63º Capitulo

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O meu coração batia depressa dando a sensação constante que iria saltar para fora do meu peito. As palmas das minhas mãos suavam e eu limpava-as constantemente às minhas calças de ganga claras.

Eu estava nervosa, não podia negar. Tal como não podia negar os remorsos que sentia, mas eu não iria voltar atrás, não podia já é demasiado tarde.

Meti a morada no GPS do meu telemóvel por não fazer a mínima ideia onde a morada ia dar. Liguei o carro do meu pai que hoje não lhe fez falta por ser sábado e ele ficar em casa e comecei a conduzir seguindo todas as instruções do GPS.

Memórias do dia anterior invadiam cada vez mais a minha mente e por mais errado que e estivesse a agir eu não podia controlar este sentimento que me puxava para continuar a conduzir e ir falar com a Sheila.

"Rose?" A voz do Harry preenche o silêncio do quarto que outrora tinha ido alvo dos nossos gemidos.

"Sim?" Os meus dedos traçavam as linhas negras da tatuagem da borboleta que preenchia o seu estômago.

"É uma merda saber que estas zangada comigo" a sua voz sai rouca e sinto a minha pele a arrepiar-se o meu coração a palpitar, não pela sua voz, não pelas suas palavras, mas sim por ter-lhe roubado a morada da Sheila.

"Não gosto de estar zangada" admito.

Tu vais zangar-te comigo em breve Harry. Digo para mim mesma apesar de ter vontade de o dizer em voz alta.

"Eu apenas não te quero magoar mais" alevanto a minha cabeça e olho para os seus olhos verdes esmeralda. Ele parece sincero.

"Eu sei. Mas não podes controlar a minha vontade" os seus dedos longos tocam na pele da minha bochecha sinto os meus olhos a fecharem com o seu toque e depois os seus lábios a deixarem um beijo carinhoso nos meus.

Ele já não estava furioso, eu já não estava furiosa. Estávamos bem agora exceto que eu iria arruinar isso assim que o Harry soubesse daquilo que eu tinha feito e daquilo que eu iria fazer.

"Só te quero manter protegida" o um coração afunda-se de novo.

"Eu sei" disse. Depois ele deixa um outro beijo agora mais prolongado nos meus lábios.

Assim que o Harry saiu da minha casa a única coisa que esperava era ouvir o telemóvel a tocar ou ouvir alguém a bater à porta, esperava que o Harry tivesse descoberto o que eu tinha feito mas isso não aconteceu, felizmente. Tenho de admitir que quando a porta bateu eu fiquei assustada, imaginei um Harry furioso a entrar por dentro de minha casa mas na verdade não passava do meu vizinho a dizer que queria conversar com o meu pai. Liguei para Claire para manter a minha mente distraída o que resultou enquanto ouvia a rapariga ruiva a tagarelar pelo telemóvel.

Vinte minutos passaram até começar a ver campos à minha volta, casas mais pequenas mas que parecia ser acolhedoras, estradas mais incertas do que as que se viam na cidade. Eu estava a chegar. Assim que o GPS me mandou virar à esquerda uma casa que parecia ser ligeiramente maior do que todas as outras surgiu à minha frente. Desliguei o carro e meti o telemóvel no bolso do meu casaco.

Respirei fundo e sai para fora do carro sem me esquecer de o trancar, como é que eu poderia esquecer-me depois de ouvir tantas vezes a voz do meu pai a dizer: Rosie, nunca te esqueças de trancar o carro, ouviste? Nunca te esqueças!

Andei em direção à casa abrindo o portão branco, pisei o caminho de pedra que ficava entre um jardim. Como é que uma rapariga drogada que nem sequer tem registo da sua morada vem para a um sítio tão acolhedor e bonito? Isso era um mistério que possivelmente não iria descobrir, nem me interessava saber na verdade.

Always | H.S |Onde histórias criam vida. Descubra agora