66º Capitulo

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"Eu amo-te"

As palavras sussurradas por Harry quando ele pensava que eu já estava a dormir ainda viajam pela minha mente, e de certeza absoluta que é muito melhor pensar nas palavras queridas do Harry do que em cadáveres.

Porquê que ele nunca me diz que me ama quando estou no meu estado consciente? Apesar de ter estado consciente ontem à noite quando proferi-o essas palavras ele não sabia disso. Mas mesmo apesar de não ser suposto eu ter ouvido o meu coração enchesse de alegria, porque na verdade, eu também o amo.

Mas ao contrário do meu coração que parecia estar no paraíso depois de ouvir as palavras do Harry a minha mente parecia as trevas. Durante toda a noite, pesadelos fizeram-me acordar de hora em hora, pesadelos onde o corpo moto da Sheila aparecia sempre e fazia-me sentir como se estivesse no local mais sombrio do mundo.

Agora já desperta à espera que o tempo passe um bocadinho mais rápido, continuo deitada no reino dos lençóis, o braço do Harry está pousado em cima da minha cintura enquanto eu observo a sua expressão angelical caída no sono.

Não faço a mínima ideia que horas são, nem há quanto tempo estou acordada, mas penso que já seja há bom tempo. A luz do dia encheu o quarto e alguns sons da rua como o barulho dos carros não me deixam que eu me sinta completamente sozinha ao lado do corpo adormecido do Harry.

Num movimento lento levo os meus dedos até à pele suave da sua bochecha, deixo o meu dedo indicador descer até ao canto dos seus lábios até por fim ao seu queixo.

Ele é tão bonito. A sua aparecia chega a atingir a perfeição na verdade eu acho que a sua aparecia é a personificação da palavra perfeição.

Os meus dedos tocam outra vez na sua pele mas agora na do seu pescoço, escorregam até pararem no seu peito que sobe e desce conforme os seus movimentos respiratórios.

"Eu também te amo Harry" sussurro-lhe as palavras que devia ter-lhe dito ontem à noite acabando com a sua fantasia de eu ter estado a dormir enquanto ele dizia que me amava.

Os meus dedos passeavam agora pela pele nua do seu braço que ainda continuava caído sobre a minha cintura. O meu toque afastou-se no seu pulso quando Harry se mexeu no meio dos lençóis.

A minha atenção foi reposta no rosto do Harry que agora lentamente abria os seus olhos focando-os em mim e por fim um pequeno sorriso preencheu as suas feições.

"Bom dia" a sua voz é sempre tão rouca quando ele acaba de acordar e não sei porquê mas adoro isso.

"Olá" dei-lhe um pequeno sorriso.

Harry apoia-se sobre o cotovelo elevado o seu corpo.

"Dormiste bem?"

"Hm-hm" afirmo mentindo. Não quero falar sobre a quantidade constante de pesadelos que tive durante a noite.

Uma comichão súbita aparece-me no nariz, uma coisa que por vezes acontece-me quando estou a mentir. Se eu coçar o Harry vai descobrir.

"Apanha-se mais rápido um mentiroso do que um cocho" ele diz e o seu dedo faz contacto com o meu nariz.

"Não devias ter franzido tanta vez o nariz" ele diz e eu levo até lá a minha mão usando as unhas para acabar com a comichão que sentia neste.

"Não quero falar sobre pesadelos Harry" disse e ele assente com a cabeça e fico contente por ele não voltar a puxar por esse assunto, pelo menos por agora.

"Já tu dormiste como um anjo hã?" Assim que acabo a frase um sorriso esboça-se no seu rosto.

"Fiquei cansado ontem meu anjo" ele pisca-me o olho.

Always | H.S |Onde histórias criam vida. Descubra agora