Capítulo XLIII

43 6 66
                                    

━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━
Vou Quebrar Essa Promessa
━━━━━━━━━━

Foi difícil chegar lá.

Os dois primeiros hospitais dos quais passou não eram o certo. E isso exigiu de si uma paciência que já não tinha mais. Assim que chegou, porém, começou a contar os minutos para a frente do prédio amanhecer lotada de carros de reportagens das emissoras estacionados ali em busca de uma notícia.

Antes mesmo de receber a ligação que informava o ocorrido, Jonathan sentira a sua marca queimar como nunca antes. E embora não quisesse acreditar, a princípio, o que aquilo podia significar e que aquele dia finalmente chegaria, ele imaginava que se tratava de mais uma vingança por ter exposto a sua vida conjugal que Dio não queria compartilhar com a mídia.

Depois, veio o mal-estar sentido pelo parceiro; a mente desordenada, a dor no estômago e a baixa temperatura eram sintomas claros de que algo estava muito errado. E que Dio precisava de ajuda, urgente.

O choque maior foi descobrir que ele se encontrava na Holanda e levado às pressas para um pronto socorro por ter sofrido um colapso.

E ainda mais difícil que chegar lá foi não sentir raiva apenas de si mesmo, mas dele também.

Jonathan teve que se segurar para não arrebentar a cara daquele magnata ordinário assim que o viu perambulando pelo corredor, ao lado da equipe que sempre o acompanhava como uma sombra; uma moça chamada Perla, a principal assistente de Pucci, e um rapaz que Jonathan acreditou se chamar Thunder McQueen.

Os olhos quase esbugalhados que Enrico lhe direcionou quando ele percebeu muito tarde a sua presença serviu para Jonathan não se precipitar, afinal de contas, precisava trocar umas palavrinhas com o agente da banda e, para isso, ele tinha de estar consciente.

Enrico não estava apenas com medo de Jonathan e do que possivelmente iria lhe acontecer, mas também parecia cheio de apreensão diante do estado de Dio.

— Jo-Jonathan... vo-você devia ter aparecido n-no estúdio, hoje – Enrico se pronunciou depois de um tempo, sentindo-se parcialmente seguro quando McQueen se comportou como um suposto guarda-costas ao se postar entre ele e o alfa, pronto para fazer o seu suposto trabalho. E acrescentou: — Liguei. Deixei recados. Você deveria ter ido conosco.

Deveria?!

Jonathan não gostava de usar artifícios para conseguir o que queria, mas estava cansado de tanto ter que dialogar com aquelas pessoas e, ainda assim, ser tratado como um idiota.

Não tinha que perder mais tempo com aquele pobre coitado que se pôs como escudo, então, bastou se empertigar na frente de McQueen, inundando o ar com os seus feromônios de alfa dominante, para o rapaz sair a passos cautelosos para o lado, com os pelos da nuca eriçados e as mãos erguidas quase como rendição.

Enrico presenciou aquela cena em completo choque por, talvez, não esperar que Jonathan passasse tão facilmente por aquele "obstáculo".

A assistente desapareceu do corredor, o que significava que ela seguiu até a entrada, para chamar a segurança do hospital, para impedir aquele "alfa furioso e descontrolado" de seguir adiante com uma possível carnificina. Então, não tinha mais tempo a perder.

Jonathan pôde sentir os cheiros misturados de álcool, vômito e do seu ômega vindos do empresário – ainda levemente drogado –, o que acabou o impulsionando a pegar o tal sujeito pelo colarinho e prensá-lo contra a parede com muita força, porque a gentileza era escassa.

Âmbar No Azul-Celeste [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora