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Foram dois meses viajando.
Os dois piores meses da minha vida.
Eu resolvi os bagulho o mais rápido possível, me arrisquei em todos os sentidos só pra não demorar lá.
Eu fui pra um lugar onde tinha tudo que os meus parceiros gostam, mulher, sexo e luxo.
A parada lá é sinistra, todo dia era final de semana, festa atrás de festa, mulher era o que mais tinha e era fácil arrumar qualquer esquema.Fiquei sozinho na maior parte do tempo, fui pra esses rolê onde geral voltava acompanhado e eu voltava sozinho.
Pra sair do aeroporto foi uma das paradas mais difíceis que eu já enfrentei. Óculos escuro, capuz e boné era isso que eu estava usando para disfarçar, tudo foi tão intenso que dessa vez meu rosto estava em todos os lugares.
Quando sai do aeroporto Índio tinha ido me buscar, sozinho pô sem segurança nenhum. E o maluco com uma blusa nada chamativa escrito "seguindo sem rumo" cara otário papo reto mesmo.
Filé: Como tá as coisas lá? -Falo com ele que dirigia na maior paz.
Xamã: Mudou muita coisa não pô, tá parecendo que ficou fora uns dez anos. -Ele fala dando risada.
Filé: Pra mim foi uma eternidade otário. -Ele ri mais depois me olha sério sabendo o que eu vou pergunta.
Xamã: Ela tá bem. -Ele fala sem olhar pra mim e eu suspirei aliviado.
Dois meses sem nenhum contato com ela, foi assim que ela quis e eu tive que respeitar.
Fiquei esse tempo todo atualizando os bagulho toda hora pra ver se via uma foto dela, uma noite fiquei por horas olhando as fotos dela na minha galeria, e assim era minha motivação para voltar o mais rápido possível.
Filé: Tem alguém de olho nela? fala a real Índio. -Falo e ele coça a cabeça olhando pra mim.
Xamã: Acho que não, ainda não vi ela com ninguém. -Ele fala sem graça parando o carro na porta do barraco dele.
Em uma das minhas últimas noites lá, recebi um vídeo dela dançando no baile, fiquei bolado na hora que percebi os olhares encima dela.
Otária, vagabunda, feiticeira, gostosa e mãe das minhas cria.
Tinha mais da metade do baile olhando pra ela que dançava como se não tivesse mais ninguém envolta, meu sangue ferveu ao saber que um monte de moleque chegou nela e eu tava longe e não podia fazer nada.
Nesse dia a adrenalina era o que prevalecia dentro de mim, entrei no primeiro lugar que achei e levei uma garota pra sair.
Meu castigo foi ver que não era ela ali comigo, por mais que eu quisesse me enganar eu não consegui, paguei a garota só pela ideia maneira e o papo que ela me passou, não rolou nada e ainda levei ela de volta.
Filé: E minhas cria? -Falo e quando ele ia me responder vejo uma miniatura correndo no jardim do barraco.
Nina sempre me mandava algumas fotos dele ou então Maya me mandava também, mais não é a mesma coisa de sentir o cheirinho dele ou escutar ele me chamando.
Senti meu peito aperta e logo já bateu aquela vontade de chorar.
Xamã: Para com isso cara, vai logo da um abraço no seu moleque. -Ele fala e destranca a porta do carro pra mim.
Respirei fundo e desce do carro, tirei meu boné e me abaixei perto da grade olhando pra ele.
Catarina: Thiago não pode comer terra meu filho. -Ela aparece do nada correndo atrás dele.
Toda linda pô, senti minha garganta arder e falhar, não saiu palavra nenhuma da minha boca.
Assoviei chamando atenção dela, que olhou no fundo dos meus olhos me deixando mais nervoso ainda.
Thiago: Papai. -Ele grita e eu vejo aquele pingo de gente correndo até a grade. E a mãe dele sentou na grama enquanto observava a gente.
Filé: Você tá bonitão cara, papai tava com saudade. -Falo sentindo as lágrimas escorrerem no meu rosto.
Thiago: No choia papai, riaxa eu tô ati. -Ele fala e eu sinto aquelas mãos pequenininhas enxugando minhas lágrimas.
Dei a volta no portão e entrei, logo em seguida senti aqueles bracinhos abraçando minhas pernas.
Maya: Pai? não tô acreditando. -Ela fala e sai lá de dentro toda descabelada correndo na minha direção.
Peguei Thiago no colo e abracei a Maya sentindo que estava no meu porto seguro finalmente. O que eu tenho de mais sincero é o amor pela minha família sem dúvida nenhuma.
Maya pegou o Thiago e eu caminhei até a preta que disfarçava pra não olhar pra mim.
Filé: Tranquila? -Falo sem graça parando perto dela que continuava sentada.
Catarina: Tranquila e você Filé? -Ela fala colocando as mãos cobrindo os olhos já que a mesma olhava pra mim na direção do sol.
Filé é um caralho.
Filé: Na paz pô. -A gente fica em silêncio por alguns segundos. Não vai me dá um abraço não? -Falo quebrando o silêncio e estico a mão na direção dela.
Ela abaixa a cabeça e olha pro outro lado, já entendi.
Catarina: Se quiser dormi com ele hoje tudo bem tá? vou entrar. -Concordo e ela levanta batendo a terra da bunda e se afasta entrando no barraco.
Fiquei com a maior cara de otário tenho certeza.
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Sᴏʙʀᴇ ɴᴏ́s
FanfictionPercebi que eu não queria estar em outro lugar, sinto a todo instante que você é o meu lar...