Cap.3

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_Rachel/ Helena_

   Minha mãe fez questão de ir comigo até a tal da psicóloga , e veio me dando sermão de casa até lá, não vejo a hora de voltar logo pra casa e olha que eu acabei de sair .

- Será que dá pra pelo menos me comprar um sorvete depois?? -

- Chocomenta??-

- Sim mãe -

- Tá bom então, boa sorte -

- Isso não é um teste acadêmico mãe - Digo entrando na sala.

A lugar era inteiramente branco, nada na parede, nem se quer um quadro ou uma manchinha, isso  é deprimente...

  - Boa tarde senhorita Helena, pode sentar onde quiser - diz uma moça baixinha de cabelos curtos e escuros que trazia consigo uma caderneta
   Me sentei em uma sofasinho de couro preto e me assustei quando a puta já tava escrevendo não sei oque naquele caderninho.

- Bem , meu nome é Júlia e espero que esteja ciente de que pode confiar em mim ok ? , tudo aqui é mantido no mais puro sigilo. Então me conte como está sendo os seus dias aqui ? - 

   Por um instante me veio aquela mesma sensação de frio na barriga como se isso fosse a primeira vez enfrente a um psicólogo e como se todos os pensamentos que eu quero tanto afastar se aproximassem me fazendo reviver cada momento de dor desses últimos tempos

- Está tudo bem - minto com um sorriso estampado na cara

- Então porquê está aqui ?? -

- porquê minha mãe acha que eu não estou e me obrigou a vir aqui - digo firme.

- Sua mãe só quer o seu bem ,você sabe disso e oque acha sobre essa atitude dela ? O porquê ela acha que você não está bem ? -

Conheço bem como isso funciona, não vou deixar que ela acesse minhas memória e nem me faça contar nada, se eu quiser desabafar que seja com uma das minhas amigas ,não com ela .

- Eu sinceramente não sei Júlia - digo sem fazer nenhuma expressão ou movimento.

  O resto da cessão eu me manti implacável, sem demonstrar nenhuma espécie de sentimento ou qualquer coisa do tipo, respondia suas perguntas com respostas vagas e sem sentido e pensando bem agora.. estou até com medo dela tentar me internar porque possuo traços de psicopatia , mas pelo menos não deixei que ela invadisse a minha mente com suas perguntas de psicólogo...

- Será que nos veremos em breve senhorita Helena?? -

- Estou rezando pra que não - digo batendo a porta

  
[•••]

- Eai .. como foi ? - pergunta minha mãe me entregando o sorvete

- Sinceramente, achei uma completa perda de tempo , ela é igual a qualquer outro psicólogo só que mais chata e mais jovem. Obrigado pelo sorvete, vamos a onde agora ? -

- Pensei em passar lá no banco rapidinho, tenho que ver uns negócios - responde dando a partida

  Eu decidi ficar no carro, não tinha necessidade de eu entrar naquele lugar, consigo mecher com as minhas finanças e contas bancárias todas pelo celular, mas como minha mãe está trabalhando lá agora, ela meio que é obrigada a entrar. 

....

  No rádio não estava passando nada de interessante então desligo o mesmo e abaixo o vidro para olhar o movimento lá fora. Já estava bem tardisinha e a brisa era muito confortante, as pessoas vivendo sua vida, resolvendo seus problemas e escondendo os seus segredos mais sombrios de todos ao seu redor, não sou tão diferente delas mas pelo menos elas não são troxas a ponto de ainda gostar de uma pessoa que te abandonou e ainda não fez nem questão de saber se você está bem, isso me deixa com tanto odio, saber isso me deixa furiosa e me faz querer matá-lo,  matá-lo por ter feito isso comigo mesmo sabendo que eu iria ficar tão mal sem notícias dele e pensando bem eu o odeio por ele ter aparecido na minha vida ,eu odeio por ter me "salvado" , eu o odeio por existir e me odeio também por ter me apaixonado por esse filho da puta desgraçado... sinto  lágrimas cairem  e só agora noto o qual forte eu estava pressionado as minhas unhas contra a palma da minha mão, estava começando a sangrar , limpo os olhos e respiro fundo várias vezes pra me acalmar , olho de relançe no retrovisor e vejo um carro totalmente preto e se me lembro bem tenho visto esse mesmo carro toda vez que eu saio de casa, isso mi deixou bem intrigada mas logo sou distraída com minha mãe batendo a porta do carro com uma cara de que vai matar qualquer um que passar na frente dela ...

𝕾𝖊𝖌𝖗𝖊𝖉𝖔𝖘 𝖘𝖔𝖒𝖇𝖗𝖎𝖔𝖘 - 𝙸𝙸Onde histórias criam vida. Descubra agora