ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ | Any Gabrielly é uma garota de Londres, ela é a capitã das líderes de torcida da sua escola. Sua vida era perfeita.
Mas tudo muda quando sua família precisa se mudar para Cancún por conta do seu irmão mais velho, Bailey.
A cacheada é obri...
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Any não quis sair do hospital em nenhum momento. Ela queria ficar do lado do irmão o tempo todo. E eu não tive como convencê-la a ir embora.
Ela tinha dormido —— no final, acabei convencendo ela de descansar pelo menos um pouco —— enquanto segurava minha mão. Sua respiração era profunda e eu amava ouvir.
Não queria admitir agora, mas eu estava apaixonado por ela. Acho que nem faço questão de esconder.
Além dela não querer ir embora, eu ainda preciso pedir para que ela vá para a escola. Mesmo que não seja um bom momento e que ela possa acabar se destraíndo fácil com algumas coisas, ela precisava fazer algo ao invés de ficar no quarto do hospital.
—— Alguma novidade? —— perguntou assim que acordou.
—— Não, Any.
Ela se arrumou na poltrona e prendeu o cabelo fazendo um coque bagunçado. Mas do mesmo jeito, ela ficou tão linda com esse penteado.
—— Preciso ligar para os meus pais. —— anunciou se levantando e pegando o celular na mochila.
—— Ainda não ligou?
—— Não tive tempo e muito menos coragem. Mas... eu vou ligar agora. E provavelmente eles vão vir correndo. Vai ser um choro e tanto. —— mexeu nas teclas de seu celular.
Quando começou a ligação, pude ver que Any falava outra língua com os pais delas. Provavelmente filipino... e bom, era incrível o jeito que ela falava essa língua.
Mas também vi que lágrimas caiam de seu rosto rapidamente. Eu não queria ver a Any triste, aquilo doía uma parte do meu coração.
Ela se vira e depois se senta na poltrona. Suspirou fundo e segurou a mão do irmão.
—— Eles estão vindo. O problema não é nem meus pais, é a Nour. Ela é tão pequena 'pra entender tudo o que está acontecendo nesse momento, mas sei que ela vai ficar mais triste do que eu fiquei. —— comentou.
A cacheada ficou em silêncio. E eu também. Não queria atrapalhar o momento dela com o irmão.
—— Any? —— ouço uma voz feminina invadir o quarto.
—— Mãe. —— ela abraçou a mulher.
Bom, era a mãe da Any.
—— Como isso foi acontecer?
—— Ele desmaiou nos primeiros minutos dos jogo.
A mãe de Any foi ao lado da cama e tentou não chorar. Devia ser tão difícil... imagina uma mãe ouvir que o filho foi intubado?
Eu decidi sair do quarto. Era um momento familiar e eu não fazia parte da família. E eu não iria estragar isso.
—— O Bay está aí dentro?
—— Você é a Nour, certo? —— a pequena garota assentiu —— Ele está sim.
—— E a Ny também? —— perguntou.
Provavelmente "Ny" deveria ser a Any. Então, eu apenas assenti.
Fui até a parede e me encostei nela. Suspirei fundo.
Nour acabou deixando a porta sem querer, e eu não sei o motivo, mas eu não fechei a porta. Foi um erro, porque foi triste ouvir a pequena chorar por conta do irmão mais velho.
—— Por que ele não acorda, Ny? —— pude ouvir a voz de Nour.
—— É complicado, Nour.
—— Como faz para ele acordar de novo? Deixa ele acordar, Ny.
Aquilo era difícil de ouvir. Vou até a cafeteria e decido passar um tempo lá. Eu não iria aguentar tudo isso, mesmo que não fosse meu irmão ou irmã lá.
Mas se já é um pouco difícil para mim, imagina para a Any.
