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29º Capitulo POV Harry

O relógio digital do carro marca exatamente 10:37 da noite, estava bastante trânsito e ainda não tinha feito nem metade do caminho para casa e Rose, tinha-se encostado há janela há cerca de quinze minutos até que acabou por adormecer.

Estava furioso, furioso por a ter trazido a este sítio, não que eu não tenha gostado da companhia dela porque eu gostei, mas apenas porque ela me dá a volta há cabeça de uma forma nada agradável. As suas perguntas constantes, os seus olhos castanhos cor de chocolate a sua mania de mexer no cabelo.

As suas mãos descansam sobre as suas pernas enquanto a sua cabeça está contra a janela deixando o seu pescoço todo torto, ela vai acordar com dores no pescoço.

Bato os dedos entediados no volante enquanto o trânsito que se encontra na auto-estrada está noite está cada vez insuportável. Pequenas gotas de chuva começam a cair sobre a janela do carro, o barulho das buzinas dos carros dos condutores furiosos por estarem no mesmo sítio à cinco minutos. Carrego no botão do ar fica mais acolhedor e quente.

Rose mexe-se no banco e gira-se ligeiramente, o seu braço fica contra o seu peito enquanto o outro continua sobre um dos seus joelhos, chego-me ligeiramente para frente e vejo a sua cara colada contra o vidro enquanto o seu rabo está espetado na minha direção e a vontade de lá levar a minha mão cresce em mim, mas simplesmente mantenho-me quieto no meu lugar.

Os carros finalmente avançam novamente mas não demora muito até ficar novamente entalado entre outros condutores desesperados por ir para casa.

"Mas que merda" sussurro para mim mesmo.

Os meus dedos batem contra o volante enquanto vejo a chuva que bate contra o vidro a engrossar cada vez mais.

Sinto-me completamente sozinho, nem parece que tenho dezenas de carros com pessoas lá dentro nem que tenho uma rapariga a dormir mesmo ao meu lado de rabo espetado na minha direção. Olho novamente para Rose, ela vai acordar com dores nas costas e no pescoço. Estico os meus braços e tento endireita-la, ela diz qualquer coisa que não percebo e deixo-a já sem as costas tortas nem com o seu rabo espetado.

A buzina de o carro atrás de mim faz-me dar um pequeno salto no banco e quando olho para frente já estamos a andar outra vez. Agora, mesmo a andar devagar os carros não param, as serenes azuis e vermelhas de uma ambulância saltam-me à vista e logo vejo dois carros que colidiram um contra o outro e que ficaram em tão péssimo estado que é difícil de acreditar que os condutores ou passageiros possam ter sobrevivido. De certeza que foi este acidente que estava a causar tanto trânsito. Após passar o acidente com todas as ambulâncias e bombeiros à volta o que ocupava ainda mais espaço na estrada e que dificultava a passagem dos carros a viagem já não era mais feita a ritmo caracol mas já ao seu ritmo normal.

10:57 da noite marca agora o relógio.

Ainda vamos demorar pelo menus meia hora a chegar e de acordo com os meus cálculos irão ser 11:20 mais ou menus, talvez não deva deixar a Rose em sua casa, poderia leva-la para o meu apertamento assim não a tinha de a acordar nem de dar uma volta maior só para a deixar em casa o que só me iria fazer demorar mais tempo.

Quando perguntei á minha irmã se ela queria vir comigo aquela feira, ela apenas respondeu-me que não queria, que se ela viesse apenas iria reabrir mais a sua ferida que nunca chegou a cicatrizar. E hoje, que fui a um sitio onde ia tantas vezes em infância só me lembrou ainda mais dele e das saudades que tenho. O meu pai era um bom homem, e um excelente pai mas quando ele se foi, tudo á minha volta se desmoronou eu era apenas um puto de treze anos que teve de lidar com a morte do pai, claro que foi difícil mas para mim, mas a minha irmã, ela sim, nunca conseguiu ultrapassar isso. Quando o Ryan morreu eu senti exatamente a mesma coisa, o mesmo buraco no peito e um enorme poço de desilusão por onde eu caia mas que simplesmente nunca caia no fundo, agora só me resta uma coisa para vingar a sua morte, vingança.