Capítulo 30

135 8 0
                                    

Catarina

Já acordei pegando a chave do carro e saíndo em direção pra casa da Helena, provavelmente ela estaria dormindo bêbada. Deixei meu carro na garagem e subi pela entrada que tinha alí direto para a portaria, o porteiro interfonou para o apartamento dela, que logo atendeu e autorizou a minha entrada. Não posso negar que estranhei ela está acordada, mesmo que já estivesse na hora do almoço, ela encheu a cara ontem.
Ela morava no penúltimo andar, não sabia a necessidade, mas ela disse que tinha adorado o apartamento.
Bati na porta, e escutei ela falando lá de dentro que estava aberta, mas não precisava entrar.

Helena: Bom dia, Boa tarde, não sei, mas vamos logo! Estou tão ansiosa, Luna não vai?- ela não tinha parado de falar desde o momento que ela saiu de dentro do apartamento.

Catarina: Calma garota, respira, e não ela não vai, e ótimo que você citou ela, queria conversar com você.- ela assentiu e saiu do elevador.

Preferi começar a conversar dentro do carro, para pelo menos irmos conversando..

Helena: Desenbucha, aconteceu alguma coisa ?- ela virou pra mim e perguntou.

Catarina: Aconteceu, eu não queria que isso fosse tão rápido, eu gosto dela, e mesmo que ela tenha se "apaixonado" por mim, antes de terminar com a Eveline, não sei se posso considerar isso paixão, ela terminou tem dois dias e já tá com outra pessoa, o relacionamento dela foi conturbado e eu acho, que ela deveria se dar um tempo, e não se jogar assim em outra relação, mesmo que ela goste de mim, eu tô sentindo como se ela estivesse me usando, quero ficar com ela, mas quero que ela saía se divirta e conheça outras pessoas, e que isso que a gente tem, que eu nem posso falar que a gente tem alguma coisa, aconteça no tempo certo, quando ela já estiver pronta. Sei que posso parece uma escrota já que a gente saiu ontem e transamos pela casa inteira, mas pra mim foi sem compromisso, não sei se foi o mesmo pra ela, ela me chamou de amor e me deu um embrulho no estômago- ela escutou com atenção e apenas concordava com a cabeça.

Helena: Eu concordo com você, mesmo que eu tenha falado pra vocês aquilo, eu também acho que ela tem que dá um tempo pra ela mesma, sei que a Eveline foi lá e pediu desculpas, acho que ela deveria absorver e não se deixar levar pelo que ela acha que sente.

Catarina: Eu também acho que a gente só deveria falar dessa coisa de sentimentos, e nem sei se realmente devemos falar disso, porquê sendo sincera com você, acho que o que ambas sentem é só um desejo carnal, mas no caso dela ela tá mascarando como amor, mas não vou negar pra você, eu estou com medo de ir conversar com ela sobre isso e ela falar que eu só usei ela, já que no dia da festa a gente transou e dormimos juntas ontem a gente saiu da jantar.

Helena: Conversa com ela com jeitinho, sem ser muito direta logo de cara, mas tenho certeza que ela vai te entender. Em nenhum momento você falou que ia ter um relacionamento sério com ela- apenas concordei e estacionei o carro na frente da casa da Sofia, não sei quanto tempo levamos, mas chegamos lá bem rápido. Falei com a dona Ana que estava regando as plantas do quintal dela que se assustou porque não me via alí a muito tempo, palavras dela, apresentei a Helena pra ela e perguntei se a Sofia estava em casa, e ela concordou.

Bati na porta e a Sofia logo abriu, tinha uma pilha de papéis em cima da mesa e um cheiro bom de comida vindo da cozinha, ela tinha mudado a decoração e agora tinha dois gatos ao invés de só um.

Sofia: Acabei de terminar o almoço, se vocês quiserem podem comer, ou a gente começa logo agora.- falou do corredor que dava pra cozinha.

Catarina: Eu estou sem fome, acho que poderíamos começar logo.- a Helena disse que também não queria comer e logo começamos a revisar o que já tínhamos e dei os detalhes do pai da Luna pra Sofia.

Não tinha um brecha se quer, o cara entrava e saia, roubava, traficava armas e drogas tudo debaixo do nariz da polícia e não tinha um rastro se quer. Lemos, e relemos e absolutamente nada

Helena: Desculpa, mas eu sinceramente acho que se a gente que ligar esse cara com o meu tio, ninguém melhor do que a Luna, ela passou a vida inteira com ele, vendo de perto tudo isso.- ela soltou os papéis que estava segurando e me encarou.

Sofia: Eu também acho, porquê que ela não veio Catarina?- me olhou com cara de deboche.

Catarina: Ela ficou dopada em casa.

Sofia: você o quê? tentou matar a menina?- ela cruzou os braços e me encarou.

Catarina: Não! Ela só bebeu demais.

Helena: Sei que vocês tiveram suas desavenças, mas a gente precisa dela aqui.- ela falou me olhando com um olhar de piedade, era só o que me faltava.

Catarina: Não, a gente precisa é saber o que no escritório do seu tio, tenta falar com ela, se ela já tiver acordado vamos pra lá agora.- levantei e fui pro banheiro..

Eu já tinha me sujeito a diversas coisas por mulher, agora isso? É demais pra mim, a Luna não sabe o que quer e me colocar no meio disso só me desestabiliza mais, e cada vez mais a cada dia que passa, está se tornando impossível conviver na mesma casa que ela, está impossível reprimir e lidar com esse sentimento e com ela ao mesmo tempo, ainda mas com a gente se vendo todos os dias, eu preciso urgentemente sair da casa dela. Por um segundo eu pensei que isso poderia dar certo.

Sair dos meus pensamentos com um barulho de batida na porta e a Sofia me chamando do outro lado, me olhei no espelho e destranquei a porta, mas ela não me deu passagem pra sair, pelo contrário, ela entrou no banheiro junto comigo.

Sofia: Você sabe que mistura trabalho com sentimento não dá certo.- ela sentou na borda da banheira e me olhou forçando um sorriso, mas dava pra ver nos olhos dela que não estava sendo verdadeira.

Catarina: Não estou misturando, o que eu sinto pela Luna lá se que pode ser intitulado como amor, eu só amei uma única mulher e jamais vou amar outra da mesma forma.- a mulher que eu estava falado era aquela bem ali sentada na minha frente.

Nunca cheguei a contar pra Sofia naquela época que estava apaixonada por ela, mas eu faria de tudo por ela.

Sofia: Então não dê esperanças falsas para a coitada da garota, se você ainda gosta de outra pessoa, não fiquei colocando ambas numa corda bamba, no final as duas vão sair machucadas, acho que você deveria escutar seu próprio conselho e se dar um tempo.- vi uma lágrima solitária caindo pelo rosto dela e meu coração apertou, odiava ver ela chorar.

Me aproximei dela e a puxei para um abraço, minha mão automaticamente foi para dentro do cabelo dela e a apertei contra meu pescoço como eu sempre fazia e derepente eu me vi naquela época onde parecíamos adolescentes com medo de sermos pegas.

Meu coração sempre vai ser dela.

Sofia: Eu vim te chamar pra gente ir, a Helena conseguiu falar com a Luna.- ela levantou o rosto e senti o molhado na minha blusa, mas ela em nenhum momento me olhou.

Apenas concordei com a cabeça e ela desfez o abraço e foi saindo do banheiro.

Votem e comentem!

EntrelaçosOnde histórias criam vida. Descubra agora