𝕱|four of wands.

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AMARA MULLIGAN
pov.

Assim que Hera terminou o monólogo, saiu do quarto em passos calmos, eu sequer tive tempo de responder algo

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Assim que Hera terminou o monólogo, saiu do quarto em passos calmos, eu sequer tive tempo de responder algo. Pensei, pensei tanto, e nenhuma resposta me veio em mente, não entendo minha própria reação. Por que eu deveria me importar com o que Deimos diz sobre mim? Ele deixa claro o tempo todo que não me suporta, eu mesma falo mal dele em toda oportunidade possível. Mas...me sinto mal pelo beijo. O pior é que não é exatamente o fato dele ser casado que me incomoda, e sim eu não sentir culpa alguma por ter feito o que fiz, toda a minha culpa é causada pela apatia que tenho por Hera. Não deveria ser assim, ética não se aplica só para pessoas boas, eu também deveria sentir pena de rainhas malvadas que ganham um par de chifres...mas eu não sinto, e penso ser uma pessoa horrível por isso.

O pior de tudo, foi que sequer entendo o que diabos fez com que eu me entregasse de tamanha maneira. Nunca antes beijei ninguém, sempre idealizei o primeiro beijo como algo romântico, um momento guardado para alguém que amo, um beijo cheio de paixão com meu príncipe encantado...e não foi nada disso, foi um beijo cheio de ódio, não teve nenhum momento de amor, foi outra coisa...luxúria? Não sei como descrever, não tive as borboletas na barriga que todos prometeram, senti outra coisa, um calor intenso e a incessante vontade de estar completamente rendida. E o pior de tudo isso, é que foi com Deimos! Não posso negar que me senti especial, desejada, não posso negar que gostei, mas me enoja saber que não significou nada para ele. Não é que vá quebrar meu coração, o fato é que desmonta meu ego.

Estou me sentindo terrivelmente patética, não gosto dele. Mas dói e eu não sei porquê. Quando percebo, já estou chorando. Me envergonho em chorar na frente do pequeno William, não gosto de me sentir frágil na frente de alguém, mas só consigo chorar e chorar, até que suas mãozinhas pequenas toquem meu rosto, acariciando a minha pele gelada com uma doce expressão de preocupação, os olhinhos azuis mal piscam.

—Lady Amara...por que está chorando? A mamãe te fez chorar? Ela me faz chorar também, as vezes.

Nego com a cabeça.

—Não foi isso meu amor, eu estou bem. Acho que só estou...sendo boba.

Ele cruza os braços e parece bravo.

—Lady Amara! Chorar não te faz boba, papai me disse que tudo bem hominhos chorarem, então você pode chorar também.—se senta ao meu lado e passa os bracinhos ao meu redor, me abraçando.—Me conta o que aconteceu tia Amara...

—Você é novo demais para lidar com problemas de gente grande, e nem é nada importante.

O pequeno continua a me encarar, como se não fosse desistir, então após um suspiro de desistência decido desabafar.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora