9º Capitulo

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De todos os sítios que me passarão pela cabeça nunca pensei que está 'perseguição ao Harry' me levasse a um casino, o Harry está definitivamente a ficar cada vez mais misterioso e estranho, cada vez sinto que o conheço menus, na verdade só sei duas coisas sobre ele, primeiro sei que se chama Harry Styles e segundo sei que precisa de encontrar alguma coisa importante. E bem, agora suspeito que ele joga poker, ou outro jogo qualquer que haja num casino, mas o poker definitivamente parece-me o mais credível.

Encosto a minha cabeça no volante e fecho os olhos. Estou cansada, este dia tornou-se mais cansativo do que eu alguma vez podia esperar.

"Toc, Toc"

Deus ajuda-me, que não seja o Harry, que não seja o Harry.

Alevanto a minha cabeça rapidamente para ver quem bateu no vidro do carro.

Quando abro os olhos suspiro em alívio. Uma figura masculina para mim desconhecida está do lado de fora do carro a fazer-me sinal para baixar o vidro.

Ufa, não era o Harry.

Carrego no botão e o vidro do meu lado começa a descer. Franzo o sobrolho enquanto olho para o rapaz à espera que ele diga qualquer coisa. Não o conheço de lado nenhum o quê que quer de mim?

"Hm, olá. Isto pode parecer estranho porque não me conheces de lado nenhum, mas eu tive um problema no carro, e bem, uma boleia dava jeito." Disse-me sorrindo docemente. Olhei para os seus olhos castanhos. Será que devo de dar boleia a um estranho? Vendo bem as coisas sei tanto sobre ele como sei sobre o Harry. Okay talvez esteja a exagerar um pouco.

"Tudo bem, entra" O rapaz que ainda o nome desconhecia, entrou para o lado do pendura.

"Chamo-me Oliver" A sua mão foi estendida para mim em fora de comprimento.

"Rosie" Disse enquanto apertava a sua mão. Talvez deve-se-lhe perguntar onde ele quer que eu o deixe. "Queres que te deixe onde?" Perguntei.

"Oh, é aqui perto, apenas três milhas acho, eu vou-te dizendo o caminho." Assenti com a cabeça. Liguei o carro sem antes voltar a olhar para a porta do casino onde o Harry misteriosamente entrou, e que por acaso ainda me deixou com mais curiosidade sobre ele.

"Tiveste um furo no carro?" Fiz conversa.

"Não, foi a bateria." Esclareceu. "Vou ter de o vir buscar mais logo." Olhei de desleixe para ele que revirava os olhos, certamente por causa do que lhe aconteceu ao carro. Felizmente que eu nunca tive nenhum problema com o carro.

"Há esquerda" Virei assim que Oliver disse a direção.

"Cozinhas?" Vi com a visão periférica Oliver a pegar no livro de culinária que estava em cima do tabelie do carro.

"Não, o meu pai é um grande fan de culinária. Esse livro está aqui porque o carro é dele." Encolhi os ombros.

"O teu pai tem algum restaurante?" Perguntou. Estou a começar a gostar deste Oliver é simpático.

"Ele anda a dar aulas de culinária, mas anda a pensar em abrir um restaurante, ele fala disso desde que me lembro." Não consigo evitar sorrir.

Lembro-me bastante bem quando era mais nova o meu pai estar sempre a perguntar-me qual era o meu sonho e depois de eu dizer um disparate infantil qualquer ele contar-me como adorava abrir um restaurante. Talvez um dia ele venha realizar o seu sonho, ele bem merece, é um homem fantástico.

"Outra vez à esquerda" Voltei a virar para outra rua. "Ainda estudas?" Perguntou Oliver.

"Não, já acabei o secundário. E tu?"

"Também não"

"A tua mãe faz o quê?" Olhei para ele durante uns segundos até voltar a meter a minha atenção na estrada. Posso dizer que este rapaz é bastante falador.

"É arquiteta. O quê que os teus pais fazem?" Uau parece que estamos a jogar ao jogo das vinte perguntas.

"O meu pai é astrónomo e a minha mãe morreu quando tinha sete anos. Vira agora à direita." Virei. Deve ser tão complicado crescer sem mãe. Não me imagino sem a minha.

"Lamento." Digo e vejo-o a encolher os ombros enquanto olhava para mim ainda com o seu sorriso na cara. "Deve ser engraçado estudar os astros" Digo referindo-me ao emprego do seu pai. Na verdade as estrelas é algo que sempre me fascinou, a maneira como elas consegue iluminar uma noite escura é fantástica.

"O meu pai adora, ele está agora na Nova Zelândia, o sítio onde está lá é ótimo, pelas suas palavras: aquele sítio é um mar de estrelas" Vi um sorriso ainda maior a crescer na cara de Oliver, e também me vi a sorrir.

"É aqui" Parei o carro à frente de um grande e bonito prédio. "Muito obrigada, Rosie, não sabia o que fazia se não te tivesses lá, provavelmente teria de pedir boleia ao homem que tinha a careca tatuada que estava do outro lado da estrada" Rime.

"De nada" Sorri-lhe.

"Espero voltar a ver-te um dia" Depois de dizer isto saiu do carro ainda com um sorriso brilhante no rosto. Ele é bonito com o seu cabelo castanho e com olhos igualmente da mesma cor e aquele sorriso dá-lhe um ar bastante alegre e fresco. Sem dúvida que gostava de voltar a velo, talvez um dia o encontre por ai quem sabe?

Comecei a conduzir para minha casa finalmente. A chuva já não batia mais contra o vidro do carro e as nuvens negras que estavam outrora no céu começam a desaparecer lentamente. Quando o Oliver disse que a sua mãe tinha morrido com um encolher de ombros e um sorriso no rosto fez-me pensar que, será que eu algum dia poderei encarar assim a morte da minha melhor amiga? Talvez um dia consiga, mas também está quase a fazer um mês da desde que ela morreu, ainda nem sequer passou um ano por isso ainda acho normal eu andar deprimida e triste, mas mesmo assim na semana passada estava muito pior do que estou agora.

Dou por mim a andar um bocado perdida por estas ruas, por não serem conhecidas por mim, até saber o caminho de cor para minha casa. Assim que estaciono o carro e olho para a porta de entrada lembro-me de hoje de manha pensar que não iria sair de casa. Este dia tornou-se mesmo o oposto do que eu esperava que fosse, primeiro o Liam foi ter comigo, e chorei rios com ele, depois o Harry apareceu lá e fez perguntas estranhas e passei a acha-lo ainda mais misterioso do que antes, seguiu até um casino e por fim dei de caras com um estranho que me pediu boleia e que acabou por revelar-se bastante simpático, penso que falei mais com ele durante os minutos que ele esteve dentro do meu carro, do que com o Harry que já o conheço à praticamente uma semana.

Enquanto o Oliver tem um enorme sorriso na cara o Harry tem uma carranca, enquanto o Oliver faz-me perguntas e responde às que eu lhe faço o Harry fica no seu silêncio com um olhar distante. Nem acredito que os estou a comparar...

De qualquer das maneiras, porque raio o Harry foi para um casino, ele não parece ser do tipo de jogar poker não num casino daqueles, pequeno e escondido. Se eu tivesse de descrever um potencial casino que eu imaginaria o Harry a frequentar descrevê-lo-ia como um casino luxuoso e bastante mais frequentado cheio de homens e mulheres a entrar e a sair com fatos chiques. Não que o Harry parece ser um snob porque muito pelo contrário, mas ele parece ser do tipo de que gosta de tudo em grande e quanto maior melhor e não do tipo que frequenta casinos reles.

Ele é sem dúvida um grande puzzle, um em que as peças não encaixam umas nas outras.

Always | H.S |Onde histórias criam vida. Descubra agora