Gratidão é o que eu sinto quando chega dezembro, que trás com consigo inúmeros sentimentos e sensações.
Más pra mim a oportunidade de recomeçar mais uma vez é o que faz todas as experiências valerem a pena, a gratidão por chegar até aqui é inexplicável.
Gosto muito do natal e sou grata por toda a sensação de esperança que sinto neste dia e mais ainda por ter ao meu lado mais um ano as pessoas mais importantes da minha vida.
Hoje adiantei algumas coisas como arrumar a decoração e organizar a casa.
O que foi uma tarefa difícil pra mim, já que o meu príncipe veio ficar com a vovó, eu parava a cada minuto pra dá atenção, enfim eu sou apaixonada.
E aproveitei pra ficar com a minha filha conversei muito com ela inclusive, minha melhor amiga.
Catarina foi embora agora com o pretinho da vovó, ela ficou praticamente o dia todo aqui. Filé veio buscar eles agora de noite e levou Maya e Vinícius também.
Quando eles saíram eu pude ficar sozinha e pensei em tudo que estava acontecendo comigo nós últimos dias, fui pro meu quarto e deitei na cama olhando pro teto.
Quando eu penso de mais em alguma situação como defesa meu corpo me trás aquela sensação de cansaço e me faz cochilar.
O que não foi por muito tempo, já que escutei um barulho na cozinha, eu queria ignorar mais no fundo eu sabia o quanto isso estava me fazendo mal e que dependia de mim também mudar essa situação.
Me levantei e desci a escada indo pra cozinha.
Eu sabia que era ele, o único que entraria aqui em casa uma hora dessa e sem eu saber.
Ele estava de costas mechendo na geladeira o que era estranho já que mais cedo Vinícius disse pra mim que ele iria aparecer só amanhã na hora da ceia de natal.
Xamã: Caralho que susto Nina. -Ele fala enquanto mordia uma maçã. Desculpa se eu te acordei pô, vim trocar uma idéia com o Vinícius. -Ele fala e se encosta na geladeira.
Nina: Vinícius foi dormi na casa da Catarina, e a Maya também. -Falo e vou até a garrafa de café.
Xamã: Porque não foi também pô? é ruim ficar aqui no barraco sem ninguém. -Ele fala sem olhar pra mim.
Nina: Eu precisava ficar um pouco sozinha. -Falo e coloco a xícara na bancada e no mesmo instante ele pega a minha xícara bebendo o meu café.
Ficamos em silêncio por alguns instantes enquanto ele olhava pra mim e eu retribuía o olhar e o silêncio.
Xamã: Que horas posso vim pra cá amanhã? -Ele fala quebrando o silêncio.
Nina: Se quiser pode vim de tarde, Catarina e Philipe vão vim cedo. -Falo e dou as costas indo em direção a escada.
Paro de andar e olho pra trás quando percebo que ele está falando comigo.
Xamã: Até o sofá é mais macio do que aquele colchão que eu tô dormindo. -Ele fala dando risada enquanto esticava as costas.
Nina: Se quiser pode dormi aqui, no quarto do Vinícius tem travesseiro e cobertor. -Eu me viro mais uma vez.
Antes que eu colocasse os pés no segundo degrau, sinto a mão dele na minha cintura.
Xamã: Posso dormi com você? -Ele fala no meu ouvido não muito próximo, como se fosse sem querer.
Sinto cada parte do meu corpo se arrepiar como foi da primeira vez.
Nina: Xamã não faz isso, por favor. -Falo e me viro pra ele me afastando.
Xamã: Reconheço que o que eu fiz foi errado, e fiz mais errado ainda quando sai daqui sem ouvir tudo que você tinha pra me falar. -Ele fala colocando meu cabelo atrás da orelha.
Nina: Eu te disse da última vez quando você tocou nesse assunto que eu não iria mais falar sobre isso. -Falo e tento tirar a mão dele do meu rosto, o que foi em vão já que ele usa disso pra me puxar pra mais perto.
Xamã:Não tem muito tempo que a gente se separou mais a cada dia que passa eu sinto que perco um pedacinho de você, é impossível ignorar a saudade do seu cheiro e de sentir você do meu lado pô, eu tô aqui pra reverter isso neguinha. -Ele fala olhando nos meus olhos.
Nina: Sinto sua falta também. -Falo sentindo minha garganta arder e pela primeira vez reconhecendo fora dos meus pensamentos a saudade que eu estou dele.
Xamã: Eu não consigo ficar longe de você, de alguma forma te carrego comigo todos os dias nem que seja por pensamento. -Ele fala e junta nossas testas.
Nesse momento eu senti como costumava há sentir todas ás vezes que estávamos distantes um do outro. Era como se no mundo não existisse nada além de nós dois, só a saudade presente a cada olhar e a cada gesto.
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