre.

Eu bocejei, entediada.

— Sei que errei não vindo antes...

— Tá, tá, Feyre, não quero explicações. —a cortei— se você quer ficar no teu mundinho encantado, fica, mas quando perder o que de mais precioso, não venha se sentir culpada e pedir aos deuses outra oportunidade.

Eu a encarei.

— Família não se troca por nada, e você infelizmente fez isso, você trocou. -falei.

— Pelo menos escute sua irmã. -O macho... Rhysand, pediu.

Ele já estava irritado por eu não ter deixado Feyre falar, mas eu vou ouvir o que? Discursos? Não quero isso.

— Já ouvi, quase dormi, e não quero ouvir mais nada. -bocejei.

— Escute... Menina.

— Olhe, não querendo ser má educada, mas já sendo, você se chama.. Feyre? Elain? Nestha? Ou jade?

Ele piscou.

— Nenhum dos quatro. -ele disse a contra gosto.

Eu apontei o dedo em seu rosto.

— Pois então, é um assunto de irmãs, se há alguém que pode resolver, sou eu e ela, então não meta o dedo no meio, grão-senhor. —me ergui— não tenho medo de feéricos, não tenho um pingo, muito menos de grão-senhores, e a primeira coisa que farei com aquele desgraçado do senhor da primavera, é passar a faca em sua garganta. 

— Rhysand, deixe... Jade odeia quando se metem em brigas nossas, eu também odeio. -murmurou Feyre para ele.

Ele assentiu, então me encarou.

— Você tem uma língua afiada demais pro seu próprio bem. -ele me disse.

— Se estou viva hoje é por causa dela. —o encarei— e cuidado, ela separa cabeças de pescoços.

— E você cuidado com alguém de poder maior.

— Isso é uma ameaça? -o encarei surpresa, corajoso.

— Não preciso recorrer a elas.

Eu sorri afiada, tal ato que fez o grão-senhor ficar em alerta.

— Nem eu. -falei.

— Jade, me escute. -disse Feyre.

— Já escutei, Feyre, e não me interessa ouvir mais nada. -dei a volta pelo sofá.

— Eu não quero ficar brigada com você. —sussurrou— aceito o desprezo e ódio de Elain, mas o seu não.

Eu a encarei de relance.

— Não tenho ódio ou desprezo por você. -falei.

— E então?

— Só não a reconheço mais. -falei.

E saí da sala.

Queria minha irmã de volta, mas isso não poderia ser possível.

Destruíram ela e o jeito que ela está se reconstruindo ao lado daquele grã-senhor, é estranho para mim e me faz ter ciência de que não há espaço mais em sua "família".

— Elain? -questionei nas escadas para Nestha que descia.

— Se acalmou um pouco. -ela disse.

Corte De Névoa E VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora