Capítulo 27

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Eveline

Chegamos na casa da Luna 45 minutos depois, e pela nossa sorte a Catarina estava na entrada, a Raquel estacionou o carro do outro lado da rua e eu travei no banco, não conseguia raciocinar direito.

Raquel: A gente espera o tempo que for necessário, mas se você não quiser ir, pego suas coisas pra você.- ela destravou o carro e me olhou.

Eveline: Não, eu já anulei isso demais.- sai do carro e ela veio atrás de mim, parei e esperei ela.- acho que não vou conseguir fazer isso sozinha.

Raquel: Se você esperar até ajuda, mas sair correndo não vai ajudar em nada.

Já estava nervosa, e isso se intensificou ainda mais quando a Catarina me viu, ela parecia não acreditar e ao mesmo ela parecia querer voar em cima de mim!

Catarina: O quê que você tá fazendo aqui? Já não basta tudo que você já fez.- ela parou na minha frete e me encarou.

Eveline: Eu não vim aqui pra arrumar confusão ou causar mais intrigas entre a gente, eu só vim buscar as minhas coisas!

Catarina: Você sabe que o seu problema não é comigo, pra falar a  verdade eu não tenho problema nenhum com você, já aprendi a lidar com você, mas com ela você tem, e acho realmente que você deveria conversar com ela, se ela quiser te ver né.

Eveline: Posso entrar?- ele só balançou a cabeça dizendo que sim e passei por ela.

A luna estava sentada no sofá da sala, assim que me viu parece que ela não acreditava que eu estava ali.

Luna: O que você tá fazendo aqui? quem te deixou entrar? vai embora Eveline, por favor.

Eveline: Eu não vim aqui pra discutir ou algo do tipo, só vim pegar as minhas coisas e se você quiser, queria conversar com você, sem pressão, sem foçar nada, apenas conversar.

Luna: Tudo bem Eveline, você sabe o caminho, quando você terminar eu vou estar aqui te esperando.- ela falou e foi pra cozinha.

Estava tentando ao máximo na chorar na frente dela, por mais que eu saiba que estou errada, ainda dói.

Organizei  minhas coisas em uma mala que tinha ali, sentei na cama para recuperar as forças e parece que passei tempo demais ali, me assustei com a Catarina me chamando encostada na porta.

Catarina: Pode não parecer, mas eu estou sentindo por você. Sei que você tem um carinho por ela, mas eu sei que você sabe que já não dava mais.- sabia que ela estava sendo sincera, uma coisa que sempre admirei na Catarina foi a compreensão que ela tem com qualquer pessoa, a pessoa pode enfiar uma faca nela, que ela vai estar ali pra ajudar. E eu reconheço que ela e a Luna foram as pessoas que eu mas magoei.

Eveline: Pode não parecer também, mas eu sinto muito por tudo que fiz com vocês duas, pela primeira vez eu soube reconhecer meu erro e admitir minhas falhas. Queria me desculpar do fundo da minha alma, sei que eu não sou a melhor pessoa pra pedir desculpas, mas saiba que elas são sinceras.- levantei da cama e fiquei na frente dela.

Catarina: Só vou acreditar em você por causa da Raquel, ela me explicou a situação, e eu realmente acho que esse tempo com ela vai te fazer bem.- ela abriu os braços pra me abraçar, parecia que aquele abraço era pra reforçar tudo que tínhamos dito uma para a outra.- A Luna tá te esperando lá em baixo.- assenti com a cabeça e ela me ajudou com a mala.

A Luna estava na sala tomando café com a Raquel, assim que me viu ela deu um aceno de cabeça na minha direção, quando a Luna me olhou ela disse só com os lábios. "Sei que você vai conseguir" e saiu com a Catarina.

Luna: Pode começar.- ela disse seca.

Eveline: Não quero discuti com você, longe disso, não vou pedir seu perdão porque acho difícil você me perdoar por tudo que eu fiz pra você, sei que fui ingrata, infantil, sem coração,e incrivelmente negligente com você, e não tiro o sua razão de estar me odiando, não quero que você me perdoe logo de cara, vou ter que conquistar a sua confiança aos poucos novamente.- terminei de falar e nem esperei uma resposta dela, sair quase correndo, meu peito estava acelerado, minha respiração acelerada, a Raquel me chamou mas nem dei muita bola, escutei ela dando tchau para a Catarina e correndo na minha direção, entrei no carro e ela logo depois.

Raquel: Aconteceu alguma coisa?- ela parecia preocupada.

Eveline: Precisava sair daquela casa, aquele lugar me sufoca, não estava conseguindo respirar.

Raquel: A catarina estava querendo falar com você sobre uma tal de investigação, ela queria saber se você ainda ia ajudar ela.- ela disse dando de ombros e ligando o carro.

Eveline: Tinha me esquecido completamente disso, depois tento falar com ela sobre isso, preciso comprar um celular novo pra mim o meu joguei na parede.

Raquel: Ela deixou o número dela comigo, a gente passa em alguma loja por ai e compra.- ela ainda estava concentrada na rua e não olhou pro meu rosto, e foi assim o caminho todo, seguimos o caminho todo em um silêncio absurdo.

Eveline: Aconteceu alguma coisa com você?- ela apenas balançou a cabeça em negação.

Raquel: Não aconteceu nada, pode ficar  relaxada, eu só preciso tomar um banho e relaxar.- assenti e olhei de novo pra frente, ia esperar ela se abrir no tempo dela.

Passamos na loja no caminho de casa e compramos o celular e a Raquel continuou calada até chegarmos em casa. Ela apenas deixou a chave em cima da mesinha no canto da porta e entrou para o quarto dela. Fui para a cozinha fazer um chá pra ela, que parecia tensa com alguma coisa, bati na porta do quarto e ela disse que eu podia entrar, ela estava sentada no banco da penteadeira me olhando pelo espelho.

Eveline: Você tá se sentindo melhor?- ela assentiu ainda olhando pra mim.- Trouxe pra você!- entreguei a xícara pra ela, que colocou a escova que ela estava usando, e recebeu a xícara.

Raquel: Obrigada, foi muito gentil dá sua parte, não era nada com você, apenas estava sem tomar meus remédios, esqueci de levar comigo no carro.

Eveline: Remédio de que?

Raquel: De ansiedade.- ela olhou brevemente pra mim e voltou o olhar para o espelho.

Eveline: Vou dormir, qualquer coisa você me chama.- ela assentiu e fui pro meu quarto.

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