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30º Capitulo

Os meus olhos abriram-se lentamente, a luz que invadia o quarto fazia-me repetir a ação de abrir e fechar os olhos até me habituar à claridade do dia. Olhei em volta, para o teto para as paredes do quarto e finalmente para o meu lado onde via o Harry com a sua boca entreaberta a dormir.

Definitivamente não me lembro de vir aqui parar.

Mas mesmo assim deixei o meu corpo estar pousado sobre o suave colchão coberto por lenções. Reconhecia o quarto, o quarto do Harry. Lembranças da noite anterior saltaram-me à memória, ele tinha-me levado aquela feira, fomos comer ao Mac Donalds e depois voltamos a fazer a viagem de volta, eu adormeci, sim foi isso eu devo ter adormecido e ele trouxe-me para aqui.

O meu corpo está incrivelmente cansado, estou demasiado mole para fazer qualquer movimento, talvez ainda seja cedo de mais para eu poder sentir a minha energia, pelos menus já são sete da manha visto que o sol já nasceu, apesar de tapado por várias nuvens negras que consigo visualizar através da janela.

Viro-me de lado e observo o Harry a dormir, os seus cabelos espalhados pela almofada, as suas pestanas a descansarem sobre as suas bochechas e a sua boca entreaberta. Mantenho-me quieta enquanto penso no dia anterior. Encolho um riso quando me lembro do Harry a comer gomas enquanto conduzia, quando ele me contou que ele visitava aquela feira desde de criança e que me convidou porque não iria quer ir sozinho.

Foi simpático da parte dele ter-me trazido para o seu apertamento, ele deve ter-me trazido ao colo desde o seu carro até aqui pois eu não lembro-me de vir aqui parar de maneira nenhuma.

Certamente, que os meus pais estão preocupados, quer dizer eu não os avisei que não iria dormir em casa, na verdade nem eu sequer sabia que não iria dormir em casa.

Com os diabos, a minha roupa? Tenho as cuecas e o sutiã vestidos mas não tenho calças e tenho apenas uma t-shirt por cima da minha roupa interior. Os meus batimentos cardíacos aceleram automaticamente, o Harry despiu-me enquanto eu dormia!

Sinto a minha cara bastante vermelha, respiro fundo e alevanto-me da cama. Olho em redor à procura de onde o Harry possa ter deixado a minha roupa até que a encontro em cima de um cadeirão. Agarro no meu bolsão, abro o bolso e tiro de lá o meu telemóvel. Vinte chamadas não atendidas, tanto do meu pai como da minha mãe. Com o caraças, eu sei que não dormi em casa sem avisar mas vinte chamadas é um bocado abusado, eu tenho dezanove anos!

Ligo à minha mãe e assim que ela atende caminho para fora do quarto do Harry, são nove da manha e eu não quero acorda-lo.

"Rosie!" O tom dela é bruto, eu sei que ela vai repreender-me e não me apetece nada ouvir o que ela tem para me dizer.

"Mãe..."

"Onde é que andas? Eu e o teu pai estávamos raladíssimos contigo!"

"Está tudo bem, mãe, desculpa não ter avisado, eu bem, hm esqueci-me de avisar"

"Ai esqueceste-te, Rosie, nós estávamos tão preocupados contigo! Não voltes a fazer isto! Onde é que estás?"

Mas que raio é que eu lhe digo agora?

"Rosie?" Ela chama-me.

"Sim, mãe, eu depois explico, eu sei que não gostas nada de falar ao telemóvel. Até logo"

"Não mudes de assunto Rosi-"

Desligo a chamada.

Fantástico, o quê que eu digo à minha mãe? Que adormeci no carro do rapaz que andou a pesquisar coisas sobre mim sabe-se lá onde, e que depois despiu-me enquanto eu dormia? Eu tenho definitivamente de arranjar outra desculpa, uma boa desculpa.