34 - Certezas

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O vôo para o Rio foi tranqüilo e vim assistindo filmes. Regina dormiu bastante. Fazia muito calor em contraste com o frio que estávamos vivendo na Europa. 

Pegamos um táxi e descemos no prédio de Regina. Subimos pelo elevador e ela abriu a porta da cozinha desconfiada. Dolores estava lá.

- Senhorita! Está de volta! – olhou para mim – Bom dia.

- Bom dia. – respondi – Tudo bem?

- Tudo.

- Bom dia, Dolores. Meus pais estão aí?

- Não, senhorita. Ainda estão na Europa.

- Sabe quando voltam?

- Acho que só em fevereiro. Sei que o senhor Mills tem assuntos de trabalho a tratar por lá e a senhora ficará acompanhando. Ontem mesmo ligaram procurando saber se a senhorita já havia retornado.

– Fique aqui então, Emmy. Amanhã você passa no Cantagalo para ver como estão as coisas e entregar seus presentes.

- Tudo bem. – entrei em casa carregando as malas – Onde deixo isso tudo?

- No quarto. Eu ajudo você.

- Eu chamarei o motorista e ele ajudará.

- Deixe, Dolores. Eu dou conta. – respondi

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Dolores fez almoço para nós e depois disso fui para a rua telefonar para a faculdade, Arthur e dona Márcia, a proprietária da quitinete. Não gostava de me aproveitar das coisas de Regina e por isso não usava seu telefone. Não recebi boas notícias na faculdade; meu diploma não estava pronto. Com Arthur comentei sobre o fato. 

- Eu não posso ter você aqui sem diploma e registro no CREA. Pelo menos o diploma. Com ele na mão você dá entrada no registro. Mas não tenha medo, Emma, porque o emprego ainda é seu.

- Eu não vejo a hora de começar...

- Vai dar tudo certo. Pode deixar que eu espero. Um diploma não demora tanto tempo a ponto de eu desistir de um talento.

Liguei para a dona Márcia.

- Bom dia dona, Márcia, como vai?

- Emma? Tudo bem?

- Sim, senhora. Estou ligando para saber quando podemos ver sua quitinete.

- Amanhã às dez seria um bom horário. Escute, tenho que te dizer uma coisa. A quitinete é mobiliada, mas eu tirei os móveis do quarto porque meu filho pediu pra ele, e sabe como é. Filho é filho. Você vai ter então que levar seus móveis pro quarto; se quiser ficar lá, é claro.

- Tudo bem. Eu vou falar com a Regina e amanhã então nos veremos. Onde nos encontramos?

- Na porta do prédio.

- Ótimo! Até amanhã então.

- Até!

Por desencargo de consciência liguei para o laboratório de estruturas.

- Emma! Ótimo que ligou! Está havendo uns problemas com estruturas metálicas em uma obra em Bonsucesso. Preciso de sua ajuda. Posso contratá-la pela COPPETEC e você trabalharia nessa, que acha?

- Pra quando é, professor? Eu ando de bobeira por conta de esperar documentos. Arthur me propôs emprego, mas exige que eu tenha diploma na mão.

- Esse diploma só vai sair no final do mês, acredite. E o trabalho é pra ontem. Que acha de vir aqui conversar sobre isso na segunda?

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