𝕻|page of wands.

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AMARA MULLIGAN
pov.

Lembro-me como se fosse hoje do dia em que tio Miguel contou-me sobre minha verdadeira história, ou melhor, sobre o que eu realmente sou

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Lembro-me como se fosse hoje do dia em que tio Miguel contou-me sobre minha verdadeira história, ou melhor, sobre o que eu realmente sou.
Ele me disse que eu era um anjo, não literalmente, era quase que um. Disse que eu tinha uma missão, ensinou-me que preciso ser forte e aguentar até cumprir ela.
Será que alguma parte dessa missão envolve paz? Felicidade? Quer dizer, se sou um anjo, por que nunca me senti etérea ou pura?
Achei que anjos fossem preenchidos por paz, mas tudo que há em mim é guerra, que hora ou outra ainda vai me matar. E que o senhor de branco me perdoe...mas como eu queria que matasse.
Não é que eu não queira viver, nada me assusta mais do que morrer, mas é que a dor já se tornou insuportável, o peso de seguir em frente é insurportável.
Não me lembro mais de um dia em que eu visse no espelho algo que eu gostasse, ou que ouvisse na minha cabeça algo que soasse agradável.
Não me lembro da última vez em que sorri por estar genuinamente feliz, que dormi uma noite inteira de sono apaziguador. Tudo que um dia já me visitou foi caos, e parece estar me consumindo.

Já faz quase um mês que eu e Apollo estamos aprendendo sobre essa loucura que chamam de mundo espiritual e passamos por rigorosos treinamentos físicos, estou fisicamente e mentalmente esgotada, um caco.
Acabei de sair de uma sessão de treinamento com espadas com Diane e foi uma verdadeira lástima, sou péssima nisso e praticamente em tudo que estão tentando me ensinar, provavelmente por isso ela me disse que minha próxima sessão de treino vai ser com o próprio Deimos, essa ideia me disparou o coração.
Ele tem feito da minha vida no palácio um verdadeiro inferno, quando me ver falhar, vai ser tudo pior ainda.

Saindo da sala de treinos, percorri um enorme corredor cheio de quadros nas paredes sentindo meu coração acelerar, odeio quando isso acontece

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Saindo da sala de treinos, percorri um enorme corredor cheio de quadros nas paredes sentindo meu coração acelerar, odeio quando isso acontece. Quando encontrei uma grande janela bem no meio da parede de pedra deste corredor, debrucei-me sobre ela na tentativa de que o ár fresco pudesse me ajudar a recobrar o fôlego, já que a dificuldade em respirar foi grande.
Já não mais aguentando segurar, acabei desabando em lágrimas que sequer entendi de onde vinham e assim continuei chorando por minutos que perdi as contas.

—Amara?—era a insuportável e grave voz do rei me chamando.

—Senhor—respondi com dificuldade, foi como se a palavra saísse rasgando de minha garganta.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora