𝕯𝐄𝐕𝐈𝐋'𝐒 𝕿𝐇𝐑𝐎𝐍𝐄
𓆙
𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐈𝐏𝐄 da morte, sentado ao trono do inferno, prole de Lilith, a primeira perdição e a última salvação. Deimos Blackthorn.
Viu-se perdidamente apaixonado pel...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Minha mente possivelmente parou de funcionar depois das últimas horas.
Aparentemente o que quer de estranho que eu tenha sentido por Deimos é recíproco, acabei de ter provavelmente um dos momentos mais íntimos da minha vida (literalmente até demais) e cheguei á conclusão que a igreja só impõe tantas proibições porque é incrível. De todas as coisas interessantes que eu fiz, todas são pecados, e os meus amigos mais legais são pecadores, os únicos que eu tenho na verdade. Talvez o inferno não seja tão ruim assim, ele está cheio de pessoas como eu, e eu adoro quem me tornei.
Quando cheguei no palácio, eu era um animalzinho assustado. Arisca, confusa, perdida e desesperada pela sensação de pertencimento. Aos poucos fui ensinada a transformar o medo em força e a curiosidade em inteligência, no final das contas de tanto fingir, acabei me tornando aquilo que sempre tentei aparentar: destemida e dificilmente abalável. Mas agora, cara a cara com o progenitor que me abandonou, eu me sinto tão inofensiva quanto antes.
Eu quero gritar, quero dizer a ele sobre todas as vezes em que eu e Apollo estivemos em perigo e eu torci para que ele aparecesse, todas as vezes em que tentaram me machucar e eu só quis um pai para me proteger. Quando eu era criança, logo após a morte de mamãe, saber que eu tinha um pai em algum lugar por aí era razão de esperança, mas conforme eu cresci e ele nunca apareceu, essa mesma esperança foi o que me deixou vazia. Nunca fui de sentir muito ódio na vida, mas acho que ele me ensinou a odiar exatamente por sua ausência. Foi isso que o sofrimento que ele causou me trouxe.
Também tem outro lado que sua ausência me trouxe, o lado desesperado para impressionar ele, o lado que lutaria contra um leão só para o ouvir dizer que se arrepende por ter perdido uma filha boa, quero que ele me ache extraordinária, quero ser tão boa que ele se arrependa. Quero ser corajosa, invencível, quero gritar, quero chorar, quero explodir.
Quero explodir. Quero queimar. De dentro para fora, quero que tudo que me aflige internamente seja como pólvora, quero ascender esse fogo. E quero que o mundo inteiro queime comigo. Quero transformar o mundo que me fez sofrer em chamas, quero que meu pai queime, quero ser queimada junto.
E quando abro os olhos vejo o fogo queimar ao meu redor. O que aconteceu?
Antes disso...tem de haver um motivo, algo a mais, não, eu não perdi a cabeça...talvez eu tenha perdido o controle, talvez eu esteja sentindo mais dor do que eu planejava. Eu me lembro do motivo.
—Bem-vindos á reunião familiar do século!—foi o que Nia falou, antes que a resposta de meu pai fosse instaurar o caos.
