Eveline
Acordei já fazia horas e Raquel ainda não tinha saído do quarto, não sabia se ia verificar se ela estava bem ou algo do tipo, decidi ir na padaria e comprar algumas coisas para o café da manha, já que formos bem cedo na casa da Luna buscar parte das minhas coisas, quando cheguei ela já estava fazendo uma garrafa de café.
Eveline: Achei que você tinha morrido dentro daquele quarto, já tava pra pedir ajuda pra alguém!- ela esboçou um sorriso de leve, mas não disse nada. Não dei muita corda pro assunto, não sabia se ela estava confortável pra falar disso no momento.
Raquel: Não precisava ter se preocupado, uma hora ou outra eu ia sair de lá.- ela falou dando de ombros e se virando pra mim.
Eveline: Mas mesmo assim, eu me preocupo com você, você me ajudou e te ver assim não é legal.- peguei um pouco de café e sentei no balcão, ela ficou um tempo me analisando e não dizia nada.- dá pra você falar alguma coisa antes que eu enlouqueça?
Raquel: Desculpa, tenho que ir trabalhar, você quer vim comigo? tô precisando de ajuda hoje, minha secretária não vai poder ir essa semana, você bem que podia me ajudar com isso, né?- garota me olhou com a maior cara de cachorro pidão. Não tinha como negar.
Eveline: só vou porque você fica péssima com essa cara, mas também não acostuma muito não.
Raquel: Vou só tomar um banho e já venho!- ela nem esperou eu falar nada e saiu correndo para o banheiro, depois de uns 45 minutos ela finalmente terminou de se arrumar, nunca tinha visto ela tão formal, e particularmente ela estava linda.
Eveline: Achei que você tinha dito que ia ser rápido!- ela cruzou os braços e me encarou.- você esta linda e só vou dirigir porque eu quero.
Peguei a chave do carro, enquanto ela me esperava no elevador.
Raquel: Obrigada!!- ela falou olhando fixamente pra porta do elevador.
Eveline: Por nada, mas realmente só fui sincera, você combina vestida assim.
Fomos o caminho todo conversando coisas aleatórias sobre nos duas e ela me mostrando o caminho! O consultório dela ficava no centro da cidade, demoramos mais ou menos mais uns 45 minutos pra chegar lá, era umas 11:30
Raquel: Ali naquela rua você vira e a gente chegou!- ela olhou pra mim e apenas confirmei.
Deixei o carro no estacionamento e fomes para o elevador, ela a todo momento estava em silêncio, não sabia se ela estava evitando falar comigo ou apenas não sabia o que falar. Na parte da manhã ela não teve nenhum paciente, apenas organizei alguns documentos que estavam por fazer em cima da mesa e fiz a planilha de pacientes do dia. Sabe aquela sensação de estar sendo vigiado o tempo inteiro, era exatamente o que eu estava sentindo, sabia que a todo momento ela olhava pra mim de dentro da sala dela, mas eu não fazia ideia de o porque!
Eveline: Raquel?- bati na porta, e ela apenas me disse pra entrar. Ela estava deitada em um sofá que ficava no canto da sala dela.- Vim ver se você queria sair pra almoçar já que você só tem pacientes na parte da tarde.
Raquel: Você leu meus pensamentos, estava morrendo de fome. Vamos.- ela nem esperou e levantou do sofá, pegou a bolsa dela e veio na minha direção.
Eveline: Aconteceu alguma coisa? Você tá estranha o dia todo, não falou um A sequer desde que a gente chegou.- perguntei pra ela, enquanto entravamos no elevador.
Raquel: Em casa a gente conversa, não é nada serio, pode ficar tranquila.- ela parecia estar falando a verdade, mas se ela não me contasse o que ela tinha pra falar logo, eu iria enlouquecer.
Eveline: Não dá pra ser agora? Não sei se vou esta viva daqui pra mais tarde- ela só negou com a cabeça. E foi isso, de novo fomos o caminho todo em silencio, durante o caminho todo criei mil e uma paranoias. Ela via meu desespero, e não falava uma palavra sequer, parecia até que ela estava achando graça da situação.- Dá você me contar logo o que tá acontecendo, eu vou acabar tendo um troço, acho que já estou tendo para ser sincera.
Raquel: Eu já te disse que não é nada demais, assim que a gente chegar em casa eu prometo que a gente conversa.- ela realmente estava achando graça.
Chegamos no restaurante, decidi que, durante aquele momento não iria perguntar nada, mais assim que tivesse outro momento, eu iria perguntar. O almoço correu bem. Pagamos a conta e fomos embora, dentro do elevador, achei que seria o momento perfeito pra tentar de novo. Entrei na frente dela e cruzei os braços.
Eveline: Agora a gente só sai daqui, quando você, me contar, oque você tem pra me contar.- ela olhou pra mim negando com a cabeça.
Raquel: Eu tenho pacientes pra atender, não posso ficar presa com você aqui o resto do dia.- ela encostou na parede do elevador e me olhou com cara de deboche.
Eveline: Eu odeio quando você me olha assim.
Raquel: Não posso fazer nada por você, agora deixa eu sair por favor.
Eveline: Você pode sim fazer uma coisa por mim, me contar o que caralho tá acontecendo, porquê até que você vai me colocar pra fora, eu já pensei.
Raquel: Desculpa, eu não queria fazer você pensar isso, eu só não queria falar sobre isso aqui, queria que a gente estivesse em outro lugar, pra não ficar uma clima chato.
Eveline: Não importa o que vai acontecer ou não, me fala longo por gentileza.- ela soltou a a bolsa dela no chão e me beijou, de começo não entendi nada, mas depois de um tempo retribui o beijo, era um beijo intenso e rápido, mas que se encaixava perfeitamente. A gente só parou quando o celular dela começou a tocar.
Raquel: A gente precisa ir.- ela falava enquanto me dava leves selinhos.
Eveline: Eu sei, mais com você assim, fica meio difícil.- ela apenas riu e pegou a bolsa dela do chão.
Raquel: Era mais fácil a gente ter conversado em casa.
Eveline: Mas a gente vai conversar, a gente tem que conversar.- ela confirmou com a cabeça, ajeitou a roupa e saiu do elevador.
O dia seguiu tranquilo, nada muito fora, as vezes nos trocávamos alguns olhares e nada mais do que isso, quando todos os pacientes, fomos embora.
Raquel: Você pode parar ali naquela padaria ali rapidinho.- confirmei, e fiz o retorno para a padaria.
Ela comprou algumas coisas e seguimos pra casa em um silêncio confortável dentro do carro, afinal não tinha muita coisa pra ser dita.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entrelaços
FanfictionO que acontece quando armam pra você ir presa por estar investigando um mafioso milionário e influente, que é capaz de tudo para as coisas saírem do jeito dele? E quando você encontra o amor da sua vida na garota problema namorada da sua amiga e col...