53 - Antio Athína

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Ainda curtimos uma praia pela manhã e voltamos para Atenas à tarde. Ficamos no mesmo hotel onde já havíamos nos hospedado. Chegamos lá às 17:00h.
Era 1º de maio, sábado, e o dia havia sido muito bonito, como aliás todos os outros até então. Jantamos em um restaurante nas redondezas do hotel e decidimos fazer uma caminhada para digestão. Regina também quis provar uma bebida típica chamada retsina que, segundo diziam, era um vinho com sabor de resina de pinho, e aquilo me deixou com uma sensação de estar prestes a explodir, embora só tenha provado um pequeno copo.

Caminhávamos tranquilamente em uma rua chamada Lykourgos até que apareceram dois homens nos cercando. Um deles segurava um canivete e o outro era um nanico que pulava como milho virando pipoca.

- ?ad? ?????! - dizia o nanico com voz bem grossa.

O do canivete olhava para todos os lados e de repente gritou uma coisa também. Regina arregalou os olhos e agarrou-se no meu braço.

Empurrei-a para trás de mim e golpeei bruscamente com o pé a mão que segurava o canivete. O homem soltou um grito e derrubou a arma. Em seguida dei um giro e o derrubei no chão com uma rasteira. Bateu com a cabeça no meio fio e desmaiou. O nanico disse alguma coisa e saiu correndo.

- Ai meu Deus, Emmy, está saindo sangue da cabeça dele! - colocou a mão sobre a boca e me olhou desesperada

- Calma, linda, ele não morreu! - abaixei e coloquei a mão debaixo da cabeça do homem. Senti o sangue saindo de um corte pequeno - É só um corte.

- Só um corte? Emmy, estamos em outro país onde quase ninguém fala outra coisa além de grego e você aí nessa calma! Como iremos explicar isso?? E se ele morrer?? - abaixou-se também apavorada - Oh my God, please help him! (Oh meu Deus, por favor, o ajude!) - olhava para ele preocupada

- Não vai morrer! - olhei para ela fingindo segurança, pois comecei a ficar com medo.

"Ai meu Deus, eu não quero ser assassina, por favor, ajude esse traste aí!!"

Não demorou muito e umas pessoas apareceram. Eram dois homens e uma mulher que se aproximaram perguntando coisas que não compreendíamos. Veio outra mulher com um pano molhado que Regina posicionou debaixo da cabeça do homem. Essa era a única que sabia falar inglês.

- Vocês não são daqui? Quem é ele? Precisamos de uma ambulância! - estava nervosa.

"De onde veio essa e com pano molhado a tiracolo??"

- Não somos daqui mesmo! Por favor, podem chamar a ambulância para nós? - Regina pediu nervosa.

A mulher falou uma emboleira para os outros e um dos homens sacou o celular. Regina e eu continuávamos abaixadas perto do safado e qual não foi nossa surpresa quando ele abriu os olhos e fez força para se sentar.

- ??t? ???? Otßa!! - o homem do celular disse para o ladrão

- ??O?s??! - ele respondeu se sentando e passando a mão na cabeça

A nossa intérprete deu o pano molhado nas mãos dele, que começou a esfregar na nuca. Como usava a cabeça raspada, pude perceber então que o sangue saía de um pequeno corte. Isso me tranquilizou completamente. Os gregos conversaram mais algumas coisas, o ladrão se levantou, abraçou Regina e eu rapidamente, disse mais algumas coisas e foi embora. Daí o pessoal foi se dispersando, mesmo que desconfiado.

- Isso é incrível! - a grega nos abraçou também - Ele disse que estava sendo assaltado e por isso brigava com o ladrão. Daí vocês chegaram e você - apontou para mim - ajudou ele a lutar contra o mal caráter. Que incrível, sempre achei que mulheres lutadoras fossem coisa de cinema americano e japonês! - sorria impressionada

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