Suponho que já tenham passado quinze minutos pelo menos, e nós continuamos aqui no parque sentados sobre a relva. Sabe bem sentir o sol a bater contra a minha pele, já que não é todos os dias que ele decide fazer uma visita ao inverno da Inglaterra. Harry parece tão relaxado como eu, em todos os dias que estive com ele apenas hoje o vejo descontraído, exceto de quando dormi no seu apartamento, ele estava tão sereno a dormir tão calmo que nem parecia ele próprio. Ele foi bastante querido comigo nesse dia desastroso, à pouco quando vomitei e ele meteu a mão sobre a minha barriga, ele estava como nesse dia, querido, simpático, único...
Mas apesar de tudo o que o Harry é existe uma coisa que está mesmo a interferir comigo, algo não faz sentido, algo não está mesmo nada bem.
"Porque decidiste mostrar-me?" Olho para ele que agora observa-me confuso. "Todas a informações sobre mim, porquê que me contaste?" Explico-me.
"Achei que devias saber"
Típica resposta Harry, típica resposta.
"Não respondestes há minha pergunta"
"Achei que devias saber, quer dizer desde que te conheci fizeste tantas perguntas pensei que ias gostar de algumas respostas" ele alevanta-se suspiro e alevanto-me também, certamente que vamos embora.
"Sabes, fiquei com mais perguntas" dou um pequeno sorriso ao que por incrível que pareça o Harry corresponde.
"Eu sei que sim"
Harry começa a andar sigo os seus passos a seu lado. Gostava de ficar mais tempo, estava a saber tão bem estar ali sentada a levar com o sol na cara e mesmo sem quase conversarmos eu gostei de estar na companhia do Harry.
Estava tão furiosa por ele me ter puxado daquela maneira pelo café a fora, fiquei ainda com mais raiva quando ele me contou que tinha localizado o meu telemóvel e depois fiquei confusa quando ele me mostrou todas as informações que ele arranjou sobre mim e agora estou feliz. É assim que o Harry me faz sentir, uma mistura de sentimentos que são opostos uns aos outros.
Ele sabe tantas coisas sobre mim, na verdade eu poderia dizer que ele sabe quase tudo sobre mim enquanto eu não sei nada sobre ele. Não parece justo mas não quero estragar o momento a bombardeá-lo com perguntas, tendo em conta no que ele me contou nesta tarde.
"O que está-te a passar pela cabeça?"
Olho para Harry que também caminha lentamente com os seus olhos verdes postos em mim.
"Estava a pensar que tu sabes tudo sobre mim"
"Não sei tudo sobre ti, Rosie" ele diz suavemente desviando os seus olhos de mim e volta a fixar-se no caminho.
"Não à muito a saber sobre mim, por isso sim, tu sabes praticamente tudo"
"Qual é o teu sonho?" Dou um pequeno sorriso com a sua pergunta. Não estava à espera que ele me perguntasse nada, na verdade porquê que lhe interessa sequer saber coisas sobre mim?
"É bastante típico o meu sonho, ter uma família feliz e saudável"
Isto é o sonho de muita gente, mas sem ser isso não ache que tenha nenhum sonho, pelo menos não me vem nada agora à cabeça. Talvez ter uma casa na Flórida seja também uma espécie de sonho, e sempre quis ter uma casa na Flórida.
"Não quero saber esse tipo de sonhos, uma coisa que querias tanto que faça o teu coração acelerar, que as tuas mãos suem de ansiedade, que fiques com a garganta seca uma coisa que te arrepie a espinha de alto a baixo. Se sentires essas coisas só de pensar em algo significa que isso é o teu sonho"
Uau, não estava à espera de ouvir isso do Harry, tão bonito o que ele disse.
"Porquê que não és sempre assim?" ele franze o sobreolho.
"Assim como?"
"Pareces contente, alegre, estás bem-disposto, dizes essas coisas todas bonitas"
Harry mantém-se silencioso, talvez esteja a pensar no que eu lhe disse, e em como era melhor se ele fosse sempre assim.
"Apesar de me teres arrastado para fora do café e teres contado coisas que me chocaram e me deixaram confusa gostei desta tarde" digo-lhe sem saber ao certo de sentir a necessidade de lhe contar o quando gostei de passar este tempo com ele.
"Também gostei, Rose"
Olho para o Harry e dou-lhe um pequeno sorriso mas antes que eu ou ele possamos dizer mais qualquer coisa, Harry leva o seu telemóvel ao ouvido. Nem ouvir o telemóvel tocar, deve estar no silêncio.
"Sim, não estou em casa...não sei, talvez... eu sei que ela ia ficar contente... ela vai fazer o quê?... Boa, eu vou então...ei não sou nada interesseiro..." Harry ri-se antes de desligar a chamada.
Mas quem é que lhe ligou? Os meus níveis de curiosidade sobem novamente para o topo, e uma necessidade enorme de saber quem lhe ligou cresce cada vez mais dentro de mim.
Para de ser bisbilhoteira Rosie. Para! Grito mentalmente.
Quando dou por nós já estamos à frente do carro do Harry. Ele tira as chaves do bolso e abre o carro, quando vou a entrar faço uma cara de nojo assim que olho para o meu vomitado ainda espalhado pelo chão. Que nojo!
Harry liga o carro e assim que o liga o radio toca também. Merda!
Desde que a Zoe morreu ainda não tinha ligado o radio do carro, pode parecer muito parvo mas isso lembra-me tanto ela. Não tenho visto uns certos canais na televisão, aqueles onde passam os seus programas preferidos. Nada de comer gomas de ursinhos. São estas simples coisas que eu partilhava com ela, coisas tão simples mas tão importantes, nós passávamos horas a ver televisão e a comer gomas de ursinhos. Ela era a minha melhor amiga pois isso leva a que muitas coisas me lembrem dela, coisa que eu tenho evitado ao máximo pois ainda é demasiado doloroso.
A radio continua a tocar, Harry conduz e parece nem sequer ligar à musica que passa na radio. Sinto-me como uma Coca-Cola agitada, se abrir agora vou explodir por todos os lados.
Sem pensar nas minhas acções desligo o radio e a música pára, alívio percorre todo o meu corpo.
"Não gostas de música?" Harry pergunta. Nego com a cabeça, eu adoro musica adoro meter os fones nos ouvidos no máximo esquecer o mundo à minha volta e apenas concentrar-me na batida que ouço. Por outro lado isso é uma pequena coisa que me faz lembrar demasiado a Zoe, faz-me lembrar que ela morreu e que agora sinto-me sem o meu porto seguro sem a minha melhor amiga.
"Estas bem?" Assinto com a cabeça, não quero falar, não tenho vontade nenhuma de falar.
Olho para as minhas mãos e fecho os olhos, toda a felicidade que tinha no meu corpo sumiu e tornou-se em tristeza e memórias de alegria, apenas memorias que não voltam mais.
"Sabes uma vez o Ryan disse: andei com ela de carro e ia ficando surdo de um ouvido, já alguma vez fodes-te com música aos altos berros dentro de um carro a meio da noite?"
Olho para o Harry sem perceber muito bem aquilo que ele me estava a contar mas de repente faz-se um click na minha cabeça.
Zoe.
"Estas assim por causa da tua amiga, o Ryan passava a vida a falar sobre ela, acho que podia dizer que a conhecia bem, mesmo sem a conhecer entendes" assinto com a cabeça, percebo bem o que ele está a dizer. "Provavelmente o radio fez-te lembrar dela"
"Acertas-te Sherlock" a minha voz não mostra nenhum tipo humor.
Talvez está seja uma boa alcunha para o Harry, Sherlock Holmes.
Olá! Tudo bem?
Então o que acharam do capitulo, parece que a Rosie o Harry se andam a entender cada vez melhor não acham? Eu queria-vos perguntar uma coisa, gostavam que fizesse um POV do Harry? Ando um bocado indecisa se faço ou não, por isso comentem se gostavam que houvesse um. Se quiserem que dedique algum capitulo podem pedir nos comentários.
Love you!
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Always | H.S |
Fanfiction"De todos os sentimentos, o amor é o que nos mais faz sofrer" -Harry Styles