𝕿|the star.

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AMARA MULLIGAN
pov.

Eu nunca gostaria de alguém como você

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Eu nunca gostaria de alguém como você.

Por que eu me importo com o que Deimos pensa sobre mim? Não faz sentido eu ter ficado remoendo esse assunto em meus pensamentos durante uma semana inteira. Tenho milhares de questionamentos e isso está começando a me distrair.

—Amara? Qual seu problema? Sempre foi um caos nos treinos, mas anda mais distraída que o habitual! O que foi dessa vez?—Diane indagava autoritária e irritada, jogando seu bastão de madeira no chão.

Geralmente retruco ou faço alguma piada, mas hoje não me sinto disposta para discutir ou qualquer coisa do gênero.

—Me desculpe...eu não dormi direito, só isso.

—Procure meu pai para um elixir, ele resolve problemas com sono facilmente.—Foi prática, como sempre.

—Tudo bem.—Suspirei, ainda distraída.

Não é como se eu gostasse de Deimos, eu realmente não gosto, mas inevitavelmente gosto da ideia das pessoas gostarem de mim, me incomoda saber que existe tamanha aversão por conta de uma profecia exagerada. Além do mais, se é o destino, qual o problema? Qual o problema em me amar? Ele acha que eu não sou digna do amor dele? Ele não me acha bonita ou interessante o suficiente?

Não que eu me sinta digna do amor de alguém, porque honestamente eu não me sinto. Mas não quero que Deimos pense assim! Fere meu ego, e sobrevivi todos esses dezenove anos suportando as dores psicológicas e um coração quebrado como eu, mas meu ego sempre me manteve de pé, é o único tipo de auto-preservação que tenho. Me chamam de teimosa, insolente, insana, mas sou aquilo que precisei me tornar para sobreviver.
Qualquer outra camponesa órfã não duraria tanto no meu lugar, tudo que sempre tive foi meu irmão e os olhares tortos de todos aqueles do vilarejo: estranha, louca, bruxa, uma ameaça. Sempre foi assim que me trataram.

Aos quinze anos quando eu e Apollo fugimos e encontramos Temari e o Tio Michael, que bondosamente nos acolheu e explicou a razão de nossas peculiaridades (não é qualquer um que consegue ver espíritos, se curar de cortes mais rápido que o normal e quebrar enormes mesas de madeira com um soco) eu me senti mais segura e estável. O mundo novo de ser filha do temido Lucifer é atormentador, mas ao menos eu tinha uma família, me senti amada.

Desde que pisei nesse palácio sinto como se cada respiração minha me fizesse ser odiada, estou pisando em ovos constantemente, tenho medo de quem eu sou, também tenho medo que me machuquem, ou pior...me descartem. Tenho medo do que vai me acontecer se não me quiserem mais.

Essa onda de pensamentos me bombardeia a cada segundo, nunca me sinto digna ou em paz, um turbilhão de inseguranças e medos cercam minha vida e do meu bem mais precioso, meu irmão. Esses momentos de tormento sempre são acompanhados por uma palpitação intensa, como se meu coração planejasse sair do corpo toda vez que minha mente se agita, minhas mãos soam, eu começo a soar frio, minhas emoções são como cachoeiras. Me entrego ao choro.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora