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Iremos Alcançar O Paraíso
━━━━━━━━━━Assim que Jonathan saiu do estúdio, Dio, enfurecido, largou o fone sobre a mesa e sentiu um bolo no meio da garganta que dificultava engolir essa história de "férias" que, para ele, não passava de uma desculpa esfarrapada do alfa para deixar-lhe na mão, como esperado de alguém que se vingaria por não conseguir o que quer.
Não, não é isso...
Porque Jonathan nunca fora assim. Nunca fora vingativo nem quando deveria ser... Dio sabia disso, porque ser vingativo era muito mais do seu feitio. Não do Jonathan.
E o que o fazia pensar dessa maneira tão distorcida? Dio não tinha resposta para aquela pergunta. Mas assim que Enrico chegasse com o pozinho mágico tudo estaria sob o seu devido controle.
Eu não preciso de nada disso pra estar no controle, mas sei que a branquinha ajuda..., Dio ruminava consigo mesmo com ansiedade. É só uma ajuda, não preciso disso sempre. Tenho tudo sob controle. E tudo o que eu quero, eu consigo... basta estralar os dedos e Enrico faz acontecer... Ele é pago pra isso, pra me manter satisfeito. E Jonathan atende outras questões, outras necessidades... mas por quanto tempo ele pretende dar esse tempo? Temos tanto no que trabalhar... O próximo álbum precisa sair ainda este ano! Não pode ser que ainda esteja com raiva por eu ter mandado aqueles traidores embora. Há quanto tempo isso faz? Há tanto que nem mesmo me lembro. E por que eu deveria me importa? Se Jonathan quer dar esse tempo, tudo bem... Será um ótimo momento pra provar de que não sou tão dependente dele quanto ele deve pensar. E a banda é minha, sempre foi, e faço dela o que eu quiser.
Suspirou, cansado. Não tanto quanto Jonathan a ponto de pedir por férias, mas estava cansado mentalmente, embora nada muito turbulento passasse em sua mente naquele momento, além de uma insistente lembrança de uma conversa que tivera com o alfa.
— Você... acredita no amor, Dio? – ele indagara, de repente.
Dio ainda se perguntava a razão pela qual aquela lembrança vinha à tona sempre que Jonathan estava longe ou depois de uma briga, mas estava convencido de que era algum truque alfa que Jonathan usava para induzi-lo a aceitar algum capricho dele, fosse ele qual fosse.
— Acredito que é uma ótima jogada de marketing pra se comprar presentes – Dio respondera.
Ainda morava naquele primeiro apartamento comprado por Jonathan – ainda que Dio desconfiasse que o pai do alfa esteve envolvido nos trâmites da compra.
— Tô falando sério. – Jonathan estava na cozinha, preparando o café da manhã. Com o tempo, o alfa vira a necessidade de aprender a cozinhar o básico para que não morressem de fome, já que o ômega nunca colocaria a mão na massa, literalmente. E Enya, enquanto viveu, cuidara sempre muito bem de Dio.
— E quem disse que não estou? O amor é uma tremenda bobagem, Jonathan. Te fizeram acreditar que é algo belo e duradouro, mas na real só te deixa debilmente tolo e vulnerável. Só gente imbecil que continua caindo nesse papo de "amor verdadeiro" como se fosse algo que pudesse ser compartilhado, e não é. O amor próprio é o verdadeiro amor que existe. Porque somos um bando de egoístas cretinos que inventou o "amor verdadeiro" pra convencer os outros a se dedicarem a nós sem que precisemos pedir. A marca está aí pra corroborar com este fato.
— Você não acredita mesmo nisso, né? Não de verdade... – Jonathan parecera em choque.
— E por que não acreditaria? – Dio dera de ombros, encostado no batente da cozinha, observando aquele alfa só de cueca preparando o desjejum. Embora aquela cena não fosse novidade, Dio não se cansava de apreciá-la.
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Âmbar No Azul-Celeste [✓]
FanfictionA banda de rock progressivo, "The Phantom Blood", está desfalcada há meses. Sem um guitarrista decente para continuar com o sonho do estrelado, Dio Brando se vê num beco sem saída. Entre continuar insistindo ou desistir do sucesso de vez, um tal de...