Capítulo 29: Luz vermelha

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Alertas pra esse capítulo: menção ao uso não concentido de drogas, dissociação, início de um ataque de pânico

Quando Neil estacionou se carro de aparência muito chamativa no estacionamento havia alguns outros, inclusive o carro dos primos.

Ele discou o código de entrada das Raposas e abriu o portão, e, antes mesmo de passar pela porta dos fundos, ouviu o som da bola ricocheteando na parede, olhou em ambos os lados do hall de entrada das Raposas, mas não conseguia ver onde os outros estavam na quadra. Ele estava quase no pátio interno antes de finalmente avistar Kevin.

Kevin estava sozinho no primeiro quarto com um balde de bolas, estava sistematicamente lançado-as na parede. Um dos exercícios de precisão dos Corvos, um dos oito que todos os recrutas tinha que completar antes de serem totalmente aceitos no time.

Kevin estava aperfeiçoando sua precisão com a mão direita. Observar Kevin treinar no meio da noite, feroz e implacável, era quase o suficiente para que Neil perdoasse sua insistência chata e odiosa.

Neil parou de observar Kevin para olhar em volta, mas não demorou muito para perceber que alguém o observava, intensidade do olhar da pessoa colocou seus nervos a flor da pele. Ele não se virou para olhar onde Andrew estava, mas levantou a voz o suficiente para que Andrew o escutasse.

-Não vai jogar com ele?

-Não- respondeu Andrew, em algum lugar à esquerda de Neil.

Neil esperou, mas Andrew não deu mais detalhes.

-Por que não?

-Por que você não?-devolveu Andrew.

Neil virou-se lentamente, arrastando olhar pelo banco de reserva vazio para os assentos atrás dele. Andrew estava sentado na primeira escada, cerca de dez passos. Ele estava inclinado para frente, braços cruzados sobre seus joelhos, enquanto olhava para Neil. Andrew tinha uma expressão vazia em seu rosto, o que significava que estava sóbrio.

-Nenhum motivo em particular-disse Neil se sentado em uma das cadeiras-eu só estava com vontade de dizer não a Kevin, é divertido.

Aquela altura, Kevin já o tinha notado, ele parou de lançar a bola para olhar para Neil, não era possível distinguir seu olhar por debaixo do capacete. Neil levantou a mão e acenou, então Kevin voltou a jogar a bola na parede com mais força.

-Minha vez. Por que você odeia tanto Exy?-Neil perguntou

Andrew suspirou como se Neil estivesse sendo estúpido propositadamente.

-Eu não me importo o suficiente com o Exy para odiá-lo. Só é um pouco menos chato do que viver, então dá para aturar, por enquanto.

-Não é divertido?-perguntou Neil.

-Uma outra pessoa me perguntou a mesma coisa há dois anos. Devo dizer o que eu disse? Eu disse que não, algo tão inútil como esse jogo nunca será divertido.

-Inútil-repetiu Neil.-Mas você tem talento.

-Seu elogio é desinteressante e não te levara a lugar nenhum.

-Ah, não é um elogio, estou apenas afirmando fatos, você está se depreciando. É assim que pretende manter Kevin vivo?

O sorriso de Andrew era pequeno e frio.

-Isso não é da sua conta

-Certo, acho que vou descobrir isso de qualquer maneira mais tarde.

Por um tempo, o único som que preenche o lugar é o barulho da bola contra a parede.

Guns, rackets and foxesOnde histórias criam vida. Descubra agora