28 - Noite Feliz

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Para aliviar o clima, vovó Granny me contou sobre a fazenda e suas estórias de natal. A paisagem me encantava mais e mais. Vi uma placa escrito Oxford e pouco depois saímos da estrada principal entrando em um caminho de terra. Engraçado como perto da mais famosa "cidade universitária" do mundo havia um refúgio como a fazenda para onde estávamos indo. Depois de alguns minutos, ao longe, vi uma imensa e bela casa e um celeiro perto. Deduzi que a fazenda seria ali, e acertei. 

Passamos por uma porteira de madeira que se encontrava aberta e um homem nos acenou. Havia uma placa dizendo: Sunflower Farm. Logo percebi uma linda árvore de natal, um pinheiro de verdade, de uns 6m de altura, completamente enfeitado e com uma estrela na ponta.

- Uau! Que lindo! – exclamei

- Também acho. Passamos três dias para enfeitá-la, mas valeu a pena.

- Todo ano temos uma bela árvore. Espere só até acenderem as luzes. – Regina me falou.

Vovó se deslocou até o celeiro e estacionou o carro em uma espécie de grande garagem toda feita em madeira, que era como um anexo do celeiro. As portas estavam abertas quando chegamos. Lá dentro, estavam mais seis carros e um trator, além de poucas ferramentas de campo penduradas em uma parede.

- Pelo que vejo todos já chegaram – cruzou os braços – Bem, está frio e acredito que agora sim vocês queiram se preparar e comer algo. Vamos entrar?

Retirei a bagagem do porta malas enquanto Regina e a avó fechavam as portas. Saímos de lá e andamos até a porta de entrada da casa. Olhei para trás para ver melhor o celeiro. Ele tinha uns 12m de altura por quase a mesma coisa de largura, era todo em madeira e estava fechado. A poucos metros da porta havia um pequeno poste com uma lamparina pendurada, que estava apagada. Eram umas 18:00h, mas já estava escuro. Porém, pude perceber a existência de muitas árvores, desfolhadas por conta do inverno, e de um campo plano cheio de trigo. Mais ao longe se via um extenso lago.

- A fazenda se estende até aquele lago?

- Sim. Por conta da escuridão você não poderá ver uma cerca de madeira bem próxima às suas margens. Ela nos separa da fazenda dos McGeer. Do outro lado, – apontou o lado oposto ao do lago. - é a fazenda do pastor O’Brian. E o nosso famoso campo de girassóis fica ali, perto do celeiro, mas nesta época do ano você não os verá. Ficará para a próxima, no verão! – sorriu.

- Eu sinto interromper, mas o frio está me matando! Vamos entrar? – Regina batia os dentes. 
E finalmente estávamos paradas diante da porta. A casa era enorme, como estas que se vê nos filmes. Também em madeira, pintada de branco, com seis janelas na fachada, todas com umbrais pintados de azul claro. A porta de entrada era preta, lisa, e com uma grande argola de bronze pendurada. Vovó Granny segurou esta argola e bateu forte.

- Ajuda para uma pobre mendiga – brincou.

Uma mulher muito parecida com ela abriu a porta e nos recebeu sorridente.

- Mendiga, é?- sorriu – Oh, meu amor, quanta saudade! - se dirigiu a Regina - Está linda com este corte de cabelo! E você deve ser Emma. Vamos, entrem, saiam deste frio!

Entramos na casa e o interior era magnífico. Não parecia uma casa de fazenda, mas uma de bonecas e contos de fadas. Tudo era rústico, feito em madeira, mas com delicadeza e bom gosto. Regina e a tia se envolveram em um abraço apertado.

- Oh, deixe-me ajudar com isso! – um senhor correu até mim e pegou as malas – Sou Herbert Duncan, marido de Shelley.

- É um prazer. Emma.

- Fique à vontade, querida! - sorriu solícito.

- Olá, tio! - Regina beijou o rosto do homem.

- Olá, minha menina preciosa! Tivemos saudades.

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