𝕾|seven of wands.

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DEIMOS BLACKWOOD
pov.

DEIMOS BLACKWOODpov

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Mente cheia.
Sempre cheia.
Um constante turbilhão de pensamentos invasivos e inconvenientes que não me permitem um minuto sequer de paz. Não vou me vitimizar, esse é um preço que talvez eu tenha escolhido pagar, quer dizer, talvez se eu fosse bom, as coisas teriam sido diferentes, mais fáceis. Eu escolhi ser quem sou, escolhi minha rebeldia, as guerras em que participei, as vidas que tirei, todos aqueles que afastei...escolhas, foram as minhas escolhas e agora preciso suportar a dor delas. A insuportável dor delas.

—Que diabos você tem?—A familiar voz de Nia me repreende, e só então me dou conta que devo estar parado segurando esse cálice de vinho e encarando o balcão de pedra da cozinha há uns bons minutos, espero que nenhum criado tenha notado tal deslize.

—Acabei pensando demais.

—Você sempre pensa demais.—Resmunga rasgando um pedaço de pão e levando de uma vez para boca.

—E você come demais, não acabou de almoçar?

—Eu não tenho culpa se sinto fome.

—Quando raios você não está com fome, Nia? Não me lembro da última vez em que te vi e você não estava mastigando nada, aliás posso suspeitar que já nasceu comendo.

—Me deixa comer em paz, não enche.—falou com a boca cheia, acabei por torcer o nariz, odeio quando faz isso. A tarefa de a ensinar modos se torna mais difícil a cada século.—Vai me contar sobre o que estava pensando?

—Depende, você vai me julgar?  Quer dizer, penso sempre sobre muitas coisas, mas ultimamente andei pensamento sobre algo que eu não deveria.

—O amigo julgador sempre foi você, anda logo, abre o coração.

Solto um longo suspiro. Me abrir sempre é difícil, até mesmo para ela, a pessoa que mais confio no mundo todo.

—E se Lucifer não aparecer?—Questiono, embora tenha todas as respostas na ponta da língua.

—A gente mata os filhos dele, oras, não foi isso que sua mãe sugeriu?—Nia fala como se fosse algo óbvio.

—Ela sugeriu uma forma de fazer ele aparecer, foi só uma ameaça, não significa que realmente devamos matar os gêmeos.

E então ela para. Olhos escuros, cabelos castanhos trançados, pele cor de canela. Memorizo seus detalhes enquanto ela me encara, me mede, me julga.

—Você está relutando?

—Um rei não reluta.—Sou rápido retrucando.

—Deimos...o problema é ela?

—Do que está falando?

—De uma coisinha de cabelos cor de fogo, pouco mais do que meio metro, olhos esbugalhados e uma vozinha terrivelmente irritante.

Nia não acharia a voz dela irritante se a ouvisse cantar, pois posso afirmar que não existe nada mais belo do que sua voz.

DEVIL'S THRONEOnde histórias criam vida. Descubra agora