Capítulo 28

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Eveline

Acordei já fazia horas e Raquel ainda não tinha saído do quarto, não sabia se ia verificar se ela estava bem ou algo do tipo, decidi ir na padaria e comprar algumas coisas para o café da manha, já que formos bem cedo na casa da Luna buscar parte das minhas coisas, quando cheguei ela já estava fazendo uma garrafa de café.

Eveline: Achei que você tinha morrido dentro daquele quarto, já tava pra pedir ajuda pra alguém!- ela esboçou um sorriso de leve, mas não disse nada. Não dei muita corda pro assunto, não sabia se ela estava confortável pra falar disso no momento.

Raquel: Não precisava ter se preocupado, uma hora ou outra eu ia sair de lá.- ela falou dando de ombros e se virando pra mim.

Eveline: Mas mesmo assim, eu me preocupo com você, você me ajudou e te ver assim não é legal.- peguei um pouco de café e sentei no balcão, ela ficou um tempo me analisando e não dizia nada.- dá pra você falar alguma coisa antes que eu enlouqueça?

Raquel: Desculpa, tenho que ir trabalhar, você quer vim comigo? tô precisando de ajuda hoje, minha secretária não vai poder ir essa semana, você bem que podia me ajudar com isso, né?- garota me olhou com a maior cara de cachorro pidão. Não tinha como negar.

Eveline: só vou porque você fica péssima com essa cara, mas também não acostuma muito não.

Raquel: Vou só tomar um banho e já venho!- ela nem esperou eu falar nada e saiu correndo para o banheiro, depois de uns 45 minutos ela finalmente terminou de se arrumar, nunca tinha visto ela tão formal, e particularmente ela estava linda.

Eveline: Achei que você tinha dito que ia ser rápido!- ela cruzou os braços e me encarou.- você esta linda e só vou dirigir porque eu quero.

Peguei a chave do carro, enquanto ela me esperava no elevador.

Raquel: Obrigada!!- ela falou olhando fixamente pra porta do elevador.

Eveline: Por nada, mas realmente só fui sincera, você combina vestida assim.

Fomos o caminho todo conversando coisas aleatórias sobre nos duas e ela me mostrando o caminho! O consultório dela ficava no centro da cidade, demoramos mais ou menos mais uns 45 minutos pra chegar lá, era umas 11:30

Raquel: Ali naquela rua você vira e a gente chegou!- ela olhou pra mim e apenas confirmei.

Deixei o carro no estacionamento e fomes para o elevador, ela a todo momento estava em silêncio, não sabia se ela estava evitando falar comigo ou apenas não sabia o que falar. Na parte da manhã ela não teve nenhum paciente, apenas organizei alguns documentos que estavam por fazer em cima da mesa e fiz a planilha de pacientes do dia. Sabe aquela sensação de estar sendo vigiado o tempo inteiro, era exatamente o que eu estava sentindo, sabia que a todo momento ela olhava pra mim de dentro da sala dela, mas eu não fazia ideia de o porque!

Eveline: Raquel?- bati na porta, e ela apenas me disse pra entrar. Ela estava deitada em um sofá que ficava no canto da sala dela.- Vim ver se você queria sair pra almoçar já que você só tem pacientes na parte da tarde.

Raquel: Você leu meus pensamentos, estava morrendo de fome. Vamos.- ela nem esperou e levantou do sofá, pegou a bolsa dela e veio na minha direção.

Eveline: Aconteceu alguma coisa? Você tá estranha o dia todo, não falou um A sequer desde que a gente chegou.- perguntei pra ela, enquanto entravamos no elevador.

Raquel: Em casa a gente conversa, não é nada serio, pode ficar tranquila.- ela parecia estar falando a verdade, mas se ela não me contasse o que ela tinha pra falar logo, eu iria enlouquecer.

Eveline: Não dá pra ser agora? Não sei se vou esta viva daqui pra mais tarde- ela só negou com a cabeça. E foi isso, de novo fomos o caminho todo em silencio, durante o caminho todo criei mil e uma paranoias. Ela via meu desespero, e não falava uma palavra sequer, parecia até que ela estava achando graça da situação.- Dá você me contar logo o que tá acontecendo, eu vou acabar tendo um troço, acho que já estou tendo para ser sincera.

Raquel: Eu já te disse que não é nada demais, assim que a gente chegar em casa eu prometo que a gente conversa.- ela realmente estava achando graça.

Chegamos no restaurante, decidi que, durante aquele momento não iria perguntar nada, mais assim que tivesse outro momento, eu iria perguntar. O almoço correu bem. Pagamos a conta e fomos embora, dentro do elevador, achei que seria o momento perfeito pra tentar de novo. Entrei na frente dela e cruzei os braços.

Eveline: Agora a gente só sai daqui, quando você, me contar, oque você tem pra me contar.- ela olhou pra mim negando com a cabeça.

Raquel: Eu tenho pacientes pra atender, não posso ficar presa com você aqui o resto do dia.- ela encostou na parede do elevador e me olhou com cara de deboche.

Eveline: Eu odeio quando você me olha assim.

Raquel: Não posso fazer nada por você, agora deixa eu sair por favor.

Eveline: Você pode sim fazer uma coisa por mim, me contar o que caralho tá acontecendo, porquê até que você vai me colocar pra fora, eu já pensei.

Raquel: Desculpa, eu não queria fazer você pensar isso, eu só não queria falar sobre isso aqui, queria que a gente estivesse em outro lugar, pra não ficar uma clima chato.

Eveline: Não importa o que vai acontecer ou não, me fala longo por gentileza.- ela soltou a a bolsa dela no chão e me beijou, de começo não entendi nada, mas depois de um tempo retribui o beijo, era um beijo intenso e rápido, mas que se encaixava perfeitamente. A gente só parou quando o celular dela começou a tocar.

Raquel: A gente precisa ir.- ela falava enquanto me dava leves selinhos.

Eveline: Eu sei, mais com você assim, fica meio difícil.- ela apenas riu e pegou a bolsa dela do chão.

Raquel: Era mais fácil a gente ter conversado em casa.

Eveline: Mas a gente vai conversar, a gente tem que conversar.- ela confirmou com a cabeça, ajeitou a roupa e saiu do elevador.

O dia seguiu tranquilo, nada muito fora, as vezes nos trocávamos alguns olhares e nada mais do que isso, quando todos os pacientes, fomos embora.

Raquel: Você pode parar ali naquela padaria ali rapidinho.- confirmei, e fiz o retorno para a padaria.

Ela comprou algumas coisas e seguimos pra casa em um silêncio confortável dentro do carro, afinal não tinha muita coisa pra ser dita.

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