Guns, rackets and foxes

Capítulo 39: Um corpo no porão?!

Neil estava atrasado para a maldita reunião. Não tanto assim, mas o trânsito para chegar até a casa de Ichirou estava horrível e para chegar ao local de encontro com os Hatfords levaria ainda mais tempo com aquele trânsito. Então eles estariam atrasados.

Não era culpa dele se fazer Adam falar tinha levado mais tempo que imaginava e ainda precisou se livrar do corpo, mesmo sendo uma tarefa irritante ele mesmo preferia fazer, para garantir que mestre Kengo não descobrisse tão cedo que ele havia matado um de seus homens. Com sorte ele morreria antes que algum idiota desse com a língua nos dentes.

Mesmo tendo a lealdade de grande parte dos homens sob seu comando, aquela lealdade ia somente até certo ponto, e ele podia apostar que muitos estaria mais do que feliz em contar a Kengo sobre qualquer erro que cometesse.

Talvez trazer Andrew e Kevin tivesse sido mesmo um erro, talvez Mestre Kengo o fizesse pagar por aquilo, talvez ele se irritasse ao ponto de sofrer um ataque cardíaco. Eram muitas possibilidades e Neil não se prendia a arrependimentos, não adiantaria nada, o que estava feito estava feito e o passado não podia ser mudado.

Ele jogou o carro na entrada do prédio e buzinas soaram atrás dele e, quando Neil entrou na portaria, encontrou Ichirou andando de um lado para o outro.

—Você está muito atrasado—disse a guisa de cumprimento.

—Desculpe, tinha um corpo no meu porão—O que era a verdade, não importava se esse corpo estava parcialmente mutilado quando Neil o arrastou do porão.

Ichirou nem piscou enquanto passava por ele para sair do prédio, dois seguranças vieram a tiracolo e mais outro esperava dentro de outra Suv preta atrás da que Neil tinha pegado antes de vir.

—Quem?

—Quem o que?—Neil perguntou com uma máscara de confusão.

Ichirou bufou, ele abriu a porta do carro de Neil e o fechou sem nenhuma delicadeza, demonstrando o quão irritado estava.

—Quem você matou?—perguntou quando Neil entrou do outro lado.

Neil piscou inocentemente para ele antes de encaixar a chave no carro e dar partida.

—Eu disse que tinha um corpo, não que eu matei alguém. São duas coisas diferentes, Ichi.

Ichirou murmurou alguma que se parecia muito com algum xingamento ou maldição em japonês.

—Você não vai dizer, vai?

—Não—Neil sorriu, ele sabia que o rosto de Ichirou tinha se transformado em uma carranca sem nem olhar. Ele queria resolver aquela bagunça sozinho, Ichirou já tinha se envolvido e se preocupado demais com aquela merda.—Você já tem muita coisa na cabeça, Ichi, sou perfeitamente capaz de cuidar das coisas sozinhos. Aliás, não é por isso que sou seu segundo?

Neil olhou para o retrovisor do carro e viu que os seguranças seguiam atrás dele, ele desviou de um carro e aumentou a velocidade.

—Estou seriamente considerando minhas decisões. Como meu segundo, você deveria me contar as coisas mais importantes.

—Então se eu não te contei é por que não é importante, não é?

—Você e eu temos ideias completamente diferentes do que é importante ou não.

—Você ainda não desistiu, Ichi?

Ichirou bufou.

—Isso na gola da sua camisa é sangue?

Neil fez uma careta. Merda.

—Provavelmente.

Ichirou soltou um suspiro, mas surpreendentemente, não insistiu.