𝕬|ace of swords

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AMARA MULLIGAN
pov.

Os espirais das escadarias me pareceram labirintos, senti minha visão ficar cada vez mais turva a cada passo, até meus joelhos se enfraqueceram

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Os espirais das escadarias me pareceram labirintos, senti minha visão ficar cada vez mais turva a cada passo, até meus joelhos se enfraqueceram. Minhas mãos trêmulas me ajudaram a tatear o caminho pelos corredores e desnorteada, apenas deslizei pelas paredes de pedra enquanto minha mente tentava processar tudo que vi.
Gostaria de ter sido forte mas a verdade é que estou horrorizada, meus pulmões parecem insuficientes e o ar me falta enquanto me sinto profundamente nauseada.

Tio Michael me disse que do meu aniversário de dezoito primaveras em diante, tudo mudaria, eu passaria a ver coisas que me assustariam a princípio, e meu corpo poderia fazer coisas impressionantes. Temari me disse que seria como morrer e nascer de novo em outro mundo, mas sinceramente sinto que parei na parte de morrer e estou tão anestesiada que não vejo tanta diferença.
De fato, presenciei muitas bizarrices e meus novos amigos são consideravelmente assustadores, eu sempre soube que Deimos não era muito normal, afinal, como o rei do inferno poderia ser? Mas vê-lo beber sangue daquele pobre homem, de um dos membros de seu conselho, o qual por diversas vezes comeu em sua mesa e riu de suas piadas, fazer aquilo de forma tão animalesca...foi demais para mim.
Todo meu corpo está agitado, estou tremendo, não consigo deixar de imaginar quantas coisas ainda mais terríveis ele fez ou é capaz de fazer, não consigo deixar de pensar no fato que meu conhecimento sobre ele é escasso, meu conhecimento sobre mim mesma é escasso. Tudo que venho aprendendo com Aleister é teórico demais, sobre poderes que eu possa talvez desenvolver se assim como ele e outros demônios mestiços, for capaz de desenvolver os dons da feitiçaria. Bizarro pensar que eu sei como fazer um humano desenvolver cegueira, mas não sabia até pouco que o homem com quem eu durmo bebe sangue igual a um vampiro destas lendas antigas, as quais ele mesmo me mostrou.

—Amara? O que faz aí?—a voz familiar me desperta, mas não consigo responder. Possivelmente notando minha expressão de choque, tio Michael se senta ao meu lado.—O que te deixou assim?

—Eu vi...muito.—gaguejo.

Ele solta um longo suspiro e se levanta, delicadamente me puxando para fazer o mesmo.

—Eu não sei o que você viu, mas definitivamente é algo que devíamos conversar sobre. Na verdade, tem muitas coisas as quais eu devia ter conversado com você, me perdoe ter sido tão negligente, meu medo me tornou um tolo.

—Medo?

—Eu nunca soube lidar com seu pai, tive medo de errar com você e Apollo também, talvez por isso eu tenha jogado a responsabilidade pra cima de Deimos, fico me perguntando se foi um erro. Joguei  todo o peso para cima dele, talvez fosse justo, uma nova punição...eu não sei o que me deu na cabeça.

Peso. Punição.
Então é isso que eu e meu irmão somos? A cada segundo, só me sinto mais esbofeteada pelas circunstâncias.

—Eu e Apollo podemos lidar um com o outro muito bem sozinhos. Foi assim antes de você aparecer, foi assim do Deimos manter a gente nessa prisão, foi ass-...—ele me corta.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora