É HOOJEE, MINHA GENTE! RESPIREM FUNDO AÍ, QUE A EMMA VAI CHEGAR COM TUUDOOO!!
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Entrei com facilidade no tal chá. Incrível como uma mulher bem arrumada tem livre acesso em praticamente qualquer lugar. Cheguei na porta do centro de convenções e Cora fazia um impressionante discurso sobre os excluídos portadores de HIV. Chegou mesmo a narrar um breve histórico sobre a evolução da doença no Brasil e no mundo. Parecia ter se inteirado sobre o assunto e falava como uma deputada, fazendo caras e bocas em uma pose estudada, parada à frente de um púlpito decorado com flores. A platéia se distribuía sentada pelas mesas dispostas harmoniosamente pelo salão. Três fotógrafos cobriam o evento.
Ao final do discurso, uma moça pediu o microfone que estava à disposição da platéia e fez um discurso breve, mas que consistiu em uma deslavada rasgação de seda à Cora, a magnânima.
Flashes acenderam sobre o rosto de Cora que agradeceu emocionada àquelas palavras. O público se desvelava em amores por aquela mulher
“Agora é a minha vez!”
Em meio aos aplausos me aproximei do microfone e saudei minha sogra.
- Boa noite, Cora Mills! Eu vi sobre esse evento no jornal e, por estar na cidade, fiz questão de vir prestigiar.
As pessoas silenciaram para me ouvir enquanto ela paralisou desmanchando o sorriso artificial dos lábios.
- Durante sua brilhante e clara exposição eu fiquei pensando em várias coisas que me trouxeram dúvidas atrozes. Você usou o termo "excluídos" para caracterizar os portadores de HIV, alertando sobre o preconceito com o qual a sociedade ainda trata estas pessoas, e deixou claro que a inclusão social é o primeiro passo para auxiliar, senão na cura, mas no bem estar do indivíduo soropositivo. Concordo plenamente, mas me responda uma coisa. – gesticulei - Como pode alguém de elevado senso moral como o seu, deliberadamente EXCLUIR a própria filha de sua vida só pelo fato de ela viver uma relação do seu desagrado? Não consigo entender. Não merecem também os homossexuais um tratamento melhor que a intolerância?
Ouvi o burburinho das pessoas fofocando no salão enquanto que as atenções dos fotógrafos convergiram para mim.
- E quem é essa mulher? – uma senhora exclamou – Como a segurança a deixou entrar aqui?
- Ah, tem razão. – disse – Esqueci de me apresentar, perdoem. Não sou louca e nem uma desconhecida querendo cinco minutos de fama. Meu nome é Emma Swan, sou engenheira civil, dona da empresa onde trabalho, e companheira de Regina Mills, filha única dessa senhora.
- Oh... – podia-se ouvir.
“E eu que pensei que esse famoso 'Oh…' só se ouvia nas novelas e filmes de intriga!”
- Recapitulando Cora, sem perder o foco, você falou em direito à vida, direito à propriedade...Também me espanta que defenda tais direitos uma vez que, com a contribuição valorosa de seu marido, que Deus o tenha, você roubou... Opa! – cobri os lábios com a mão – Essa palavra não pode, perdoem. Você “apropriou-se” do dinheiro de sua filha deixando-a sem um centavo pra sobreviver. Sorte a dela que eu já trabalhava e pude nos sustentar. Ah! Pra quem não sabe – me dirigi a platéia – Regina recebia uma pensão da avó materna e guardava esse dinheiro em uma conta conjunta com o pai. Então eles, seus pais, se utilizaram de um método muito interessante pra deixá-la pobre, encerrando a conta no banco e confiscando o dinheiro a sua revelia. E tudo isso pra que ela deixasse de ser... pode falar, Cora? -olhei para ela – Homossexual.
- Isso está passando dos limites! – um homem se levantou e olhou para dois seguranças que se aproximaram de mim.
- Calma, senhores! – olhei para os seguranças – A proposta do evento era que esse microfone ficasse livre pra platéia. Não uso palavras de baixo calão e estou apenas usufruindo do direito da livre expressão. – olhei para o homem de pé – Eu já estou encerrando, fique calmo. – voltei a olhar para Cora – O ponto, Cora, é que assim como os portadores do HIV, sua filha também deveria receber o apoio da família e toda a aceitação que você prega aos outros, mas não é capaz de exercer. E o apoio da mãe deveria ser o mais incondicional, não acha? – pausei - Ela teve câncer e está muito debilitada. Se tivesse mãe poderia contar com ela em um momento desses.
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Além do Tempo
RomanceO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...