𝕿|the hermit.

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AMARA MULLIGAN
pov.

Desde bem cedo venho trabalhando em um vestido para a rainha

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Desde bem cedo venho trabalhando em um vestido para a rainha. Ela pretende usa-lo em um baile que acontecerá em algumas semanas, as pontas dos meus dedos estão doendo de tanto bordar, Hera não é uma mulher muito vaidosa, boa parte de suas roupas são deveras apagadas, sinceramente se eu fosse uma rainha gostaria de brilhar mais que a lua! De qualquer forma, para este baile em específico ela deseja exalar riqueza no tal evento, nada como dourado para isso, sugestão minha que por milagre a agradou.
Tenho uma companheira de trabalho, Delilah, ela mal abre a boca, quando abre, é insignificante ou irritante, nunca antes conheci alguém tão sonsa, sua voz me dá arrepios. Também é deveras curiosa, frequentemente me pergunta sobre o rei ou comenta a respeito de nossos encontros em sua sala.

—A rainha sabe?—seu sorriso foi forçado, igual a ela.

—Perdão?

—Que você e o senhor Deimos  passam tempo juntos, quase todos os dias. Não que seja incomum, ele também passa muito tempo com Diane e Nia, mas você...é nova, não sei se tem a confiança da rainha, ela parece não gostar de você...—apertou o lábio inferior como quem diz algo que não devia, levantei uma sobrancelha.—Já percebi como a olha, estou lhe avisando pois sou sua amiga e gosto de ver as pessoas bem, amo ajudar e fazer o bem, amo ser uma boa pessoa.

Todas as suas afirmações sobre ser boa e as incessantes tentativas em parecer doce estavam fazendo meu estômago revirar, as vezes queria poder espetar ela com essa agulha.  Ninguém nunca a ensinou que a bondade deve ser espontânea?

—Sou estrangeira, e como disse, nova no palácio, uma rainha naturalmente não gostaria de mim.

Ela sorriu concordando com a cabeça.

—Senhorita Hera tem fama de ser um tanto cruel com os funcionários que não gosta, e nem mesmo o rei a impede, boa sorte! Te desejo o melhor.—cada vírgula nela soava falso, ou talvez fosse coisa da minha cabeça.

—Te desejo o dobro.—fui cínica.

Sinto seus olhos sob mim enquanto eu me concentro no bordado, estou prestes a lhe perguntar se perdeu os calções em meu nariz.

A porta se abre bruscamente, Apollo praticamente cai para dentro, tem um jeito desajeitado de andar.

—Irmãzinha!—vem bagunçar meu cabelo e espraguejo, logo levanta a mão acenando para Delilah—Ah, boa tarde dama.

—Achei que já tivesse decorado meu nome!

Eu vou furar ela com essa agulha quando tiver a chance.

—Só decoro o nome das damas bonitas!—exclamou creio que inocentemente e eu acabei rindo, ele arregalou os olhos e sua voz tremeu.—Não que eu esteja lhe chamando de feia, não foi isso que eu...—respirou fundo, desistindo de justificar.—Aleister está nos chamando para os deveres do dia.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora