Na sexta seguinte Regina finalmente conseguiu falar com a avó. Ela havia passado mal do coração e tia Shelley estava com ela no hospital. Enquanto isso, o senhor Angus também passou mal e Herbert ficara com o irmão. Por isso estavam incomunicáveis. Regina não teve coragem de falar o que houve, e apenas disse que encerrou aquela conta bancária por outras razões, pedindo para que ela não depositasse mais dinheiro. Deu meu telefone do trabalho e o da secretaria da engenharia civil da faculdade para ela tentar entrar em contato se precisasse.Depois disso, dois meses havia se passado, e vivíamos um cotidiano corrido. Regina estava fazendo um curso longo na arquitetura e com isso chegava em casa na mesma hora que eu, por volta das seis e pouco da tarde. Eu vivia como louca nos canteiros de obra de Bonsucesso, e virava e mexia me aborrecia com um ou outro peão, porém, a cada dia, aumentava o número dos que gostavam de mim, até porque eu me preocupava com a segurança e bem estar deles, apesar de tudo. Por conta disso, eu praticamente não parava no escritório em Botafogo, e meu contato com os colegas de trabalho se resumia a reuniões com Bárbara, Alcides e Anderson, mas os dois primeiros quase não iam na obra, por conta das tarefas que foram incumbidos de fazer.
Anderson e eu nos revezávamos nos plantões de final de semana.
Com todo o corre corre, Regina e eu encontrávamos tempo para nós, e nos divertíamos com programas simples, porém românticos. Fazíamos amor com uma freqüência considerável.
Eu não deixei que ela saísse da academia de ginástica, pois o dinheiro estava dando para pagar. Minha capoeira e o vôlei na praia continuavam firmes e fortes na medida do possível.
Meu contato com as Feiticeiras se restringiu a trocas de e-mails. Lilith estava comparável a Regina, efetivamente no sétimo período da engenharia elétrica. Tinker disse que se formaria no final do ano, e que estava com um namorado sério que era da igreja dela. Pensavam em se casar em janeiro, talvez. Ruby andava por todas as farras possíveis e imagináveis e havia recebido uma carta da faculdade dizendo que se não passasse em física e álgebra desta vez seria ejubilada. Não notei da parte dela qualquer receio com isso.
Eu me inscrevi no plano do telefone fixo, e Anderson tinha um primo que trabalhava em uma empresa de telefonia e se dispôs a acelerar meu processo mediante um "cafezinho". Com isso, a previsão era de que o aparelho chegasse no começo de junho. Estávamos no meio de maio.
Um dia desses houve uma chuva tão danada que alagou tudo, como uma que houve nas vésperas do carnaval. Ficamos dois dias sem poder ir para o canteiro e com isso trabalhei no escritório, do qual estava longe praticamente desde que comecei.
Simone, a secretária, me olhava de um jeito que me perturbava e eu às vezes me via de olho em seus "atributos físicos". Ela tinha uma intimidade esquisita com Júlio, o que parecia chatear Anderson. "Esse escritório deve ser cheio de fofocas..."
Saí para almoçar com Leon, Camille e Alcides. Na verdade, Alcides me chamou e os outros dois se ofereceram para vir junto.
- E então Mona, quer dizer que você já é casadinha? – perguntou Leon.
- Casadíssima, eu diria.
- Por que todo boiola é indiscreto?
- Pára Alci, a conversa aqui é com a Mona.
- Alci? – ri
Ele fez cara de contrariedade.
- Quê que seu maridão diz de você trabalhar em obras, mon chéri? – Camille perguntou
"Ih, é agora!"
- Ela não se surpreende, até porque é estudante de engenharia civil e sabe como é a coisa.
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Além do Tempo
DragosteO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...