capítulo 10

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Luna

Depois que meu pai saiu de casa, fiquei ali mesmo no sofá da sala conversando com a Catarina, ela parecia ter esquecido o que aconteceu mais cedo, mas minha opinião mudou assim que ela resolveu abrir a boca.

Catarina: Você já pensou no que eu te disse mais cedo?- ela disse em um sussurro quase que inaudível.

Luna: Eu preciso de um tempo pra pensar Catarina. Mas te prometo te responder isso o mais rápido possível.- falei pra ela tentando ser o mais sincera possível.

Eu não sabia o que fazer, mesmo que a Eveline tenha feito todas as merdas possíveis no mundo, ela também me ajudou bastante. E por outro lado a Catarina me dá um sentimento de reciprocidade e confiança, algo que já perdir com a Eveline faz tempo.
Um barulho alto no Jardim me fez sair do meus devaneios. Me levantei para ver o que era, e eu não podia acreditar a Eveline tinha batido o carro na árvore próxima ao portão. Nem me prestei ao papel de ir ver. Voltei pro sofá e sentei um pouco afastada da Catarina. Eu sabia que ela tinha bebido e já estava completamente pronta para começar outra discussão.
Eu não podia acreditar no que eu estava vendo, ela ter bebido eu até que relevava, agora ela trazer outra mulher pra dentro da minha casa? Ela já tava querendo demais e abusando totalmente da minha boa vontade de ainda não ter mandado ela para o inferno.

Eveline: Olha se não é o casal do ano.- ela entrou apoiada na outra mulher que vinha carregando ela.

Luna: Você só pode tá de brincadeira com a minha cara Eveline. Volte para onde você estava, na minha casa você não dorme.- levantei do sofá e a Catarina levantou junto ficando atrás de mim.

Eveline: Estou no meu direito, eu sei que você me traiu com ela, estou apenas te dando o troco.- ela disse apontando para Catarina que saiu de trás de mim.

Catarina: O que aconteceu comigo e com a Luna não é da sua conta Eveline. Me surpreende você querer cobrar alguma coisa da luna, sendo que você trouxe uma vadia qualquer pra dentro da casa dela, depois de surtar por algo que sequer aconteceu, eu não te devo satisfações da minha vida,mas se você quer tanto saber não aconteceu nada entre mim e a Luna, e parece que se depender desse estorvo que é você, não vai acontecer mesmo.- ela respondeu em um tom de voz baixo, diferente da Eveline. E eu não podia acreditar no que ela tinha acabado de falar.

Eveline: Posso te garantir que não vai mesmo, ela é minha namorada,ela me deve fidelidade e você é só uma qualquer que apareceu na vida dela agora.- ela disse enfatizando o "minha", com a última parte percebi a Catarina mudando de cor, resolvi me intrometer antes dela voar em cima da Eveline.

Luna: Eu te devo fidelidade? Depois de todas as vezes que você me traiu todos esses anos?- a esse ponto eu já estava chorando.

Eveline: TÁ SURDA AGORA LUNA? É CLARO QUE DEVE SUA VAGABUNDA.- ela terminou de falar e senti meu rosto arder.

Foi questão de segundos,e a Catarina já estava em cima dela, as duas rolavam no chão, voltei a realidade e puxei a Catarina de cima dela, já que a outra mulher apenas observava tudo pasma com a situação.

Catarina: SE VOCÊ ENCOSTAR NELA DE NOVO, EU JURO EVELINE, EU JURO QUE TE MATO.- a Catarina disse tentando normalizar a respiração.

Eveline: Vocês duas se merecem, agora me deem licença que eu tenho coisas mais interessantes para resolver.- ela saiu puxando a outra escada a cima.

Catarina: Luna olha pra mim! Você tá bem?- ela perguntou com um olhar doce e um tom de voz preocupado.

Luna: Eu estou bem sim, você que não me parece muito bem.- disse analisando os machucados no rosto dela.

Catarina: Eu estou bem, só estou preocupada com você. - ela disse me abraçando.

Luna: Não tá bem coisa nenhuma, vem comigo.- sai puxando ela para o quarto dela.- Fica ai que eu já volto.

Fui no meu quarto e peguei uma caixa de primeiros socorros que ficava no meu banheiro e voltei para o quarto dela.
...

Luna: Fica quieta Catarina.- Já era a quinta vez que ela reclamava de dor, porquê machuquei ela pelo fato dela está abraçada na minha cintura passando a mão no meu corpo.

Catarina: Parei, prometo que vou ficar quieta.- ela disse rindo.

Luna: Se você não parar, eu vou te bater.- falei encarando ela.

Catarina: Acho que sua namorada já fez isso por você.- ela me olhou dessa vez séria.

Luna: Ela não é mas minha namorada Catarina. -disse me afastando dela, mas nem deu tempo.

Catarina: Senta aqui. - ela me puxou pra sentar no colo dela.- Desculpa, eu não queria ter tocado nesse assunto.- ela disse me olhando.

Luna: Está tudo bem! Eu vou pro meu quarto, você vai ficar bem?- perguntei preocupada. ela asentiu com a cabeça.- será que eu posso dormir aqui?- disse depois de lembrar que o quarto que a Eveline estava era do lado do meu.

Catarina: Luna...

Luna: Sem pressão, sem forçar nada, só que o quarto que ela tá é do lado do meu.

Catarina: Tudo bem.- ela respondeu cedendo.

Ficamos deitadas conversando por um tempo sobre assuntos diversos enquanto ela cochilava tentando prestar atenção no que eu falava.
Deitei no peito dela e coloquei minha cabeça no vão do pescoço dela e ela me abraçou.

Luna: Boa noite, Catarina! - disse me aconchegado mais nela.

Catarina: Boa noite.- ela disse com os olhos fechados, mas parecia que o corpo dela relutava cada movimento meu.

Acordei e a Catarina já não estava mais no quarto, tomei um banho escovei os dentes, e desci já preparada pro tiroteio de perguntas do meu pai.

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