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86º Capitulo POV Harry

Leiam a nota de autora por favor. Boa leitura.

Se existe alguma coisa no mundo dolorosa é sem sombra de dúvida ver a cara da Rose a contorcer-se de dor quando tosse, ri ou quando se deita.

Esta semana é capaz de ter sido uma das semanas mais estranhas de todo o sempre, um sentimento assustador preenche o meu interior as palavras que o Louis me disse naquele dia não deixaram a minha cabeça por um segundo que seja.

"Ouve Harry" a minha cabeça vira-se e vejo o Louis encostado ao portão de metal. "O Jackson não estava a brincar quando disse que as coisas não iam ficar bonitas para o teu lado. Tu devias pegar em ti e ir para o mais longe possível, leva a Rosie contigo e tenta ser o feliz o mais longe que poderes. As coisas vão ficar feias e nessa altura não vai ser fácil escolher lados"

É como se tentasse fugir da minha própria sombra, é impossível, é impossível fugir destas palavras, quase arranco os meus cabelos enquanto penso simplesmente em três coisas: primeira quem matou o Ryan e a Zoe; segunda quem atropelou a Rosie; terceira quem é que vai fazer com que as coisas fiquem ainda mais feias. E agora penso nisto, será que isto não são três pessoas diferentes mas apenas uma, ou talvez sejam só duas. Esta incerteza está a dar comigo em doido!

"Rose o que achas da ideia de viver noutro pais ou noutro continente?" Pergunto e ela retira os olhos da televisão para olhar para mim.

"Porquê?" Ela franze as sobrancelhas.

"Não respondas à minha pergunta com outra pergunta" vejo os seus ombros a descontraírem-se.

"Não sei, quer dizer, eu adorava visitar outros países mas a ideia de me mudar para um sítio longe é assustadora" ela volta a olhar para a televisão.

"Mas se tivesse de mudar, mudavas?" A sua cabeça inclina-se um pouco para trás enquanto ela pensa na resposta.

"Se tivesse de ser, eu mudava-me. Mas iria deixar tantas memórias para trás, iria deixar a minha família. Porquê que estas a fazer esta conversa vais te embora?" Agora toda a sua face é coberta com preocupação. Nem acredito que ela ainda tem medo que eu a deixe.

"Só se viesses comigo. O que achas da América?" Ela morde o interior da bochecha.

"Viver na América deve ser bom, mas eu gosto disto aqui, eu nasci aqui, cresci aqui, vivi aqui toda a minha vida. Acho que uma mudança destas iria ser um pouco deprimente"

Como é que eu poderia meter esta rapariga a salvo se ela não gosta da ideia de se ir embora?

"E se fosse só até ao fim do ano?"

"Harry estamos em Abril falta oito meses para o ano acabar e não me parece que seja boa ideia ir para o outro lado do atlântico. Agora por favor explica-me porquê que estamos a ter esta conversa" Não me parece que seja boa ideia saberes amor.

"É apenas conversa Rose, curiosidade" encolho os ombros e finto o televisor.

Ela nem sequer sabe que não foi de todo um acidente o que lhe aconteceu, graças a Deus que estava gente suficiente na rua para testemunhar o carro que veio contra a minha menina e se foi embora mais rápido do que veio com uma matrícula de um carro roubado. Podia ser apenas uma pessoa que não se queria meter em problemas, mas isso seria uma coincidência demasiado grande para caber nesta história.

Os pais da Rose decidiram, felizmente, não lhe contar que não foi um acidente para que não fique preocupada em pensar que alguma coisa lhe pode acontecer de novo. Eu estava lá quando a polícia foi falar com os pais dela e claro que não me iria opor a esta ideia, se os pais da Rose não dissessem logo que não lhe queriam contar eu próprio iria fazer qualquer coisa para eles não lhe dizerem nada.