Âmbar No Azul-Celeste [✓]

Capítulo XXV - 1974

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Barreiras De Ego
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—— A união entre alfa e ômega é como um acidente prestes a acontecer a qualquer momento, como quando se tem apendicite ou pedras na vesícula. São inevitáveis.

Era o que dizia uma antiga e descontinuada propaganda de seguro de casamento para "elites" da sociedade nos anos 50, que por mais absurdo fosse a ideia de ressarcir pessoas podres de ricas depois de uma ligação por mordida considerada não muito rentável, a frase que abria a propaganda detinha fatos verídicos.

E Jonathan poderia muito bem acrescentar irreversível no final daqueles dizeres após assistir a própria união com Dio entrar em um conflito irremediável da noite para o dia, literalmente.

Passado alguns dias, voltar ao dormitório alfa não pareceu mais um problema – os residentes estavam entretidos demais com as provas finais do semestre para se importarem com a volta do alfa dominante – e Jonathan não parou de pensar no que podia fazer para reverter a outra situação, sem aderir à sugestão extremista dada por um ômega furioso... que não compareceu à universidade ou ao dormitório ômega desde o dia em que saiu da velha mansão Joestar.

Jonathan não conseguiu evitar de sentir-se mal com a rejeição daquele dia; a sua respiração estava presa nos pulmões de maneira tão repulsiva que parecia matá-lo por dentro. E foi como passou a se sentir por um bom tempo...

Eventualmente, Jonathan conversava com Erina; sempre que a encontrava pelo campus buscava ao máximo evitar que o assunto calhasse apenas no ômega, mas Erina não parecia se importar quando até nisso ele falhava.

— Acha que ainda há jeito de reverter essa situação? – perguntou ele em busca de alento enquanto olhava – sem de fato ver – a paisagem à frente. — Dio me odeia e não posso culpá-lo, afinal não era isso que ele queria. Ele me disse com todas as letras... e pensei que eu estivesse preparado pra ouvi-las.

Sentados debaixo de uma bétula, "observando" os demais universitários passearem ou correrem pelo campus, Erina e Jonathan se encontravam ali duas – às vezes três – vezes por dia.

Speedy também comparecia a esses encontros, mas estranhamente nunca a sós com Jonathan, o que levou-lhe a pensar que um assunto mal resolvido atrapalhava essa relação.

Claro, considerando que Jonathan continuava a insistir em oferecer a grana do conserto da bicicleta mesmo sob protestos e recusas contínuas de Speedy, havia, sim, um assunto mal resolvido.

Contudo, se tratava de algo que aparentemente Jonathan era o único que ainda não sabia o que era, mas chegou a associar o afastamento de Speedy com a reação dos outros alfas quando eles descobriram a fortitude de seu gene.

Quando junto com Erina e Speedy foram a um pub no último final de semana, Jonathan aproveitou para perguntar se era um problema ele ser um dominante.

— Queria eu ter esse tipo de problema comigo – Speedy respondera com espontaneidade e, em seguida, quase se escondera dentro da caneca de cerveja enquanto a entornava. Ao batê-la de volta na mesa, apresentando um bigode branco de espuma sobre os lábios, completara: — Esquece o que acabei de dizer.

Jonathan não precisou de muito esforço para seguir tal conselho, porque o ômega tomava bastante espaço em seus pensamentos.

— Sinceramente – dizia Erina —, sinto-me culpada...

Jonathan olhou para ela com consternação.

— Por que diz isso? – indagou, sentando-se mais próximo da beta.