A imagem do Harry a desaparecer da minha vista não me saia da cabeça, naquele momento apenas queria tê-lo perto de mim. Queria sentir o seu cheiro, o seu toque, queria-o simplesmente e a ideia de ele estar num avião a descolar para ir para a outra ponta da Europa não fazia-me sentir melhor.
Por uns momentos até pensei em como seria se tivesse ido com ele, poderíamos ir ver a torre de pisa ou até ao coliseu de Roma. Iríamos criar memórias juntos para um dia mais tarde podermos simplesmente recordar...
Suspiro fundo e alevanto-me da cadeira almofada, começo a andar por entre as pessoas barulhentas e sinto-me completamente vazia. Provavelmente porque o meu namorado foi para Itália sem me dizer porquê e uns minutos antes de se ir embora deu-me uma pulseira cara e exageradamente bonita.
Olhei para o meu pulso e sorri a observar a pulseira. Imaginei o Harry a escolhe-la, a compra-la e de alguma forma poderosa isso aquece-me o coração de uma maneira inacreditável.
Assim que sinto o ar fresco da rua a embater contra a minha pele aperto o casaco contra o meu corpo, devem ser sete e tal da manha e parece que já são dez. Este dia vai passar devagar.
Olho em volta do parque de estacionamento à espera de ver um Seat Ibiza branco e assim que não avisto nenhum aquele Roey perde logo uns pontos na minha consideração.
Vejo tantos carro há minha volta e penso porquê que o Harry pediu-me para eu encontrar um Seat Ibiza branco no meio de um aeroporto a transbordar de carros por todos os lados.
Começo a sentir-me irritada assim que vejo o carro que o Harry descreveu e não vejo ninguém lá dentro. Pelo menos eu acho que esse Roey deve estar dentro do carro, faz mais sentido assim acho eu.
Respiro profundamente e penso em como sentia saudades de respirar sem sentir uma dor tão forte nas costelas que não me fizesse contorcer toda. Salto em susto assim que sinto uma mão a tocar no meu ombro, viro-me de repente para trás e sinto os meus batimentos cardíacos a abrandarem quando vejo o rapaz alto de pele escura que o Harry encarregou de vir-me buscar.
"Deves ser a Rosie, pelo menos correspondes à descrição do Harry. Cabelos longos castanhos, baixa..."
"Eu não sou baixa" digo e segundos depois de falar pergunto-me a mim mesmo porquê que disse aquilo, cruzo os braços sobre o peito.
Bem comparada com o Harry sou, mas só porque o Harry parece uma torre, este Roey também deve-me achar baixa porque por mais incrível que pareça ele ainda é mais alto do que o Harry.
"Mal chegas-me ao ombro por isso sim, és baixa" ele ri-se mostrando os dentes brancos bem alinhados e automaticamente simpatizo com ele.
"Roey" ele estica-me a mão para eu lha apertar.
"Rosie" estico a minha mão apertando a sua.
"Bem Rosie, não contes isto ao Harry, tens um namorado um pouco possessivo. Estou admirado da tua camisola não ter estampada a frase: não toquem a não ser que sejam o Harry Styles" automaticamente desato-me a rir e ele faz o mesmo.
"Não te preocupes o teu segredo está a salvo comigo" fecho a minha boca como se fosse um zipper e deito a chave imaginária fora. Roey dá um sorriso largo e faz-me um sinal para eu o seguir, ando atrás do seu corpo alto e esguio que para à frente do carro que eu tanto esperava encontrar e ouço um bip dele a abrir.
"Eu era para ter estado supostamente à tua espera dentro do aeroporto ou então com o carro pronto assim que tu saísses de lá, mas vou ser-te bastante sincero, eu e os horários não nos damos nada bem por isso podes calcular que eu atrasei-me"
"Tudo bem" encolho os ombros enquanto tento esquecer as voltas que dei ao parque de estacionamento à procura dele.
Pondo fim a esta conversa ele entra dentro do carro e eu faço o mesmo entrado para o lugar do pendura. Ele liga a ignição e o carro logo começa a trabalhar.
"Então Roey, como é que conheces o Harry?" Pergunto fazendo conversa, uma viagem de carro que leva mais de vinte minutos iria tornar-se muito constrangedora se fossemos sempre calados.
"Sou amigo da irmã dele" ele encolhe os ombros. "Já o conheço à algum tempo mas nunca fomos próximos. Ele oferece-me dinheiro para lhe fazer este favor mas eu recusei, não me custa fazer um favor ao irmão da minha amiga" ele dá um pequeno sorriso e fico a pensar naquilo que ele me disse.
Então ele não sabe absolutamente nada? É apenas uma pessoa como deve de ser, que negou aceitar dinheiro por isto, não se importou de retirar uma hora da sua vida para me levar para casa. Já não existem muito assim.
É bom saber que estou a partilhar o carro com alguém que ainda sabe menos do que eu.
"E tu? Como é que vocês se conheceram?" Roey retira os olhos escuros da estrada para poder observar-me por uns segundos.
Como é que eu respondo a esta pergunta? Deveria ter uma resposta simples para isto mas sinceramente não existem repostas simples quando se trata de mim e do Harry.
"Oh tínhamos alguns amigos em comum, foi por ia" ele assente com a cabeça. Não menti de todo nós tínhamos amigos em comum apenas não tenho de referir que foi a morte deles que nos juntou.
"Acho-o demasiado rígido e fechado" ele retira a mão do volante para coçar o queixo. "Nunca o imaginei na verdade com uma namorada, a Gemma nunca falava muito sobre ele na verdade fechava-se muito em relação ao irmão. Acho que isso sempre o fez parecer misterioso a meu ver" solto uma risada.
"Ele é mesmo misterioso, na verdade até acho que o seu lado misterioso atraio-me muito" e assim que acabo a frase sinto um carro a embater por trás, o meu corpo vai ligeiramente para a frente e observo a maneira de como o Roey observa o retrovisor.
"É impressão minha ou bateram no teu carro?" Pergunto e não consigo evitar de sentir uma sensação estranha a formar-se no meu estômago.
"Não é impressão tua. Vou encostar o carro e ver o que se passa" digo isto ele faz a manobra e encosta o carro à beira da estrada e sai do carro, encosto-me ao banco e simplesmente olho em frente à espera que o Roey volte para o carro.
De repente ouço o som de algo a embater contra a parte traseira do carro, de uma maneira instintiva viro-me para trás tentando ver o que se passa.
O casaco verde escuro do Roey é o que me chama à atenção, o seu corpo encontrado contra a bagageira ficando espalmado contra o vidro como se alguém o tivesse a pressionar. Não consigo ver a pessoa que está contra ele mas consigo ouvir a voz do Roey a falar com outra pessoa e não estão a conversar calmamente.
As batidas do meu coração aumentam de uma maneira drástica, solto o cinto de segurança e o meu único pensamento é que deveria fugir o mais depressa que pudesse, quais eram as probabilidades disto ser alguém conhecido do Roey quando pode ser uma pessoa que pode andar atrás de mim, tal como o Harry disse?
Sem dar tempo para pensar abro a porta do carro ouço duas vozes fortes masculinas a gritarem uma para a outra e desde ai não ouço mais nada é como se os meus ouvidos tivessem um botão para desligar.
Corro em frente pela a estrada o mais depressa que posso, a rua parece deserta a esta hora da manha, um carro passa e tento acenar para que este pare coisa que não acontece. As casas de cada lado parece nada mais nada menos do que casa abandonadas e penso que isto não poderia ser um sitio melhor para efectuar um rapto.
Penso em olhar para trás mas depois lembro-me de sempre ouvir dizer: quando estas a fugir nunca percas tempo a olhar para trás. Vêm-me à cabeça que talvez apenas esteja a ser muito paranóica mas assim que sinto-me a ser agarrada por dois braços fortes e um pano a cobrir a minha boca tenho logo cem porcento de certezas que isto não é o meu instinto paranóico.
Estou a ser raptada, a ser raptada pelo assassino da Zoe.
Tento gritar, contorcer-me mas à medida que vou respirando contra o pano que cobre a minha boca sinto cada vez mais ensonada. As minhas botas raspam contra o chão enquanto sou arrastada para a parte de trás de um jipe preto passado pelo corpo do Roey inconsciente no chão e a ultima coisa que me lembro é de pensar no Harry antes dos meus olhos se fecharem de vez.
Love You!
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Always | H.S |
Fanfiction"De todos os sentimentos, o amor é o que nos mais faz sofrer" -Harry Styles