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E, De Repente, Mudou De Ideia?
━━━━━━━━━━A pergunta que a Dra. Erina Pendleton fizera em tom zombeteiro, mas genuinamente feliz e curioso na beirada do leito hospitalar, reverberou na mente de Jonathan Joestar pelo resto da semana.
Ela sempre voltava em momentos inoportunos, dos quais Jonathan precisava de sua total concentração e, claro, falhava miseravelmente, já que notava a sua distração somente quando tinha o braço cutucado por uma caneta de algum colega de sala ou o nome chamado aos berros.
E, no meio da aula de História Greco-romana, dois dias depois da alta do hospital, Jonathan não poderia se lembrar do que a professora havia dito três minutos atrás porque a sua mente se desviou, mais uma vez, à questão que dava a ele sensações estanhas de ansiedade e pânico, ou seria desinteira?
Mas toda a conversa que tivera com a doutora, se ordenado, poderia recita-la como um poema bem decorado numa oratória.
Ele havia se oferecido para tocar na banda. Algo que nunca demonstrou interesse em fazer antes...
— Não é pelo ômega! – Apressara-se novamente em se explicar diante de uma doutora com os braços cruzados e de sorriso na cara que anunciava uma chacota muito em breve. Porém, se esforçara bastante para demonstrar desinteresse. — É sério. Estou completamente focado em arqueologia, mas...
— Maaas... – a doutora repetira em tom jocoso.
— Quero ao menos saber como é estar numa banda, só pra dizer por aí que fiz de tudo nessa vida. – Pôde sentir as próprias bochechas pegarem fogo. Claro que só estava mentindo para si mesmo, o que era pior ainda.
— Claaaro! – Dra. Pendleton não se dera ao trabalho de se despedir depois daquele papo-furado. Ficara claro que ela precisava atender aos demais pacientes e que não acreditaria em qualquer desculpa esfarrapada que o alfa daria.
Erina – como baixista e não médica – demostrara certo interesse em ouvi-lo tocar e Jonathan tinha quase certeza que ela duvidava da veracidade de seu talento. Portanto, se tornou uma questão de honra provar o que sabia fazer. E ele não desistiria... mas se questionava se era a coisa certa a se fazer por agora, afinal.
Por que sair do cronograma? Por que ceder a esses malditos impulsos de curiosidade, desviando-se do caminho que foi tão cuidadosa e previamente planejado? Porque a curiosidade quase febril que o agarrava não dava sinais de que afrouxaria, que diminuiria o aperto.
Ainda mais agora que havia uma possibilidade de afinidade entre eles. Então, nem tudo estava perdido! Afinal, quem poderia imaginar que aquele ômega compartilharia do mesmo gosto musical refinado? Jonathan riu do pensamento.
Tudo bem, ele sabia que o gosto pelo prog não deveria ser a base de uma relação sólida... no entanto, ao menos, teriam assuntos para conversar, poderiam trocar experiências, dicas de novas bandas, sem deixar aquele silêncio constrangedor intensificar o quão estranhos os dois ainda seriam um para o outro.
Ainda assim, Jonathan não se esqueceu da cautela que a doutora usou ao descrever o ômega como "complicado". O quão complicado seria, teria de descobrir sozinho, o que poderia ser muito em breve, pois Erina o intimou, após anunciar a sua alta, a tocar com a banda no próximo fim de semana, caso ele não amarelasse colocando qualquer empecilho para esse encontro não acontecer...
Dio poderia não comparecer ao ensaio, possibilidade que Erina também não descartou, inclusive, seria o mais provável segundo ela mesma por motivo simples: Dio não aparecia no dormitório ômega ou na universidade há dias, o que trouxe outras rugas de preocupação em Jonathan, mas Erina logo o tranquilizou:
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Âmbar No Azul-Celeste [✓]
FanficA banda de rock progressivo, "The Phantom Blood", está desfalcada há meses. Sem um guitarrista decente para continuar com o sonho do estrelado, Dio Brando se vê num beco sem saída. Entre continuar insistindo ou desistir do sucesso de vez, um tal de...