Sᴏʙʀᴇ ɴᴏ́s

02

Catarina ou como preferi, não sei porque mais ninguém costuma me chamar pelo meu nome, geral arruma algum apelido.

A não ser a minha mãe que sempre me chama pelo nome em um grito que parece não ter fim.

Meu pai me chama como sempre me chamou, aqueles apelidos fofos que algumas meninas costumam crescer e ficam com vergonha de ouvir sabe? o oposto de mim, porque eu sempre gostei.

Minha família certeza é o que eu tenho de mais importante na minha vida, meus pais, meu irmão e minha princesa Maya, responsáveis por me fazerem rir na maior parte do tempo.

Também tem o Philipe o que provoca toda a bagunça na minha vida e nos meus pensamentos.

Depois de todo aquele sufoco que a gente passou quando meu pai descobriu, tava tudo fluindo até que ele um dia me deixou lá em casa e foi para um baile em outro morro.

Não fiquei chateada por isso, até porque nós não tínhamos nada sério, porém quando eu perguntei ele tinha me dito que iria pra casa assim ele acabou mentindo pra mim.

Então pra gente não perder o carinho que sente um pelo o outro eu resolvi só me afastar, e ele parece ter entendido isso.

Eu estou sozinha em casa, meu pai e minha mãe foram deixar Vinícius e Maya na escola e eu fiquei.

Meus professores entraram de greve então vou ficar um tempo que eu ainda não sei até quando sem ir a escola, porém falta pouco tempo para a minha formatura, e se essa greve continuar por muito tempo, tenho que comparecer só pra fazer algumas provas.

Como eu sei que posso ajudar de alguma forma, amanhã eu começo a trabalhar na loja da minha mãe.

E disse ao meu pai que se ele precisar posso ir pro galpão ajudar ele também.

Sai do meu quarto e fui em direção a porta da sala, gosto de sentar ali, as vezes aparece algumas senhoras pra conversa ou eu converso com algum dos meninos que trabalham pro meu pai. Mesmo eles não me respondendo e eu falando sozinha, já que eles evitam trocar qualquer ideia comigo, o que mais acontece é eu soltar tipo um " hoje tá calor né" eles me respondem com a cabeça e tá tudo certo.

Tava usufruindo daquele sol quentinho quando senti alguém fazer sombra bem na frente dele.

Filé: A alegria desses moleque é quando você tá aqui fora, olha a cara desses otários. -Ele fala parando na minha frente.

Catarina: Você poderia me dar suas blusas né, já que você não usa. -Falo enquanto olho pra ele que está do jeito que ele mais gosta, sem camisa e com aquelas bermudas de jogar bola.

Filé: Seu mal é esse, quer minhas blusas mais não quer meu corpinho. -Ele fala e senta do meu lado deitando a cabeça no meu ombro.

Nem respondi, fiquei quietinha enquanto ele fazia carinho na minha perna.

Xamã: Bonito pô nota dó pra essa cena, eu procurando esse vacilão e ele no solzinho com a minha filha. -Ele fala com a minha mãe, enquanto desce do carro.

Escutei a risada da minha mãe enquanto entrava, e não demorou muito pro Filé ir atrás dos dois é sempre assim quando ele ver a minha mãe chegar com alguma sacola.

Xamã: A casa fica no maior silêncio sem aqueles doidos. -Ele fala enquanto me abraça de lado.

Filé: Aqueles dois tem bateria infinita papo reto, tenho dó das tia da escola. -Ele fala enquanto ajuda a minha mãe a guardar as coisas.

Dou risada e me solto do meu pai indo em direção ao meu quarto.
Deitei na cama de barriga pra baixo e esse é o jeito que eu mais gosto de deitar.

Fiquei quietinha ali pensando em algumas coisas, mais sai do meu pensamento quando vi a porta abrir.

Filé: Cama melhor que essa nunca nem vi. -Ele fala deitando do meu lado.

Garoto folgado não me lembro quando dei essa liberdade.

Catarina: Me ajuda a escolher uma roupa? -Falo me levantando da cama vendo ele resmungar.

Filé: Depende, pra que? -Ele pega um travesseiro e apoia nas costas.

Catarina: Vou sair com umas colegas hoje mais tarde. -Falo e me viro pro guarda roupa.

Filé: Eu vou também. -Assim que ele fala eu me viro pra ele com a sombrancelha erguida.

Catarina: Não me lembro de te convidar. -Falo e dou risada quando sinto o travesseiro que ele me jogou.

Filé: Então não te ajudo pô, garota chata. -Ele fala as últimas palavras baixo, mais eu escutei.

Catarina: Sai daqui então Philipe, chato é você. -Falo me virando pra ele com as mãos na cintura, ele me encarou e se levantou saindo do quarto batendo a porta.

Pensei em chamar minha mãe pra me ajudar a escolher a roupa mais ela aprendeu com o meu pai e corre de mim agora.

Acabei deixando isso pra lá e deitei na cama de novo, tava quase cochilando quando meu celular vibrou.

📱

"O crime só compensa se for pra roubar uns beijos seu."

"Achei que tava puto, quase levou a porta quando saiu."

" E eu tô pô, qual foi tsunami não vai me levar mesmo não?"

"É um rolê só com as meninas Philipe."

"Se fosse um rolê com os moleque eu ia te levar pô."

"Te conheço Philipe, iria mesmo?"

"Claro que não, tô nem maluco. 😁"

"Tirou o dia pra ser chato é?"

"Vou logo mandar a real então, eu vou ai pro seu barraco te espera chegar pra gente troca uma ideia, tendeu?

"Vou ver e te aviso, beijo vida."

Bloqueie o celular e coloquei ele de baixo do travesseiro.
Philipe tem dia que é assim e eu sei que não demora muito pra ele fica de bico pra mim.

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