Âmbar No Azul-Celeste [✓]

Capítulo XIII

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O Que É Ser Alfa De Verdade
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Jonathan... Jonathan... precisamos mostrar pra todos eles que aquele ômega é nosso, ele nos pertence.

A voz era interna, vinha do fundo da mente de Jonathan, com um leve rosnar em cada sílaba, contendo-se para não uivar e não ser compreendida, no entanto, Jonathan tinha consciência de que era capaz de entender os seus dizeres mesmo se ela apenas grasnasse.

Ele está com o cheiro do ômega impregnado na pele... ele está com o seu... o nosso ômega... se corrigiu.

A voz parecia brincar com a própria língua dentro da boca enquanto falava, movendo-a entre os dentes – embora Jonathan imaginou presas enormes saindo dali – e umedecendo os lábios, dando a impressão de que estava prestes a se banquetear.

Dio... Jonathan chamou pelo ômega, não, esse alfa não pode marcá-lo, não... Sentiu-se apreensivo.

Você entende, Jonathan, por que precisamos tomar o controle dessa situação? De mostrar o que é ser alfa de verdade pra esse sujeitinho metido a headbanger e a qualquer outro que disser alguma merda que a gente não gostar? Deixe-me sair, então, dominar e fazer o que faço de melhor.

O que isso significava Jonathan não fazia ideia, e teve medo de descobrir, pois a voz soava tão poderosa, tão voraz e selvagem, ainda que eloquente, parecia loucura tentar impedi-la.

Pensou numa figura sem rosto que estivera em seus sonhos, dando o nome à ela de Dio, e a imaginou nos braços daquele sujeito por todo esse tempo, o que acabou dilacerando seu coração; sim, sentiu doer intensamente em seu peito como nunca antes na vida.

Nunca havia se apaixonado por alguém... Espera! Não estou apaixonado, estou? Seu coração parecia respondê-lo, doendo cada vez mais a ponto de fazê-lo chorar de tristeza. Eu... vou perdê-lo...

Cala essa boca! vociferou a voz. Não vou permitir que o MEU ÔMEGA esteja com qualquer outro a não ser COMIGO!

Mas o que era aquela voz, afinal?

Não podia ser a sua voz da consciência... era algo como a sua própria voz... mas distorcida, animalesca e feroz.

O que está fazendo? O que é você, afinal? Jonathan se encontrava desesperado naquele lugar escuro e desconhecido de sua mente. Ordenava que a voz, fosse o que fosse, o obedecesse, já que estava em sua cabeça.

Mas ela pareceu zombar de sua tentativa de dominação.

Sou o melhor de você, sou o seu instinto, o que te torna alfa, dominante e intimidador. Demos uma boa lição naquele sujeito.

Jonathan estava assustado, quanto tempo estava fora de si?

Não! Eu sou melhor do que isso, sou melhor que você!

Sem mim, você não é nada! Não vire as costas pra a sua natureza, Jonathan.

Jonathan não queria mais ouvi-la, sabia que ela, sendo uma voz de sua cabeça, usaria os seus próprios pensamentos contra si para subjugá-lo.

Reconhecia que não usara tanto de sua força de vontade para se impedir de pensar no ômega, mas agora faria bom uso dela para retomar o controle de sua própria mente.

E foi como uma explosão do subconsciente ao consciente.

Você vai se arrepender disso... Foi a última coisa que ouviu daquela voz animalesca antes de voltar à superfície.