𝕶|knight of cups.

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AMARA BLACKWOOD
pov.

No jardim, não sei exatamente o que senti

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No jardim, não sei exatamente o que senti. Quando Deimos demorou a se expressar, fiquei insegura, mais do que o normal. Apollo foi desnecessário, como sempre, mas entendo que está tentando me proteger. Ele e Aleister entraram em algum tipo de obsessão anti-Deimos desde que descobriram sobre nós, Diane e Uriel (quem inclusive tem se mostrado ser um doce) não se posicionam contra, mas ao mesmo tempo não parecem a favor. É como se o universo conspirasse contra nós dois e isso me enlouquece, a estranheza de Deimos me enlouquece, e por algum motivo isso torna as coisas ainda mais irresistíveis. Não importa o quão errado tudo esteja dando e o quão errado nosso envolvimento seja, eu não sou capaz de evitá-lo.

Quando convenci meu irmão de que estou bem e ele finalmente saiu de meus aposentos, afundei o rosto em um travesseiro e chorei até adormecer. Tem muitas coisas me perturbando, minha própria mente me tortura, está sendo difícil lidar comigo mesma então chorar nunca me parece má ideia. Tenho chorado todas as noites desde que meu pai chegou, mais ainda quando ele foi embora. Uma criada me acordou para o jantar, e fui surpreendida pela variedade digna de um banquete especial, com destaque para diversas tortas doces que captam minha atenção na hora.
A sala de jantar está decorada nos cantos por flores brancas belíssimas que nunca vi antes, me pergunto se tem algo de importante acontecendo e não fui avisada. Deimos, sentado á cabeceira da enorme mesa de madeira parece tenso, tenho medo de que ele esteja por algum motivo bravo comigo, a ideia me apavora tanto que a vontade de chorar me visita, mas me contenho.

—Não sabia que sua mãe gosta de flores e tortas doces.—Hera soa ríspida enquanto corta um pedaço do faisão em seu prato.

—Eu não gosto.—senhora Lilith torce o nariz enojada.

—É mesmo?—a rainha levanta uma sobrancelha e encara seu marido de novo.—Imaginei que o empenho de Deimos para fazer algo especial em data banal tenha sido para agradar a senhora...aparentemente ele tem um motivo melhor.

Ele pigarreia e encara Lilith brevemente, eles parecem se comunicar com o olhar.

—Eu adoro, mais do que gosto, adoro.—enfatiza como que se corrigindo e em seguida começa a olhar para mim fixamente, congelo de medo, ela é assustadora levando em consideração os grandes e julgadores olhos azuis e os traços afiados de sua face esculpida. Uma estátua assustadora.

Sorrio para ela e aceno, não consigo pensar em outra reação. Ela levanta uma sobrancelha me olhando com algo similar a nojo e descubro com quem Deimos aprendeu a ser daquele jeito.

—Mamãe?

—Sim, meu principezinho?

Principezinho. Todos na mesa gargalham um pouco alto demais, ele se mostra constrangido como nunca antes e me divirto com a cena. Deimos e Lilith são as pessoas mais frias e assustadoras que já conheci, portanto é bizarro notar o quão carinhosa é a relação entre os dois, nunca imaginei que ele fosse um filhinho da mamãe. Principezinho, não vou esquecer disso.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora