59º Capitulo

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Ouço Harry a respirar pesadamente e depois olha para o sofá enquanto faz sinal com a sua mão para eu me sentar. Faço o que ele diz, sento-me no sofá e segundos depois Harry senta-se ao meu lado.

Harry olha para mim uns segundos mas não diz nada, apenas espero que ele fale enquanto sinto os níveis de ansiedade a subir a pique no meu corpo.

"Harry..." digo como um incentivo para ele começar e ele passa a sua mão pelo seu cabelo puxando-o para trás.

"Tudo bem" Harry diz e depois de olhar uns segundos para a parede como se tivesse a pensar em como me iria contar, volta a fintar os meus olhos.

"Tinha dezesseis anos quando mudei para Birmingham, vivi toda a minha vida em Holmes Chapel, que fica perto de Manchester. Quando me mudei para a cá, arranjei um numa loja de CD's, foi lá que conheci o Ryan." Harry olha novamente para longe como se lhe custasse a falar sobre o Ryan como me custa a mim falar da Zoe.

"Deus Rose, como é que possível o Ryan ter morrido?" Harry olha para mim mas sei que ele não espera que eu diga nada porque na verdade não há absolutamente nada a dizer sobre isto.

Parece sempre tão irreal quando algum ente querido morre, sentimos-nos como se não tivéssemos aproveitado bem o tempo com essa pessoa, como se não tivéssemos-lhes dito suficientemente vezes o quão nos gostávamos delas. Perguntamos-nos se alguma vez fizemos alguma coisa de mal a essa pessoa e sentimos que não fomos realmente perdoados. São sensações tão arrepiantes e difíceis de descrever, traz uma dor tão maligna e profunda é como se nos tirassem o chão e estivéssemos sempre a cair.

"Eu sei como tu te sentes" digo e dou-lhe um pequeno sorriso.

"Eu sei que tu sabes" observo a sua mão perdida na almofada do sofá e levo lá a minha a encontro da dele, aperto-a e vejo o Harry a dar-me um sorriso antes de continuar com a sua história.

A sua língua passa pelos seus lábios antes de continuar:

"Depois de conhecer o rapidamente nos tornamos amigos, ele era como um irmão para mim sabes?" Assenti com a cabeça e ele prossegue. "Um dia fui a casa do Ryan, era bastante tarde e nos estávamos meio bêbados e ai foi que conheci o pai dele" Harry engole em seco e logo penso que o pai do Ryan deve ter um papel importante no meio de toda esta história.

"Depois uma semana mais tarde o Ryan ligou-me e disse-me que tinha algo importante para falar comigo, então fui ter com ele"

Cada vez que o Harry para de falar sinto o meu coração a bater mais depressa contra o meu peito como se estivesse a ansiar para ouvir as suas próximas palavras. O que na verdade estava.

"O Ryan era o tipo de pessoa que não queria ter um normal" Harry dá uma gargalhada e por eu não perceber bem o porquê dele se rir apenas dou-lhe um sorriso.

"Anda cá" Harry diz e agarra a minha mão e puxa-me suavemente para eu sentar ao seu colo. Os dedos de uma das suas mãos brincavam com os dedos da minha mão enquanto sentia a sua outra mão no fundo das minhas costas.

"Quando cheguei a casa do Ryan para falar com ele, nunca pensei sequer que ele tivesse algo sério para me dizer, pensava que era uma estupidez qualquer, porque, verdade seja dita, o Ryan era bastante estúpido" Harry volta-se a rir com certeza a relembrar o rapaz que era como um irmão para ele.

"Ele disse-me que descobriu uma grande, ao inico pensei que ele se fosse meter na merda de um negócio qualquer mas ele tinha algo grande em mente. O Ryan virou-se para mim e disse simplesmente que ia ser um infiltrado"

"Infiltrado?" Pergunto ansiando que ele continue a sua história.

"Sim Rose, vais perceber mais tarde" assenti com a cabeça e esperei que ele continuasse.

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