4º Capitulo

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Todo o meu corpo já estava a ficar dormente de ter estado a tarde toda deitada no sofá sem fazer simplesmente nada, apenas me levantei para ir à casa de banho e para comer. Um suspiro é solto pelos meus lábios assim que vejo que em trezentos canais de televisão não está a dar nada de jeito.

Estou farta de estar em casa, mas ao mesmo tempo não me apetece sair dela. Isto é uma sensação estranha sem dúvida.

Rapidamente, levantei-me do sofá e subi as escadas a correr como se tivesse sete anos e não dezanove, entrei no meu quarto e olhei para todos os cantos, onde é que meti o telemóvel? Bufei assim que reparei que ele estava mesmo em cima da secretária e há frente dos meus olhos.

Desbloqueei o telemóvel e os meus olhos arregalaram-se com o número de chamadas perdidas que tinha, e o mais interessante disto é que são todas do Harry Styles ou o rapaz misterioso como a minha mente decidiu chamar-lhe. Talvez devesse ligar-lhe de volta? Realmente preciso de falar com ele, e de saber quem é ele e como é que pode saber quem a matou. Na verdade tenho imensas perguntas para lhe fazer. Como por exemplo: como é que é possível saber quem os matou se nem a polícia consegue descobrir.

Levei o telemóvel ao ouvido e esperei que ele atendesse até a voz irritante a dizer que a chamada foi para o voice-mail começou a falar. Deixei o meu corpo cair na minha cama e os meus olhos fitaram o teto como se a qualquer momento algo pudesse acontecer. De repente, o telemóvel começou a vibrar nas minha mãos, mas por pouco tempo, olhei para ecrã e logo abri a mensagem que tinha mesmo acabado de receber, a minha curiosidade aumentou assim que vi que era do Harry Styles, ainda tenho de pensar o porque de ter posto o seu nome completo no meu telemóvel e não apenas Harry, enfim...

"Vem ter ao Wesley daqui a meia hora"

Reli a mensagem duas vezes para ter mesmo a certeza do sítio e as horas corretas em que devia de estar. O 'Wesley' é um simples café que fica a pelo menus cinco minutos de minha casa, se for de carro, se for a pé fica a uns 10 minutos.

Sinto mais uma vez o meu corpo a ser engolido pela curiosidade e ansiedade, preciso de saber o que o Harry Styles vai-me dizer, será que ele pode-me contar hoje quem matou a minha melhor amiga?

De qualquer das maneiras acho que há algo nele que não se encaixa bem nesta história, mas isso não passa de um simples pressentimento.

Levanto o meu corpo de cima da minha cama e ando até ao armário, tiro umas calças de ganga justas e uma camisola quente bege. Tiro finalmente o pijama com que passei todo o dia e visto-me, calço as minha All Star que já estão a ficar velhas. Vou até à casa de banho onde faço a minha higiene, tento meter o meu cabelo de uma forma decente, mas apesar de ele não esta nos seus dias, consegui doma-lo.

Assim que dou o primeiro passo para fora de minha casa agradeço a Deus por não ficar nem mais um segundo lá dentro sem fazer nenhum. Rodo as chaves do carro do meu pai no dedo enquanto caminho para o mesmo, ainda bem que ele não precisa de levar o carro para o trabalho.

Entro no carro e faço a manobra para poder seguir o meu caminho. O carro vai silencioso, nem me atrevo a ligar a rádio, pode parecer parvo até, mas isso lembra-me da Zoe e nestes dias eu ando a fazer de tudo para poder evitar pensar nela e na sua morte que ainda parece ser irreal.

Assim que vejo pequenas gotas de chuva a baterem contra o vidro do carro amaldiçoou-me por não ter sequer pensado em trazer um chapéu-de-chuva. As gotas da chuva parecem engrossar cada vez mais a cada minuto que passa até que quando chego ao 'Wesley' está a chover torrencialmente.

"Que sorte" Digo para mim mesma.

Olho para o relógio do carro, faltam dez minutos para me encontrar com o Harry. Irá ele chegar atrasado como da última vez?

Rapidamente, abro a porta do carro e fecho-o à pressa, e começo a correr para dentro do café para tentar evitar ficar o menus molhada possível. Quando entro no café digiro-me para uma mesa vazia e fico à espera do Harry Styles.

O barulho da cadeira contra o chão tira-me dos meus pensamentos, Harry senta-se mas sem proferir uma única palavra, tal como na outra vez. Tento fixar-me em qualquer coisa sem ser nele mas o meu olhar parece não conseguir se fixar em absolutamente nada, até que por fim acaba por cruzar-se com os seus intensos olhos verdes.

"Deves quer saber o porquê de eu te ter dito para te encontrares comigo" Disse ele finalmente enquanto puxava o seu cabelo para trás.

"Sim"

"Bem" Harry olha em volta como se estivesse a verificar de que nenhuma presença indesejada iria ouvir a nossa conversa. "Vou-te fazer um pequeno resumo disto tudo. Então eu conhecia o Ryan e ele tinha algo que me pertence mas como ele está morto não me vai poder dar o que é meu, por isso tu vais ajudar-me, vais entrar em casa dele." Quando ia interrompe-lo ele alevanta o dedo indicador em sinal para eu me manter calada.

"Vais ajudar-me em encontrar uma coisa, mas eu não irei dizer-te o que é"

Como que raio ele quer que eu encontre algo que eu nem faço a mínima ideia do que é que seja?!

"Só vais ter de seguir as minhas ordens. E em troca pela tu ajuda eu digo-te quem os matou" Harry deixou o seu corpo cair para trás encostando-se contra a cadeira.

"Tudo bem" Se calhar eu não deveria aceitar, mas neste momento os prós são mais do que os contras. "O quê que queres que eu faça?" Pergunto.

"Quanto mais rápido começarmos melhor. Vamos" A sua mão passou mais uma vez pelos seus cabelos castanhos encaracolados e logo de seguida alevantou-se e começou a andar em direção à porta.

Provavelmente deveria ir com ele.

Alevanto-me da cadeira e sigo-o até fora do café onde ele está a apertar o seu casaco.

Graças a Deus que a chuva abrandou, agora apenas está a chuviscar.

"Vieste de carro?" Pergunta-me.

"Vim"

"Agora vens comigo, depois eu deixo-te aqui" Segui novamente os seus passos apressados até ele entrar num Ford Focus preto, entrei para o lado do pendura metendo de seguida o cinto.

O silêncio enchia o carro, nenhum de nós proferi-o uma única palavra, talvez por sermos basicamente desconhecidos ou então apenas porque não temos nada para dizer. Acho que a primeira hipótese é mais válida. Harry ia bastante concentrado na estrada não desviava os olhos dela nem por um segundo, nem sequer quando tinha de parar num sinal vermelho. Por vezes Harry levava a sua mão ao cabelo puxando-o para trás e depois voltava a apertar o volante, a sua expressão estava séria, no que estará ele a pensar?

Não prestei praticamente atenção ao caminho que procuremos, estivemos quinze minutos sem ouvir nem dizer nada mas agora que o carro parou foi como o silêncio tivesse acabado para sempre.

Apesar desta rua não ter muitas casa via-se bastantes pessoas na rua, provavelmente por ser está a mesma hora em que chegam a casa do trabalho. Parte de mim pensava que o Harry queria fazer seja lá o que fosse de um modo discreto, mas pelos vistos estava enganada.

"Toma as chaves" Estiquei a minha mão para agarrar as chaves de casa do Ryan, é tão estranho e horrível ir invadir a casa dele, se calhar eu deveria esperar que seja a polícia a dar-me noticias e não deixar-me confiar no Harry, que praticamente nem conheço.

"No quarto vais encontrar uma cómoda, na segunda gaveta está um portátil, quero que me tragas o portátil" Harry dizia tudo de um modo decidido, até parece que ele veio do FBI ou de um centro de espiões de alta categoria.

"Okay" Saiu do carro e caminho lentamente até a casa do Ryan.

Não acredito que vou mesmo fazer isto.

Always | H.S |Onde histórias criam vida. Descubra agora