Nunca soubemos o que aconteceu na casa de Regina quando seu pai chegou, mas dois dias depois disso, André, o motorista, sobe o morro à noite e chega com seu Neneco na porta de minha casa. Até que ele foi esperto e veio vestido de gente normal ao invés do uniforme de pingüim com o qual trabalha. Estava muito assustado e deu apenas um recado dizendo que Henry queria nós duas lá na cobertura, no sábado pela manhã.
Estávamos desconfiadas e, chegando o dia, Regina telefonou para casa pedindo para que os dois nos encontrassem em um quiosque no posto 6. Chegamos a pensar que poderia haver polícia nos esperando lá no apartamento, e então não facilitaríamos. Muito a contragosto os pais dela aceitaram. Estávamos escondidas e vimos quando os dois chegaram no carro com André e ninguém mais. Aparentemente, barra limpa.
- Francamente, Regina, nos fazer passar por esse constrangimento?- disse Cora apreciando o quiosque com cara de nojo.
- Achei que nossa conversa deveria ser em território neutro.
Henry me olhou com ódio nos olhos.
- E pensar que você pisar em meu casa!
- Se iremos começar assim, vamos embora agora! - Regina ameaçou.
- Não! Já que viemos até aqui, que não seja em vão.
Pela primeira vez eu concordava com minha "sogra". Para quebrar o clima ruim, Regina pediu côco para nós.
- E então? Quem começa a falar primeiro? - perguntei.
- Você não querer Europa, não é filha?
- Não, papai. Nem insista com isso! Nem mesmo se a vovó cortar minha pensão.
- Anteontem seu pai e eu conversamos longas horas com sua avó ao telefone, e ela disse que não vai mexer em um centavo de sua pensão. Até me pareceu que ela está concordando com isso.
"Grande vovó Granny!"
- Cora please. Let me talk to my daughter. (Cora por favor. Deixe-me falar com minha filha.)
- Pai, Emma está aqui e se quiser conversar será em português.
- Regina, quero que volte para seu casa! Seus coisas lá, seu vida lá também.
- Eu não vou desistir da Emma, se é o que veio me pedir. - olhava firme nos olhos do pai com os braços cruzados..."Sempre amei essa sua pose de rainha! Rainha?". Ri com meu próprio pensamento.
- Eu não dizer isso, só pedir para você voltar.
- Precisamos de um tempo pra resolver tudo isso, minha filha! Volte pra casa, por favor! - Cora pediu com cara de choro.
- "Resolver tudo" o que, mamãe? - Regina perguntou desconfiada.
- Tudo, como vai ficar. Eu já nem sei o que responder quando me perguntam por você. E olhe suas mãos - segurou as mãos da filha - Anda lavando louças ou fazendo limpeza?? - perguntou chocada - Uma Mills não faz isso, jamais! E olha seu cabelo, sua pele... Oh, filha está tão maltratada! Daqui a pouco vai ficar uma mulherzinha como essa daí! - olhou-me com desprezo.
Não perdi meu tempo respondendo. Regina recolheu as mãos do contato com a mãe.
- Mãe, eu não vivo na casa dela para ser servida e ficar à toa. É claro que eu trabalho, mas não estou "maltratada". Além do mais estou no Cantagalo só há alguns dias e nem daria tempo para tanta coisa!
- Não se chega a acordo com conversa vazia. Regina, volte seu casa e chega isso tudo! Eu não vou interferir nesse seu... relacionamento. - olhou-me com nojo.
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Além do Tempo
RomantizmO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...