13º Capitulo

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O meu corpo estava completamente enrolando num cobertor cor-de-rosa e fofinho enquanto a minha cabeça descansava em cima do ombro da minha mãe fazendo-me ficar numa posição bastante confortável. Ambas estamos bastante entretidas a ver televisão, estes são uns momentos que eu adoro completamente. Sempre que estou assim com a minha mãe sinto-me tão protegida e amada.

"Filha" Chamou a minha mãe. Olhei para ela que apontava para o meu pai que estava do outro lado do sofá de boca aberta e a ressonar. Rime da figura desleixada do meu pai enquanto os roncos que saiam da sua boca iam ficando mais fortes e fazendo-me ainda mais vontade de rir dele.

"Manda-o embora" Digo e a minha mãe dá um sorri de orelha a orelha

"Joe" Ela sussurra carinhosamente, mas o meu pai não se mexe. "Joe" Diz agora mais alto enquanto abana o seu joelho fazendo-o agora acordar.

"Sim" O meu pai diz meio atrapalhado enquanto leva a mão aos olhos esfregando-os.

"Estas a ressonar" Digo e ele fica com uma cara insatisfeita. "Vai para a cama" Mando e agora um sorriso forma-se na sua face.

"Rosie, és minha filha não me dás ordens" Ele alevanta-se e vêm até mim e num movimento rápido leva as suas mãos à minha barriga fazendo-me cocegas. Riu-me descontroladamente como se tivesse dez anos, que é a ideia que parece que tenho neste momento a rir-me feita tola e a espernear-me.

"Pára!" Grito e o meu pai pára finalmente de me fazer cocegas na barriga. Odeio cocegas, odeio mesmo.

"Boa noite" O meu pai faz uma espécie de vénia com um sorriso parvo na cara e abandona a sala indo certamente para o seu quarto onde poderá descansar em paz.

"O teu pai, sempre foi assim" A voz suave da minha mãe volta a falar. Encosto a minha cabeça novamente ao seu ombro.

"Ele sempre foi tão brincalhão" Inclino a minha cabeça ligeiramente para trás para poder ver a minha mãe com um sorriso satisfeito no rosto e com um olhar como se estivesse a relembrar os seus velhos tempos.

"Tenho a certeza que nunca irá mudar" Os seus olhos castanhos cor de mel cruzam-se com os meus.

"Vai ser sempre assim" Diz e volta a fixar o seu olhar na televisão.

Eu quero tanto ser assim quando tiver a idade da minha mãe, quero ter um emprego estável e rentável e ter um marido fantástico como o meu pai. Para ela é fantástico, chega sempre cansada a casa e depois ver o bom humor do meu pai é quase contaminável. Na verdade não foi muitas vezes que eu vi o meu pai triste, por vezes ele pode estar a ter um dia pior que outros o que é completamente normal, mas mesmo assim, ele consegue ser sempre muito animado. Sem dúvida nenhuma que um dos dias em que eu vi o meu pai sem um sorriso na cara foi quando sobe que a Zoe morreu, ele adorava, eu sei disso, mas agora não quero pensar nela, estou bem-disposta e não quero mesmo nada mudar o meu estado de espírito.

Concentro-me no plasma preto. Está a dar um filme que não faço a ideia de qual seja.

"Qual é nome do filme" Inclino a cabeça para poder olhar para a minha mãe.

"007 Skyfall" Faço uma força para não deixar sair uma gargalhada assim que reconheço o filme.

Assim que me recordo que este filme fala sobre agentes e esse tipo de coisas, não consigo evitar de maneira nenhuma em pensar no Harry e em como ele faz-me lembrar um agente. Cá para mim ele está a lutar para ser um Agente Federal ou algo do mesmo género. Consigo imagina-lo tão bem com uma camisa branca, um blazer preto e apontar uma arma a alguém, e o pior é que ele certamente fica . . . atraente assim.

Eu sinto uma necessidade tão grande de descobrir mais alguma coisa sobre ele, até acho que consigo fazer uma lista de dez coisas que o tornam misterioso e que metem a minha curiosidade no auge.

1º Ele sabe quem cometeu o assassinato da minha melhor amiga.

2º Ele pediu-me para entrar na casa do Ryan para ir buscar um portátil.

3º Perguntou-me a data de nascimento da Zoe sabe-se lá porquê.

4º Ele anda em casinos.

5º Pediu-me para entregar um envelope a um homem com cara de traficante e de pedófilo.

6º E ele quase me implorou de joelhos para o fazer.

7º O homem com cara de pedófilo deu-me um pen misteriosa ara eu entregar ao Harry.

Bem, afinal a minha lista sobre o Harry não chega aos dez, mas eu sei que ei de chegar lá, deixem passar uma semana para eu poder conhecer mais coisas misteriosas sobre o ele.

Assim que na televisão vejo um agente em cima de um comboio em movimento, não consigo não imaginar a cara do Harry no corpo do homem. Tento não me rir com a minha fértil imaginação.

"Rosie" A minha mãe sussurrou e olhei para ela. "Estava a pensar, o que achas de irmos as duas às compras amanha?"

Sorri com a sua ideia.

"Parece-me ótimo" Disse sem conseguir esconder a felicidade por de trás da minha voz.

Apesar de muitas raparigas da minha idade não gostarem de ir às compras com a sua mãe, eu na verdade sou completamente o contrário delas. A minha tem um ótimo gosto no que toca a roupa e eu adoro simplesmente ouvir as suas opiniões. Eu na verdade detesto ir às compras sozinha, sempre que ia levava comigo a Zoe ou a minha mãe, mas nunca me passa pela cabeça enfiar-me na confusão sufocante de um centro comercial sozinha, é algo que não me agrada mesmo nada.

A ultima vez que fui às compras foi à praticamente um mês e meio, fui com Zoe, diverti-mo-nos tanto nessa tarde. Lembro-me de trazer bastantes sacos cheios de roupa para casa, e depois de ouvir o meu pai a dizer que eu não deveria ter comprado tantas coisas...

Mas desde que a Zoe morreu que nunca mais pus os pés num centro comercial, tenho refugiando-me demasiado em casa, eu consigo contar perfeitamente pelos dedos das mãos as vezes que sai de casa. Apenas saí para dar um pequeno passeio a pé para espairecer as minhas ideias, e depois as outras vezes que sai foram culpa do Harry.

Agora está na altura de continuar a viver, tenho de arranjar forças para ultrapassar isto tudo que aconteceu. Acho que começar por sair com a minha mãe é uma ideia divertida e que definitivamente me agrada.

Aconcheguei-me melhor e comecei a prestar mais atenção ao filme, mesmo sem estar a perceber muito bem a história, devido a não tê-lo visto desde início. Comecei a sentir os meus olhos a ficarem mais pesados, como se tivesse pedras a fazerem peso para as minhas pálpebras descerem, tentei manter-me acordada mas parecia estar a ficar cada vez mais difícil até que, por fim deixei-me adormecer sobre o ombro da minha mãe, tal como fazia quando era uma mera criança indefesa.


Oi oi! Então como estão?

Este capitulo foi sem ação nenhuma, eu sei, mas os próximos iram compensar prometo mas este capitulo era essencial para a história.. Digo-vos já que daqui a dois capítulos as coisa vão começar a aquecer... mas mais não digo haha

Votem comente e se poderem divulguem a história adorava ter mais feedback

Beijos!

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