E tudo foi se resolvendo rapidamente. Assinei o contrato com dona Márcia e peguei as chaves. Regina e eu fizemos uma baita limpeza no final de semana, para preparar o apartamento, e morri de rir com a falta de jeito dela. Falei com o rapaz do frete e ele levou as coisas que eu queria: geladeira, fogão, panelas, roupas, sapatos, livros e pequenos objetos. Regina falou com o primo de André, e ele levou o armário, a cama, a mesinha do computador, o próprio computador, a TV dela e um milhão de roupas, sapatos, livros, bichos de pelúcia e produtos de beleza. Além de alguns quadros e duas obras de arte. Penamos para achar lugar adequado para aquilo tudo.
Ao final, este trabalho tomou uma semana e meia.
Eu continuava trabalhando com o Ramirez e perturbando a secretaria quase todos os dias atrás do meu diploma. As aulas de Regina ainda não haviam começado. Estávamos no dia 30 de janeiro. Em meio aos preparativos da mudança, liguei para Lilith e Ruby e falei da festinha. Lily disse que a mãe poderia arrumar um lugar e Ruby disse que estava saindo com um cara cuja mãe era dona de um pequeno buffet. Liguei para Tinker e pedi um grande favor:
- Tinker, tudo bem? É a Emma.
- Criatura, você sumiu! Por onde andava? - parecia feliz em falar comigo.
- Viajei com Regina para a Europa. Ela me deu isso de presente de formatura. E agora estamos feito formiguinhas montando nossa casa.
- Deus!!!! - gritou no meu ouvido - Que chique, gente! Conta, conta tudo! Quando vocês voltaram? Como é que é lá, a Europa? Você viu a neve? Deus do céu! Viu algum artista por lá??
- Calma, garota! Eu conto tudo, mas pessoalmente. Na verdade eu tô te ligando pra te fazer um convite e um pedido. O convite é pra você ir na minha festa de casamento e o pedido é para você celebrá-lo. A parte religiosa, eu quero dizer. - estava com medo da reação dela. Gastou alguns segundos muda e me perguntou surpresa:
- Quer que eu celebre seu casamento?!
- Não imagino pessoa melhor.
- Nossa! Em... - sua voz estava emocionada - Eu não... eu... Deus, eu nem sei... Ah, mulheres não podem celebrar cerimônias religiosas e nem sou ordenada, além do mais...
- Tinker, minha religião chama-se Deus, e nessa religião uma mulher pode fazer o que quiser, desde que não prejudique a si e nem aos outros. Não quero uma "ordenada", nem um padre, pastor ou seja lá quem for. Quero alguém que fale com o coração pensando em Deus, que seja amiga, e é o que nos basta. Pensei em você e Regina concordou na hora. Se não quiser ir por não se sentir à vontade por conta de ser um casamento homossexual nós vamos entender, mas eu gostaria imensamente. Pense e depois me diga.
Ela permaneceu calada até que respondeu:
- Não há o que pensar. Me diga onde e quando e eu irei. - parecia muito emocionada - Este foi o convite mais bonito que já recebi!
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Regina e eu ainda não dormíamos na quitinete, mas no apartamento dela. Nossa vida estava uma loucura, mas combinamos que só ocuparíamos efetivamente a casa nova após a cerimônia. E deu certo porque estava tudo arrumadinho só esperando por nós duas mudarmos de endereço, definitivamente.
Marcamos o grande dia para 5 de fevereiro, sábado, com início às 17:00h. E foi um dia bastante intenso na minha vida. Comecei acordando bem cedo, antes de Regina, e fui para o morro acertar as coisas com seu Neneco e o filho. Não falei do casamento. Acho que seu Neneco sabia de nós, mas se sentia mais à vontade fingindo não saber e eu respeitava o jogo dele; afinal era uma boa pessoa à qual eu devia muito. Disse a Mazinho que a casa era meu presente de casamento e ele se emocionou bastante; ele e o pai, na verdade.
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Além do Tempo
RomanceO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...