Capítulo 4: Ainda Nathaniel

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Esse capítulo é uma continuação do anterior, então os avisos continuam os mesmos.

-Por que eu deveria dar ouvidos à suas lamentações?-Nathaniel perguntou- Não é disso que você gosta? Que implorem?

Nathaniel ainda estava se controlando, mas a raiva ameaçava consumi-lo. Quantos outros garotos aquele filho da puta havia forçado? Para atraí-lo, Nathaniel se disfarçou de filho rebelde que fugiu da casa dos pais ricos e super protetores e que estava desesperado o suficiente para cair no papo de um homem gentil e que convenientemente não parecia ter segundas intenções. Ele gostava de meninos exóticos, então Nathaniel havia deixado seus cabelos com um tom a mais que o natural e usava lentes de contato verdes e sua baixa estatura o fazia parecer muito mais novo do que realmente era. Assim que o russo "ganhou sua confiança" ele batizou sua bebida e o arrastou para um quarto de um motel e depois disso, frequentemente o levava para suas reuniões de negócios para exibi-lo para seus parceiros. Kengo havia ordenado que fizesse tudo que o homem queria e descobrisse tudo sobre seus negócios, aquela não era a primeira vez que ele ordenava algo assim, afinal Nathaniel era apenas um objeto que podia ser usado como bem entendesse. Ichirou nunca concordou com aquilo, mas não era ele quem ditava as regras ainda. Assim como Nathaniel, Ichirou devia absoluta obediência e lealdade a Kengo, não podendo discordar abertamente do pai nem ir contra suas ordens diretas.

Nathaniel eventualmente se cansou de usar o álcool como forma de tortura e voltou a se sentar no sofá, deixando o cheiro ocre da fumaça do cigarro invadir suas vias respiratórias.

-Estou curioso para saber quanto tempo você leva para morrer-então atirou novamente, dessa vez mirando no ombro direito do homem-Mas infelizmente nosso tempo é pouco, não vou poder me divertir tanto quanto gostaria.

Três tiros a queima roupa, o sangue se esvaia rapidamente, nunca seriam capazes de limpar o liquido carmesim que machava o tapete. Nathaniel assistiu o homem choramingar e se sentiu enjoado.

-Você é patético.Você gosta de ver meninos 40 anos mais novos que você chorarem não gosta?

-Sua putinha-o homem xingou com um sotaque russo forte-é melhor correr, quando eu o encontrar vou te foder até a morte, vou fazer com que implore para morrer.

Nathaniel se acomodou no sofá e riu, ele fez um gesto vago para a bagunça ensaguentada que eram as partes baixas do russo.

-Meio tarde para isso, né? Aliás, você tem um vocabulário extremamente limitado, você é idiota ou o único xingamento em inglês que conhece é "putinha"?

O russo continuou murmurado ameaças até que Nathaniel se cansou e deu um tiro definitivo em seu crânio.

Após uma ligação para a equipe de limpeza e 20 minutos de carro, Nathaniel esperava aquela caixa de metal chamada elevador chegar ao seu destino. Ele batia o dedo ansiosamente contra a barra de metal, odiava elevadores, eram lugares ótimos para montar uma emboscada, sem chance de fuga ou luta.

Fora assim quando Kira atitou em Ichirou, as portas do elevador mal tinham se abrindo e o barulho de tiro ecoou, se Ichirou estivesse alguns centímetro para a esquerda a bala teria perfurado seu pulmão.

As portas se abriram, do lado de fora haviam 4 homens grandes, carecas e tatuados encostados na parede. Assim que viram Nathaniel eles se curvaram. Nathaniel achava engraçado o jeito com que os soldados de Kengo o tratavam como se fosse algum tipo chefão apenas por ser uma propriedade de Kengo.

Enquanto andava até as portas duplas com dragões orientais esculpidos ele balançava distraidamente a sacolinha contando uma cabeça em sua mão.

O lado de dentro era uma sala de reunião, uma mesa longa de mogno estava no centro da sala, sentado na cabeceira estava mestre Kengo, Ichirou se sentava na primeira cadeira da lateral da mesa, logo após Kengo. Na outra cabeceira da mesa estava um homem extremamente grande, na casa dos 40 anos e o cercando estavam seus seguranças, poucos em comparação aos seguranças de Kengo espalhados pela sala.

-Meu senhor-Nathaniel disse a Kengo em japonês, não se dando o trabalho de reconhecer a presença de um do representante de uma das maiores redes de bordeis dos EUA-,peço perdão pela demora.

Kengo tinha uma aparência velha e acabada, um velho doente com um pé na cova, mas ainda exalava uma aura de poder e superioridade.

-Você trouxe?

Nathaniel não respondeu, apenas jogou a sacola sobre a mesa, próximo ao russo e se afastou até a parede, cruzando os braços, como o bom cão de guarda que Kengo achava que ele era

Os seguranças do homem ficaram tensos mas ele fez um gesto para realxarem, a sacola havia rolado até parar em frente a ele, sangue escorria dela.

-O que é isso?-o homem perguntou em russo. Uma das funções de Nathaniel era ser tradutor nas reuniões mais importantes de Kengo, sabia falar mais de 14 línguas e estava a caminho de aprender mais uma. Ichirou fez questão de tornar Nathaniel indispensável.

Nathaniel repetiu o que o russo disse em japonês e Kengo acenou com a cabeça, lhe dando permissão para tomar controle da situação, então se levantou e com andar de um velho ele saiu com dois guarda costas e Ichirou.

-Presente de natal adiantado, seu monte de merda-Nathaniel respondeu.

Os seguranças levaram as mãos as armas, mas antes que conseguissem alcança-las eles cairam. Aqueles seguranças Moriyama's que haviam restado na sala estavam todos sob o comando direto de Nathaniel e eram extremamente eficientes. O russo tentou se levantar, mas foi impedido por mãos em seu ombro.

Nathaniel tentou limpar uma macha de sangue que havia espirrado em seu terno preto, mas sem muito sucesso, ele se aproximou da mesa e puxou uma cadeira, se sentado.

-Bem, não vai olhar o que eu trouxe para você, Ivan Vassiliev?

O homem se sobressaltou, seus olhos se arregalaram.

-Como?

-Você achou mesmo que poderia enganar a família e ninguém descobriria? Claro, eu sempre soube que russos não são confiáveis, mas eu admito que você quase conseguiu me enganar-Nathaniel suspirou e olhou para o homem com falsa pena.-Se você não tivesse tentado nos roubar eu poderia deixar passar, mas prezamos a lealdade. Não somos um bando de selvagens.

Ivan o olhava assustado, Nathaniel sentiu o sorriso de seu pai crescer em seu rosto.

-Não vai abrir o presente?

Guns, rackets and foxesOnde histórias criam vida. Descubra agora