𝕿|the judgement

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DEIMOS BLACKWOOD
pov.

Amara ficou tão fragilizada que acabou desmaiando, minha preocupação com ela foi maior do que qualquer fim do mundo, provavelmente porque agora ela é meu mundo, e imediatamente me retirei

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Amara ficou tão fragilizada que acabou desmaiando, minha preocupação com ela foi maior do que qualquer fim do mundo, provavelmente porque agora ela é meu mundo, e imediatamente me retirei. Só sosseguei quando ela finalmente acordou, e tive a oportunidade de esclarecer mais os assuntos abordados. Tive de explicar melhor sobre os seres primordiais (conhecidos como Titãs) e mais alguns fatos do mundo espiritual.
Na noite seguinte ao ocorrido tivemos mais um encontro, passamos horas tentando debater e encontrar soluções, somente uma decisão foi tomada: Precisamos achar Mawu e descobrir nossos papéis em tudo isso, descobrir como podemos salvar nossas próprias cabeças e consequentemente a maldita humanidade. O espelho sempre foi uma ferramenta de Mawu para fazer revelações sobre nosso destino, os sonhos (ou pesadelos) que temos depois de entrar em contato com o espelho, são presentes da própria entidade Mawu, a titã responsável pelo destino e a evolução.

Lucifer prometeu voltar aqui em quinze dias com informações sobre a localização desta, e então todos nós iremos encarar o que nos aguarda. A frustração de Amara é nítida, e embora parte disso seja por tudo que vem descobrindo rápido demais, fica claro que também é por uma quebra de expectativas com o pai. Mais do que nunca, agora passa seu tempo no jardim durante horas, sozinha, em silêncio, não canta, não emite nenhum som, até seus movimentos são limitados. Toda a sua vivacidade fora reduzida a agir feito um espectro, e essa ideia faz meu coração parar, tenho medo de que as coisas que nos aguardam, roubem dela a pessoa que fora.

—Amara?—chamo-a passando entre arranjos de flores que ensaiam formar um labirinto no meio do jardim. Desde que ela chegou, as flores parecem desabrochar mais rápido, com mais vida, até a grama do jardim parece mais verde.

—Estou aqui.—responde baixinho, o tom de voz entrega que andou chorando.

Não sei como reagir a esse tipo de coisa, não sei lidar com sentimentos e emoções frágeis, queria poder tirar tudo isso dela e colocar em mim. Prefiro sofrer a ver ela sofrendo, porque a dor em seus olhos é a verdadeira razão dos meus lamentos.

—Ele não se despediu antes de ir, não foi?

—Não trocamos nenhuma palavra além das conversas nos encontros com todo mundo.—o olhar choroso encontra o meu.—Nenhuma justificativa, nenhum esforço...ele só ignorou minha existência e de meu irmão provando que realmente não se importa.

Não sei o que devo falar para ela se sentir melhor, anjos conseguem ser mais frios do que demônios, Lucifer é os dois e tem os defeitos e qualidades dos dois mundos. Imagino que ela tenha criado altas expectativas sobre muitas coisas, e tenho medo de que isso acabe ferindo seus sentimentos, seu coração é bom demais para esse mundo. Seu coração é bom demais para mim...ela é boa demais para mim, por que me escolheu? E se eu a magoar? E se um dia eu for a razão desse olhar choroso e de um coração quebrado? Minha escuridão pode ser mais forte que o brilho dela e perceber isso me deixa mais perturbado a cada segundo.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora