Sinto-me tonta, enjoada, nauseada e tudo à minha volta está a andar à roda. Por uns momentos não me lembro de nada mas depois várias peças começam a juntar-se na minha cabeça até lembrar-me que alguém me raptou.
O meu primeiro pensamento é que devo estar de pulsos e tornozelos atado a uma cadeira de metal, tal como nos filmes, mas ao invés disso o meu corpo está pousado num sofá branco demasiado confortável.
Olho para as minhas roupas na esperança das encontrar rasgadas, procuro arranhões nos meus braços ou até espero uns segundos até sentir algum tipo de dor. Mas as minhas roupas estão impecáveis, tenho a pele imaculada e não me dói nada.
Se algum dia tivesse de descrever um rapto iria descreve-lo como frio, doloroso e incrivelmente assustador. O que é completamente o contrário do que está a acontecer agora.
Os meus olhos caem em cada canto da sala moderna, um sofá longo branco, um grande tapete vermelho cor de vinho e um plasma mesmo à minha frente.
Mas em que sitio estou eu?
Por uns momentos penso em como isto poderia ser uma visão do meu futuro, onde eu e o Harry comprávamos uma casa, está iria ser a nossa casa e ele iria entrar a qualquer momento por aquela porta com um sorriso com covinhas estampado na sua cara.
Mas isto não é uma visão do meu futuro, é a realidade no presente. A pior das realidades na verdade.
Levo a mão aos meus cabelos e meto-me em pé, sinto as minhas pernas dormentes mas tento ignorar a sensação desconfortável enquanto ando até à porta de madeira branca a condizer com a cor das paredes e puxo o puxador. Assim que percebo que a porta está trancada o pânico invade todo o meu corpo como um tsunami a invadir terra firme.
Bato com as palmas das mãos na porta e grito: "Deixem-me sair!" e "Ajudem-me!"
Grito até sentir a minha garganta a doer e as minhas mãos por bater na porta, dou um pontapé a esta a sentir-me irritada e com um medo a crescer no meu corpo.
O medo que não sentia há pouco começa a tomar conta do meu corpo a memórias formam-se mais claras na minha mente. Os braços fortes a agarrarem o meu corpo, o Roey no chão inconsciente e a força que fiz para tentar não adormecer.
Num ato de esperança levo a minha mão ao meu bolso das calças mas tal como esperava o meu telemóvel não lá está. Olho em volta enquanto procuro qualquer coisa que possa ajudar-me a sair daqui. Assim que reparo na janela na parede branca corro até lá, tento destranca-la mas está esta trancada, tal como seria de esperar. Olho através do vidro transparente mas a única coisa que observo são hectares e mais hectares de puro terreno.
Mas onde estou eu?
Respiro fundo e fecho os olhos por uns segundos como se quando os voltasse a abrir estaria em minha casa e não aqui.
Ouço um barulho a vir da porta e as minhas mãos começam a tremer. Preparo-me para que esta abra e apareça um homem com uma arma na sua mão. O homem que matou a Zoe e o Ryan e o mesmo que entrou na minha casa e apontou-me uma arma. A pessoa que anda a atormentar tanto a minha vida como a do Harry.
Será que o Harry sabe que alguém me raptou? Não ele está tão longe não deve de saber nada...
Em vez da porta se abrir por completo, uma pequena porta como aquelas que servem para o cães entrarem abre-se. Um telemóvel é atirado cá para dentro e só segundos depois é que o meu corpo reage e corre para perto da porta. Ainda a tremer as minhas mãos agarram no telemóvel preto e levo-o ao meu ouvido.
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Always | H.S |
Fanfiction"De todos os sentimentos, o amor é o que nos mais faz sofrer" -Harry Styles