59 - Mary Margaret

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- Ai Regina, o que eu visto? – mexia nas roupas dentro do armário. - Tá um calor DANADO e parece que nada serve.

Ela pegou dois cabides com roupas e me mostrou.

- Amor, calma! Olha, pelo que me contou de onde ela reside, não acho que irá se importar com sua vestimenta. - sorriu e se aproximou. - Vá como você mesma. - me estendeu a calça preta e a regata branca. - Como minha Emma Swan...simples e linda!

Peguei as roupas de suas mãos, ela enlaçou meu pescoço e me deu um selinho demorado, me acalmando.

- É, boa! Eu fico bem com isso? – olhei para ela.

- Maravilhosa! – beijou minha boca outra vez - Agora vá se vestir, ou irá se atrasar! – deu um tapinha na minha bunda.

- Você tem certeza de que não vem comigo?

- Agora não é o momento. Vocês precisam ter uma conversa séria entre mãe e filha e eu só iria atrapalhar. Ela não me conhece e não ficaria à vontade.

- Como será essa conversa, hein? – vestia a roupa.

- Na hora você saberá.

- Eu... eu queria ajudá-la. Tirar de lá daquela pobreza.

- Nós faremos isso. – nos entreolhamos e sorrimos – Uma coisa de cada vez.

- Tá certo! - suspirei.

              ☆♤☆

Já eram dez horas e nada! Eu andava tanto pelos mesmos lugares que o chão deveria estar marcado. Olhava por dentro e por fora da igreja e nada. Passados vinte minutos depois desisti de esperar e andei em direção à avenida, quando algo me chamou a atenção. Um carro vinha em alta velocidade e vi que uma mulher iria atravessar a faixa de pedestre. Entrei em desespero.

- Ei! Moça...PARA!

Ela não me ouvia, então num impulso, corri em sua direção. O carro buzinava loucamente e ela estacou no meio do lugar. Consegui chegar heguei a tempo abraçando seu corpo, arremessando a nos duas para o lado contrário do veículo desgovernado. Seu corpo caiu por cima do meu e senti o impacto contra o chão, me fazendo gemer pela dor e vi quando o carro bateu no poste. Voltei meu olhar para a mulher e não pude acreditar. Estava diante de meu passado.

- Você… - sussurrei a encarando.

A multidão se aglomerou ao nosso redor, fazendo tudo parar. O motorista, dono do carro, veio correndo em nossa direção. Ela me olhou confusa e se levantou.

- Você está bem? Está ferida…?

- E-Eu...não sei… -  senti que meu cotovelo ardia, mas não dei atenção a isso e nesse momento o motorista se aproximou.

- Ai meu Deus! Vocês...Meu Deus! Por favor, me perdoe...eu...vocês estão bem? - ele gaguejava desesperado, passando a mão pelos cabelos.

Levantei-me lentamente, em choque, a observando. Esse ato não passou despercebido por ela. Voltei a mim,certificando de que não houvesse quebrado nada e milagrosamente estava inteira.

- Calma, rapaz! Estamos...bem? - olhei em direção à mulher e ela acenou positivamente. - Fica tranquilo, estamos bem!

- Eu não sei o que aconteceu...o freio parou de funcionar…

O rapaz continuou se explicando e se desculpando. Depois de o tranquilizármos e todos verem que estávamos bem de fato, tudo voltou à normalidade, quando me voltei a mulher baixinha de cabelos curtos. Ela tinha uma aparência abatida e magra, mas mesmo assim a reconheci de meus sonhos, que apesar de sua idade era muito bonita. Era ela… Tinha acabado de salvar a vida da minha própria mãe. Respirei profundamente e a encarei.

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